quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

A guerra civil na Iugoslávia

 O Reino da Iugoslávia (1918-1941)

Com a derrota dos três grandes impérios (austro-húngaro, o russo e o otomano), a região finalmente se viu livre da tutela estrangeira. Pelos tratados de Paris, em 1919, garantiu-se a liberdade dos Reinos da Iugoslávia (formada pela Sérvia, Croácia, Eslovênia, Bósnia-Herzegovina, Montenegro e Macedônia) com capital em Belgrado. Em 1941 o rei da Iugoslávia, cedendo à pressão dos nazistas, resolveu assinar um tratado de aliança com Hitler. Foi o que bastou para que uma rebelião popular tomasse conta das ruas de Belgrado. Hitler aproveitou-se da situação confusa e ordenou que suas divisões ocupassem o país, em abril de 1941.

A Grande Sérvia e a Primeira Guerra Mundial

Em 1908 um grupo de jovens oficiais otomanos deu início a uma revolução que pretendia modernizar o Império Turco, mergulhando na estagnação. Ao deporem o Sultão terminaram por provocar uma onda de descontentamento geral contra o domínio otomano. Aproveitando-se da confusão provocada pelas reformas, o governo da Sérvia aliou-se aos búlgaros e romenos para dar início a uma guerra que tinha como por objetivo afastar os turcos dos Balcãs. Foi a primeira Guerra dos Balcãs, de 1911-13, que assegurou a independência da área. Logo em seguida as ambições da Sérvia voltaram-se para a formação da Grande Sérvia que visava anexar a Croácia (então sob domínio austríaco) para desta forma chegar ao Mar Adriático. Os austríacos viram por trás dessa ambição expansionista os interesses de Moscou. Como os czares da Rússia não tinham conseguido abrir caminho para o Mediterrâneo devido ao controle que os turcos exerciam sob as duas margens do Bósforo, estavam-se utilizando da Sérvia para obter tal fim.

Em julho de 1914 o herdeiro do trono austro-húngaro, Francisco Ferdinando, foi assassinado com sua esposa quando fazia uma visita oficial à capital da Bósnia-Herzegóvina, Saravejo. O autor do atentado era um jovem estudante nacionalista sérvio Gravilov Pincip que, com aquele ato, desejava protestar contra a presença dos austríacos numa região que deveria estar na órbita da Sérvia. Para o governo austro-húngaro tal atentado serviu de pretexto para uma declaração de guerra à Sérvia o que provocou a mobilização dos protetores dos sérvios, o Império Russo. Em pouco tempo a Europa inteira entrou em guerra, que se estendeu até 1918.

O Acirramento do Ódio

Aproveitando-se da presença das tropas nazistas os croatas, que se diziam oprimidos pelos sérvios, fizeram um grande massacre junto à população civil que vivia na área da Croácia. Registraram-se mais de 40 mil mortos pelas milícias croatas. Quem terminará por organizar uma oposição militar à ocupação será o Partido Comunista Iugoslavo liderado pelo guerrilheiro Josef Broz, conhecido como Tito, que assumiu o controle das montanhas tornando a vida dos alemães um inferno. Quando a guerra estava para se encerrar, nos começos de 1945, os guerrilheiros de Tito haviam derrotado a maioria das 37 divisões que os nazistas haviam enviado para lá, o mesmo ocorrendo na vizinha Albânia, com os comandados por Hoxa. As matanças ocorridas devido à presença das tropas estrangeiras e aquelas outras que seguiram, praticadas contra os colaboracionistas pró-nazistas, deixaram marcas profundas entre a população local.

O ódio entre as várias repúblicas, formadas depois de 1945, foi contido devido à política hábil e repressiva de Tito. O comunismo aparentemente agia como um elemento integrador que atenuava as diferenças existentes na região (entre católicos, ortodoxos, muçulmanos, entre as culturas alemã, russa e turca) Tito tratou de diminuir a influência dos dois maiores grupos, os sérvios e os croatas, dando estatuto de maior representatividade para os outros. Quando ele veio a falecer em 1980, havia sido aprovada uma constituição que tinha por objetivo alcançar a rotatividade do poder executivo. Em cada período Legislativo seria uma etnia quem assumiria a chefia do governo. Não era possível adotar o sistema democrático na sua totalidade porque se houvesse eleições para a Presidência da República Iugoslava sempre um sérvio as venceria pois eles são a maioria: rapidamente o sistema montado por Tito degenerou numa série de declarações unilaterais de independência.

A guerra civil na Iugoslávia

Até 1991, Iugoslávia era uma federação socialista formada por seis repúblicas; Sérvia, Eslovênia, Croácia, Macedônia, Bósnia-Herzegovina e Montenegro. A mais forte e mais populosa dessas repúblicas era a Sérvia, cujos habitantes professam a religião cristã ortodoxa, em contraste com os bósnios, que são muçulmanos, e com os croatas, católicos em sua maioria.

A despeito dessas diferenças, a Iugoslávia permaneceu unificada durante várias décadas, sob a liderança do marechal Josip Broz Tito. Em 1980, porém, com a morte do líder, estabeleceu-se um sistema de rodízio no governo, pelo qual a Presidência do país passou a ser exercida, a cada ano, pelo representante de uma das repúblicas. Em 1991, entretanto, a Croácia e a Eslovênia se separaram da federação, declarando sua independência.

Em represália, o Exército iugoslavo, controlado pelos sérvios, invadiu os dois países, dando início à guerra civil. No ano seguinte, a Macedônia e a Bósnia-Herzegovina também se declararam independentes. A decisão não foi aceita pelos sérvios residentes na Bósnia, provocando uma rebelião que degenerou em violenta guerra civil no interior da pequena república.

A Iugoslávia via-se, assim, às voltas com duas guerras civis: uma envolvendo a Sérvia, a Croácia e a Eslovênia: a outra colocando em confronto os sérvios e os bósnios na Bósnia-Herzegovina. Esses conflitos foram suspensos em 1995, por meio de alguns acordos de paz mediados pelos Estados Unidos. A partir de então, a Iugoslávia ficou reduzida às repúblicas da Sérvia e de Montenegro.

‘A partir de 1997 teve início nova guerra civil envolvendo a província de Kosovo, na Sérvia. A Iugoslávia, que a essa altura contava apenas com as repúblicas da Sérvia e Montenegro, tentou reprimir o movimento separatista dos albaneses muçulmanos, a maioria da população do Kosovo. A guerra acabou com o bombardeio da sérvia pelas tropas da Otan lideradas pelos EUA, em 1999. Com o fim da ocupação da Otan, Kosovo ficou sob a tutela da ONU, declarando sua independência em 2008.’

Com o fim do conflito, em 1999, e o afastamento do presidente Slobodan Milosevic, a Iugoslávia ingressou finalmente na transição para a democracia. Em fevereiro de 2003, a República Federal da Iugoslávia foi declarada extinta pelo Parlamento iugoslavo em sua última sessão. Em seu lugar foi criado o Estado da Sérvia e Montenegro.

Em maio de 2006, foi realizado um plebiscito em Montenegro para que a população decidisse sobre a independência em reação a Sérvia. O resultado indicou a vitória da opção separatista. Com isso, o Parlamento de Montenegro proclamou a independência de Montenegro em relação à Sérvia.

Vale lembrar que a Otan, que interveio no conflito, foi criada em 1949 e reunia os Estados Unidos e países da Europa na luta contra a suposta ameaça de o bloco socialista avançar sobre esses países do bloco capitalista. No início do século XXI, o papel da Otan vem sendo rediscutido, já que a luta entre os blocos não mais existe. Essa foi a única vez em que as tropas da Otan participaram de um conflito armado.




Guerra do Camboja

Parte integrante dos domínios franceses na Indochina, os protetorados do Laos e do Camboja transformaram-se em nação independentes por ocasião da Conferência de Genebra, em 1954, sendo declarados, neutros e proibidos de instalarem bases militares estrangeiras em seu território.
Em 1955, ela tornou-se independente, instalando-se em suas fronteiras uma Monarquia constitucional. Também esse país passou pela conjuntura revolucionária da Guerra Fria, evidenciando-se a presença de forças favoráveis aos norte-americanos e aos soviéticos. Já na época da independência, o príncipe Norodom Sihanouk procurou manter-se neutro em relação à Guerra do Vietnã, atitude que não agradou aos Estados Unidos.
Durante seu governo (1954-1970), cresceu a influência do Khmer Vermelho (Partido Comunista do Camboja). No entanto, como as forças comunistas acabassem ampliando seu domínio territorial e desse início ao uso sistemático da Trilha de Ho Chi Minh para enviar auxílio aos vietcongues, a direita cambojana articulou um golpe de Estado, chefiado pelo general Lon Nol. Em março de 1970 ele derrubou a monarquia constitucional e instalou uma república, prontamente reconhecida pelos Estados Unidos. Era a ditadura pró-ocidental, a estratégia de Nixon para o sudeste asiático. A partir daí instauraram-se governos instáveis e ditatoriais.
Em 1975, o Khmer Vermelho (grupos guerrilheiros apoiados pela China) derrubou Lon Nol, instalando a República Popular da Kampuchea, recolocando no poder Norodom Sihanouk . No ano seguinte, o líder mais radical do Khmer Vermelho, Pol Pot, derrubou o presidente, implantando uma ditadura tão sangrenta que reduziu a população pela metade.
Sob o comando do Khmer Vermelho, adotou-se a política de absoluta priorização da agricultura no Camboja, com transferência da população urbana para o campo. (A capital, Phnom Penh, que tinha algo próximo a três milhões de habitantes, acabou reduzida a pouco mais de vinte mil). Das outras medidas adotadas pelo governo de Pol Pot, sempre caracterizadas pelo extremismo, destacaram-se a abolição da moeda nacional (riel), da religião e da unidade familiar. Nas perseguições generalizadas, fundadas na definição do "ano zero", ponto de partida de um Camboja que "nascesse de novo", suprimindo todos os vestígios da sociedade anterior, eliminaram-se todos aqueles que fala-se alguma língua estrangeira, universitários, intelectuais, qualquer um que usasse óculos e pequenos proprietários, chegando, segundo dados oficiais, ao extermínio de 2,8 milhões de pessoas, além de 570 mil desaparecidos.
A ditadura Pol Pot, apoiada pela China, foi também responsável por um conflito com o Vietnã, que era então apoiado pela União Soviética. Face à situação, a Frente Unida Nacional para a Salvação do Kampuchea (FUNSK), apoiada por tropas vietnamitas, ocupou a capital (1979) e proclamou a República Popular do Camboja. Pol Pot foi destituído, e assumiu a presidência, o Heng Samrin que sancionou uma nova Constituição (1981). Norodom Sihanouk organizou uma nova frente nacional no exílio e, durante a década de 1980, continuou a ação contra as autoridades do país, que havia adotado a denominação de Estado do Camboja e o budismo como religião nacional (1989).
Em 1989, graças aos acordos entre o grupo pró-Vietnã e o grupo pró-China, os vietnamitas saíram do Camboja, enquanto se buscava, sem sucesso, estabilização política do país. Os remanescente radicais do Khmer Vermelho, que se refugiaram na Tailândia, ainda apoiados pela China e pelos Estados Unidos, continuaram desenvolvendo combates sucessivos no Camboja visando recuperar o controle do país. Os khmers vermelhos, aproveitando a retirada das tropas vietnamitas (completada em 1989), lançaram uma ofensiva. A fronteira da Tailândia, no início dos anos 1980, vivia a ampliação progressiva dos conflitos e, somente na década de 1990, em meio ao colapso do bloco soviético, começou a normalização das relações sino-vietnamitas e da política do Camboja, sob a tutela da ONU. 
A ONU elaborou um plano de paz, criou um Conselho Supremo Nacional presidido (julho de 1991) pelo príncipe Norodom Sihanouk e os quatro grupos rivais assinaram um acordo de paz em Paris (outubro de 1991). Nas eleições de 1993, venceu o Partido do príncipe Norodom Sihanouk, a Frente Unida Nacional para um Camboja Independente, Neutro, Pacífico e Cooperativo (FUNCIPEC); ganhou 58 lugares face aos 51 do Partido do Povo do Camboja (PPC), sendo formado um governo de coligação. A Constituição de setembro de 1993 sancionou o regresso à monarquia parlamentar. Norodom Sihanouk foi proclamado rei, designando copresidentes seu filho, Norodom Ranarid, líder do FUNCIPEC, e H. Sen, líder do PPC. A situação de equilíbrio entre ambas as forças manteve-se estável, apesar das várias situações críticas.
Nos anos 1990, as violentas disputas pelo poder político continuaram, mesmo depois de o Camboja se transformar numa monarquia, em 1993, e do fracasso do governo de coabitação entre as facções inimigas.
O conflito com os khmers vermelhos constituía, ainda em 1995, um fator desestabilizador, mas, a partir de então, estes entraram em uma crise interna: em agosto de 1996, I. Sary e 3.000 dos seus seguidores desertaram e o seu líder histórico, Pol Pot, foi condenado à prisão perpétua por genocídio. As tensões políticas incrementaram-se quando Norodom Sihanouk substituiu H. Sen por U. Huot na copresidência. Em abril de 1998, Pol Pot foi encontrado morto na fronteira com a Tailândia e em novembro desse ano, H. Sen tornou-se o único copresidente ou primeiro-ministro. Em 2002 foram celebradas as primeiras eleições locais depois da queda dos khmers vermelhos. Em julho de 2003 celebraram-se eleições legislativas, nas quais a lista do PPC foi a mais votada mas não obteve a maioria suficiente para governar sozinha. Em setembro de 2004, o príncipe Norodom Sihamoni foi nomeado pelo Conselho do Trono do Camboja novo monarca, após seu pai, o rei Norodom Sihanouk, ter abdicado por motivos de saúde. Nas eleições legislativas de 2008, as primeiras depois da emenda constitucional de 2006, que reduziu a maioria requerida para formar governo de dois terço à maioria simples, o PPC do primeiro-ministro Hun Sen obteve 90 cadeiras com 58 % dos votos.


11 de setembro: Atentado terrorista aos Estados Unidos

Em 1979, durante a Guerra Fria, a União Soviética invadiu o Afeganistão, na Ásia, para garantir que o governo socialista que tinha se instalado naquele país no ano anterior se mantivesse no poder. Em resposta, os Estados Unidos ofereceram armas e treinamento aos guerrilheiros que se opunham à União Soviética.
Entre esses guerrilheiros, acredita-se, estava Osama bin Laden, líder islâmico que comandava uma organização paramilitar.
Dez anos após a invasão, a União Soviética se retirou do Afeganistão, e diferentes grupos armados passaram a disputar o poder. Depois de uma sangrenta guerra civil, em 1996, o governo afegão foi controlado pelo grupo fundamentalista islâmico Talibã, que estabeleceu uma ditadura teocrática e antiocidental. Ao mesmo tempo, consolidava-se a organização terrorista Al Qaeda, chefiada por Bin Laden, que tinha o objetivo, em nível global, de combater a influência da cultura ocidental sobre os países islâmicos.
Na manhã do dia 11 de setembro de 2001, terroristas islâmicos assumiram o controle de dois aviões de passageiros e os lançaram contra as torres gêmeas do Word Trade Center, em Nova York, centro comercial de 110 andares que era considerado o símbolo do poderio econômico norte-americano. Um terceiro avião foi lançado sobre o Pentágono, símbolo do poder militar dos Estados Unidos, e um quarto dirigiu-se à Casa Branca, sede do governo norte-americano, mas foi abatido antes de atingir o alvo.
Descobriu-se que os ataques não foram improvisados, mas planejados com antecedência pela organização terrorista Al Qaeda, e tinham por objetivo desafiar a supremacia econômica, política e militar dos Estados Unidos. Os ataques terroristas, que mataram cerca de três mil pessoas, foram filmados e transmitido em tempo real para televisões de todos os países. O espetáculo de terror deixou atônitos os espectadores no mundo inteiro e provocou uma verdadeira paranoia dentro dos Estados Unidos.
Era a primeira vez que os norte-americanos eram atacados em seu próprio território. Diante do clima de insegurança que se espalhou pelo país, estimulado pelos sensacionalistas dos meios de comunicação, o governo decidiu agir. Em outubro de 2001, o presidente George W. Bush lançou o Patriot Act, um pacote de medidas de segurança que estabelecia o aumento da vigilância em portos, aeroportos e locais públicos, o direito de violar correspondências, conversas telefônicas e e-mails sem  autorização judicial e a liberdade para prender e interrogar suspeitos de terrorismo sem o devido processo judicial.
O pacote de medidas de Bush foi muito criticado por restringir direitos civis elementares dos cidadãos, como a liberdade de ir e vir, o respeito à privacidade e a garantia da ampla defesa em caso de prisão.
Os ataques de 11 de setembro fortaleceram os setores mais conservadores da sociedade e do exército dos Estados Unidos. Esses setores defendiam uma política externa mais agressiva para mostrar ao mundo a supremacia política, econômica e militar dos Estados Unidos. Apoiando-se nesses grupos, o presidente George W. Bush elegeu a luta contra o terrorismo como prioridade do governo norte-americano.
Segundo o governo dos Estados Unidos, os autores dos ataques foram os integrantes da Al Qaeda, organização liderada por Osama Bin Laden.
A resposta dos Estados Unidos ao atentado de 11 de setembro não tardou. Amparado na chamada Doutrina Bush, pela qual o governo norte-americano se dispõe a atacar preventivamente qualquer país que apoie atividades terroristas, os Estados Unidos investiram contra o Afeganistão, país controlado pelo regime extremista islâmico do taliban e onde estava a base de treinamento da Al Qaeda.
Embora os norte-americanos tenham destruído as bases da Al Qaeda, não conseguiram capturar seu líder, Osama bin Laden. Tropas estadunidenses bombardearam e invadiram o Afeganistão. Em dois meses, derrubaram o regime talibã, que tinha ligações com a Al-Qaeda e, desde 1996, governava o país.
Em 2011, após intensas buscas, Bin Laden foi capturado e morto no Paquistão por forças dos Estados Unidos.


A Guerra do Vietnã

A Conferência de Genebra previa eleições gerais para que a população dos dois Vietnãs decidisse se o país deveria ser reunificado ou não. Em outubro de 1955, porém, o governo do Vietnã do Sul, apoiado pelo governo dos Estados Unidos, cancelou as eleições. Ambos temiam que o comunista Ho Chi Minh se sagrasse vencedor.
Indignados com o cancelamento das eleições, opondo-se à divisão do Vietnã e tentando derrubar Ngo Dinh Diem, muitos opositores ao governo do Vietnã do Sul começaram a organizar grupos guerrilheiros. Os combates entre o exército sul-vietnamita e esses grupos tiveram início em 1957. Eram ainda confrontos esporádicos. Em 1959, os grupos guerrilheiros já eram fortes o bastante para ampliar o conflito.
Com a justificativa da necessária intervenção norte-americana para combater o avanço do socialismo, Lyndon Johnson, presidente dos EUA, ordenou o envio de ajuda militar ao governo do Vietnã do Sul, era o começo da Guerra do Vietnã (1959-1975).
Organizados na Frente de Libertação Nacional, os guerrilheiros, conhecidos como vietcongues, passaram a contar com o apoio do governo do Vietnã do Norte. Em contrapartida, o governo dos Estados Unidos prestava assistência em homens e armas ao Vietnã do Sul. Em 1962, havia 10 mil militares norte-americanos envolvidos na Guerra do Vietnã. Em 1965, esse número chegava a 500 mil soldados norte-americanos combatendo no Vietnã.
A Guerra no Vietnã, marcada pelos conflitos entre o Sul, apoiado pelos EUA, e o Norte, apoiado pela URSS, durou cerca de 12 anos e foi marcada pela violência dos combates e pela utilização maciça de armamentos químicos. Os EUA despejaram sobre o Vietnã milhões de toneladas de napalm e chegaram a manter na região 550 mil soldados.
As imagens da guerra transmitidas pela televisão, mostrando a morte de soldados norte-americanos, exerceram forte influência na opinião pública dos Estados Unidos. A maioria da população passou a pedir o fim da guerra. Ao mesmo tempo, milhares de jovens norte-americanos deixavam o país para escapar do serviço militar.
Os Estados Unidos despejaram no Vietnã mais bombas do que foram lançadas na Segunda Guerra Mundial. Entretanto, apesar do poderoso arsenal bélico, as tropas norte-americanas foram derrotadas pelas forças norte-vietnamitas e vietcongues. Apesar do cessar fogo decretado em 1973 e da retirada das tropas americanas, a guerra prosseguiu até 30 de abril de 1975, quando o governo do Vietnã do Sul rendeu-se às tropas nortistas e sua capital, Saigon, foi rebatizada de Ho Chi Minh, em homenagem ao líder vietnamita do norte, falecido em três de setembro de 1969.
Cerca de 58 mil norte-americanos morreram no Vietnã. Muitos outros ficaram feridos ou mutilados. Quanto ao Vietnã, as perdas foram imensas: cerca de 3 milhões de baixas, entre soldados e pessoas da população civil.
A Guerra do Vietnã repercutiu no mundo inteiro. Mas foi nos Estados Unidos que ela provocou as maiores ondas de protesto. Em novembro de 1969, 250 mil pessoas realizaram uma impressionante marcha pelas ruas de Washington. A opinião pública exigia maciçamente o fim do conflito. Somente em 1970, estudantes de mais de quatrocentas faculdades fizeram demonstrações contra a guerra em várias cidades norte-americanas.
O movimento pacifista hippie, originário de São Francisco, Califórnia, teve um papel muito importante nessas manifestações. Seu lema: “Faça amor, não faça guerra!”. Usando roupas coloridas e floridas, os cabelos compridos e o símbolo da paz (um círculo com um Y de cabeça para baixo), o movimento hippie ganhou fama rapidamente. Muitos soldados norte-americanos no Vietnã carregavam o símbolo no peito.

 Nelson Piletti.Claudino Piletti. História e vida integrada. ensino fundamental.




GUERRA DO LÍBANO

Quando o Líbano se tornou independente da França, em 1946, o poder passou a ser dividido entre os vários grupos religiosos do país. O território do Líbano viveu uma guerra civil a partir de 1958, causada pela disputa de poder entre grupos religiosos do país: os cristãos maronitas, os sunitas (muçulmanos que acreditam que o chefe de Estado deve ser eleito pelos representantes do Islã, são mais flexíveis que os xiitas), drusos, xiitas e cristãos ortodoxos. O poder, no Líbano, era estratificado. Os cargos de chefia eram ocupados pelos cristãos maronitas, o primeiro ministro era sunita e os cargos inferiores ficavam com os drusos, xiitas e cristãos ortodoxos.
Durante anos o Líbano prosperou, tornando-se o principal centro financeiro e comercial do Oriente Médio. Porém, a medida que crescia a população muçulmana, o pacto de poder impedia a ascensão desse grupo aos cargos mais importantes. Em 1958, as tensões sociais explodiram numa guerra civil. A intervenção dos Estados Unidos impediu que o Estado libanês se desintegrasse nessa ocasião.
Após a retirada das tropas americanas, a pedido da ONU, foi encontrada uma solução política para o problema, com a organização de um governo composto pelos líderes dos vários grupos religiosos do país. O frágil equilíbrio de poder, no entanto, seria rompido na década de 1970, principalmente com a chegada de grande números de palestinos, expulsos da Jordânia, e a atuação cada vez mais independente dos guerrilheiros da OLP em território libanês.
As tensões entre as comunidades se intensificam com o aumento populacional dos muçulmanos, que passam a reivindicar maior participação no poder, e com a presença maciça de guerrilheiros da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), expulsos da Jordânia em 1970, que passam a interferir nas disputas internas libanesas. 
Os cristãos maronitas, acusando o governo de ineficácia, integraram-se às milícias do Partido Falangista, de extrema direita, que defendia a expulsão imediata dos palestinos e a manutenção do poder nas mãos dos cristãos. Por outro lado, milhares de jovens drusos, sunitas e xiitas alistaram-se nas forças de suas respectivas organizações políticas.
A guerra aberta entre as várias facções iniciou-se em 1975, quando um atendado falangista a um ônibus provocou a morte de dezenas de palestinos e libaneses muçulmanos. O exército regular, comandado por oficiais cristãos, acabou se desestruturando sob o impacto de uma rebelião de jovens oficiais muçulmanos. Desde então, cada grupo político-religioso ampliou suas milícias com soldados desertores, e a guerra civil atingiu o país com uma violência sem precedentes.
Uma série de vitórias dos muçulmanos coligados com a OLP alarmou a Síria que, rompendo sua aliança com os muçulmanos, resolveu intervir no conflito a favor dos maronitas. Em junho de 1976, a Síria intervém militarmente para garantir o governo do cristão conservador Elias Sarkis. Porém, a presença das Forças Armadas sírias provocou protestos imediatos dos árabes. Franceses, norte-americanos e soviéticos deslocaram-se para a região, o que forçou o Encontro de Riad, em outubro de 1976. Nesse encontro a Síria foi obrigada a se reconciliar com a OLP e renunciar a seu pretenso direito de intervir no Líbano.
Uma comissão formada por Egito, Arábia Saudita, Síria e Kuwait ficou encarregada de supervisionar a paz na região. Entretanto, o assassinato do líder druso Kamal Jumblatt, em 1977, desencadeou uma nova onda de violência. Os combates foram retomados com toda força, agravados por incursões sucessivas de Israel que, através da operação ironicamente batizada Paz na Galileia, tentava banir a OLP do Líbano. Foi durante a ocupação israelense que ocorreram os massacres dos campos palestinos de Sabra e Chatila.
Amin Gemayel, eleito presidente em 1982, reforçou o poder dos maronitas, respaldado pelas tropas de fuzileiros navais norte-americanos, que desembarcaram no país para intimidar a Síria e seus aliados: as milícias drusas,, sunitas e xiitas e a União soviética. Mas a retirada das tropas americanas, seguida pelas de Israel, enfraqueceu os cristãos. Os drusos dominara a região do Chuf - área montanhosa ao sul e a leste de Beirute - expulsando as comunidades maronitas que ali viviam há séculos, numa significativa derrota dos falangistas em 1984 e 1985.
A perda de controle da capital enfraqueceu muito o presidente libanês, criando uma situação favorável ao regime sírio de Hafez Assad e seus partidários libaneses, que recorreram a explosões de veículos nos bairros cristãos e a tentativas de assassinato dos auxiliares de Amin Gemayel.
A partir de então, a intolerância religiosa e o sectarismo político chegaram a pontos extremos: vários estrangeiros foram sequestrados; o primeiro-ministro Rashid Karame foi assinado, em junho de 1987; a rivalidade entre o Amal (grupo da comunidade xiita, pró-Síria) e o Hezbolá (Partido de Deus) - dissidentes xiitas radicais ligados ao Irã - culminou em sangrentos combates nos subúrbios de Beirute.
Totalmente desacreditado, Gemayel, terminou seu mandato em 1988, sem conseguir restabelecer a autonomia política do país. Com efeito, no ano seguinte a Síria empreendeu nova ofensiva no sentido de fortalecer sua influência no Líbano. Em novembro de 1989 foi eleito novo presidente, que no entanto foi assassinado duas semanas depois. Um novo mandatário foi escolhido pelo parlamento.
Em meados de 1997, a situação do Líbano era a seguinte: a partir do final da guerra civil, em 1985, o país deu início a  reconstrução de sua economia e suas cidades.


A Guerra Irã-Iraque

A Guerra Irã-Iraque foi o conflito entre o Irã e o Iraque com fins de ganhos territorial e político no Oriente Médio, durando cerca de 10 anos, entre 1980 e 1990. Depois da revolução islâmica de 1979 no Irã, as relações entre o Irã e o Iraque se deterioraram. O Iraque invadiu o vizinho, dando início a uma guerra que durou oito anos. Tudo começou em 1980 quando Saddam Hussein, líder iraquiano, revogou um tratado firmado em 1975, no qual cedia cerca de 518 quilômetros quadrados de sua área ao Irã e em troca o país cessaria a assistência militar à minoria curda no Iraque, que lutava pela independência. Saddam Hussein usou uma antiga disputa de fronteiras, sobre a posse do canal de Chatt-el-Arab, como pretexto para invadir o país vizinho. Sua real intenção era enfraquecer o poder do Irã para que seu fervor fundamentalista deixasse de ser uma ameaça ao seu domínio pessoal no Iraque. Os interesses iraquianos eram claros: desestabilizar o governo islâmico iraniano de Teerã e anexar importantes territórios ricos em petróleo.
As relações dos países do ocidente com o Iraque foram amigáveis durante a guerra contra o Irã. Muitos países ocidentais temiam os efeitos da popularização da ideologia islâmica radical do aiatolá Khomeini. Por isso, queriam evitar uma vitória do Irã.
Em 1982, os Estados Unidos removeram o Iraque da lista de países que apoiavam práticas consideradas terroristas. Dois anos mais tarde, os dois países restabeleceram relações diplomáticas, que haviam sido rompidas na guerra árabe-israelense de 1967.
A principal fonte de armas do Iraque era o seu velho aliado, a União Soviética. Mas vários outros países, como Grã-Bretanha, França e os Estados Unidos, também forneceram armas e equipamento militar ao Iraque. Os americanos chegaram a dividir informações de seu serviço de inteligência com as autoridades de Bagdá. Enquanto o Irã contava com a ajuda da Síria e da Líbia. Mas, em meados da década de 80, a reputação internacional do Iraque ficou abalada quando foi acusado de ter utilizado armas químicas contra as tropas iranianas.
No princípio de 1988, o Conselho de Segurança da ONU exigiu um cessar-fogo. O armistício veio em julho e a paz foi reestabelecida em 15 de agosto. Em 1990, o Iraque aceitou o acordo de Argel de 1975, que estabelecia fronteira com o Irã. Não houve ganhos e as perdas foram estimadas em cerca de 1,5 milhão de vidas. A guerra destruiu os dois países e diminuiu o ímpeto revolucionário no Irã. Em 1989, o aiatolá Khomeini morreu. A partir de então, o governo iraniano passou a adotar posições mais moderadas. Em Setembro de 1990, enquanto o Iraque se preocupava com a invasão do Kuwait, ambos os países restabeleceram relações diplomáticas.
Entretanto, com o armamentismo desenvolvido durante a guerra com o Irã, o Iraque tornou-se, então, um dos países mais poderosos militarmente do Oriente médio, juntamente com Egito e Israel.



A Guerra do Iraque


A guerra do Iraque é um conflito entre Iraque e Estados Unidos. Em 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos foram fortemente atacados por terroristas da Al Qaeda comandados por Osama bin Laden.
Desde então, o presidente norte-americano George W. Bush liderou a luta contra o terrorismo. Um ano após os atentados, George W. Bush acusava, oficialmente à ONU, Saddan Hussein de guardar grande quantidade de armas de destruição em massa e armas químicas em seu território. Após a invasão, no entanto não foi encontrada nenhuma prova da existência de tais armas. Para justificar a guerra, alguns responsáveis norte-americanos referiram também que havia indicações de que existia uma ligação entre Saddam Hussein e a Al-Qaeda. Apesar disso não foram encontradas provas de nenhuma ligação substancial à Al-Qaeda.

A guerra

No dia 18 de março de 2003, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush deu um prazo de 48h para que o líder iraquiano, Saddam Hussein, e seus filhos deixassem o Iraque, ocaso contrário daria início à guerra no país.
Os líderes iraquianos não só rejeitaram o ultimato de Bush, como ameaçaram dizendo que os soldados que invadissem o Iraque iriam morrer decapitados. Com essa atitude o governo americano qualificou a rejeição como um “erro” e afirmou que o próximo passo dependeria de Saddam.
Aliados desde o início da crise iraquiana, os Estados Unidos e o Reino Unido tinham 280 mil soldados na região, posicionados para invadir àquele país, no que Bush classificava de ataque preventivo com o objetivo de acabar com a suposta capacidade de Saddam usar armas químicas, biológicas ou nucleares, ou de fornecer tais armas a grupos muçulmanos como a rede Al Qaeda, de Osama bin Laden.
Nos Estados Unidos, o país foi colocado em alerta máximo contra possíveis ataques terroristas. O espaço aéreo foi fechado em algumas localidades que poderiam ser alvo de atentados. No segundo dia, 20, da “Operação Liberdade do Iraque”, a capital de Bagdá voltou a tremer devido a uma série intensa de explosões. A Primeira Força Expedicionária dos Fuzileiros Navais cruzou a fronteira do Kuwait, dando início à primeira operação por terra ao Iraque. Os soldados usavam roupas especiais para o caso de sofrerem ataques de armas químicas e biológicas.
Em 09 de abril, Bagdá foi dominada pelas tropas inimigas. A invasão levou pouco tempo até à derrota e à fuga de Saddam Hussein. Um mês depois, sob comando norte-americano, surgem projetos para reconstruírem o Iraque, mas este assunto foi em tempos esquecido, Saddam Hussein foi capturado em 13 de dezembro de 2003. Em 30 de dezembro de 2006, Saddam Hussein foi morto, enforcado por cumprimento da sentença julgada no país.
A coligação liderada pelos Estados Unidos ocupou o Iraque e tentou estabelecer um governo democrático; no entanto falhou na tentativa de restaurar a ordem no Iraque. A instabilidade levou a um conflito assimétrico com a insurgência iraquiana, guerra civil entre entre muitos iraquianos sunitas e xiitas e as operações da Al-Qaeda no Iraque. Como resultado do seu fracasso em restaurar a ordem, um número crescente de países retiraram as suas tropas do Iraque.




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