quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023
A presidência de João Goulart (1961-1964)
A presidência de Jânio Quadros (1961)
Jânio Quadros foi eleito com a maior votação obtida, até então, por um político brasileiro. No entanto, só fez descontentar seus eleitores, nos poucos meses em que ocupou a Presidência.
Jânio ao assumir o governo tem um compromisso de realizar as
reformas preteridas pela UDN, porém a questão da sua personalidade vai
interferir no seu governo. As medidas ao invés de terem preocupações de
reorganizar o país, passam apenas por um processo de moralismo. Ele começa o
seu governo proibindo o uso de biquíni nas praias, proíbe a briga de galo e o
lança perfume no carnaval.
O "estilo" de Jânio de governar
Político com rápida e brilhante carreira em São Paulo, apresentou-se para a eleição com força enorme (A vassoura contra a corrupção) tendo atraído votos de todo tipo de eleitor.
Durante a campanha, Jânio conseguiu conquistar uma legião de admiradores com um discurso populista e marcadamente moralista. Apresentava-se como o "homem do tostão contra o milhão" que iria "sanear" a nação. O seu símbolo preferido era a vassoura e o jingle "Varre, varre vassourinha/ Varre, varre a bandalheira/ O povo já está cansado/ De viver dessa maneira". Em outubro de 1960, Jânio recebeu uma das mais expressivas votações da história: teve 48% dos votos (6 milhões de votos).
Todavia, apesar da
"excentricidade" aparente, Jânio era um político bastante conservador
e autoritário. Desde o início, procurou controlar os sindicatos, não hesitou em
reprimir os protestos camponeses do Nordeste, mandou prender estudantes
rebeldes, adotou uma política de austeridade e acreditou poder corrigir os
vícios da administração pública reprimindo a corrupção.
Os analistas políticos consideram Jânio Quadros uma figura política difícil de ser definida. Ele não era de direita nem de esquerda. Por outro lado, era contrário ao comunismo e queria manter o país aberto ao capital estrangeiro, além de seguir a política econômica ditada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Mas, ao mesmo tempo, em plena Guerra Fria, defendeu uma política externa independente das pressões das grandes potências e enviou ao congresso uma lei antitruste e outra de regulamentação e restrição do envio de lucros para o exterior.
A repressão aos movimentos camponeses, aos movimentos de estudantes e o controle dos sindicatos, demonstra toda a forma conservadora e autoritária do Presidente no plano interno. Apesar de sua estreita concepção política no plano interno, Jânio curiosamente declarou-se favorável a uma política externa independente, colocando-a em prática. Reatou as relações diplomáticas e comerciais com o bloco comunista, o que desagradou profundamente ao governo norte-americano.
Entretanto, os problemas que Jânio tinha a resolver eram
muitos e difíceis. Em primeiro lugar, a pesada herança das contas legadas por
Juscelino, referentes à construção de Brasília. De outro lado, não se mostrava
capaz de superar a crise financeira, pois a sua política de austeridade era
constituída de medidas impopulares, como congelamento dos salários, restrição
ao crédito, corte de subsídios federais, desvalorização do cruzeiro. Com isso,
as inquietações empresariais e operárias não tardaram a aparecer.
A segunda presidência de Getúlio Vargas (1951-1954)
Nacionalismo e trabalhismo
“O petróleo é nosso!”
Oposição e crise política
O fim do governo Getúlio Vargas
sábado, 21 de janeiro de 2023
A presidência do general Dutra (1946-1951)
Política econômica do Estado Novo
Agricultura
Industrialização
Fonte: Gilberto Cotrim - Historia Global; Saraiva.
Política trabalhista do Estado Novo
sexta-feira, 20 de janeiro de 2023
Governo Ditatorial de Vargas (1937-1945)
Conforme as regras constitucionais, o mandato presidencial de Getúlio Vargas terminava em 1938. Aproximando-se a data das eleições presidenciais, teve início a campanha eleitoral. Publicamente, Getúlio manifestava que respeitaria as eleições e entregaria o poder. Mas, enquanto isso, preparava um golpe de Estado para permanecer na presidência da República.
Em fins de setembro de 1937, o governo notificou que o serviço secreto do Exército tinha descoberto um perigoso plano comunista, chamado Plano Cohen, para destruir o regime democrático. Na verdade, tratava-se de uma farsa armada pelo próprio governo, forjado pelo capitão Olímpio Mourão Filho militante integralista. Em nome do combate ao “perigo comunista”, Getúlio Vargas decretou o estado de guerra, prendendo o maior número possível de adversários.
No dia 10 de novembro de 1937, Vargas ordenou o cerco militar ao Congresso Nacional, impôs o fechamento do legislativo e outorgou uma nova Constituição para o país, elaborada pelo jurista Francisco Campos, substituindo a Constituição de 1934. Iniciava-se o governo ditatorial de Vargas, conhecido como Estado Novo.
A Constituição do Estado Novo ficou conhecida como “a polaca”, pois se inspirava no modelo da constituição autoritária da Polônia.
Durante esse período, o país viveu sob o chamado estado de emergência, que permitia ao governo invadir casas, prender pessoas e exilar líderes oposicionistas. Getúlio Vargas mantinha em suas mãos amplos poderes, e seus atos não se submetiam à Justiça.
Os estados brasileiros perderam autonomia política, ficando submetidos ao governo federal. Em comemorações públicas realizadas em todas as capitais, as bandeiras estaduais foram queimadas para demonstrar que o federalismo estava morto.
Os partidos políticos foram extintos e as eleições democráticas, suspensas. Greves e manifestações contrárias ao governo eram proibidas pela polícia. A polícia política, comandada por Filinto Müller, perseguia milhares de cidadãos, prendendo, torturando e matando.
A Ação Integralista de Plínio Salgado havia apoiado o Estado Novo de Getúlio. No entanto, o sistema autoritário de Vargas não permitia a existência de partidos políticos, mesmo de direita. Por isso impediu o funcionamento do partido de Plínio Salgado. Setores mais exaltados do grupo de Plínio Salgado reagiram contra a medida de Vargas. Em maio de 1938, os integralistas tentaram tomar de assalto o palácio presidencial, onde se encontrava Vargas e sua família. O ditador e seus familiares reagiram de revólver em punho contra os integralistas, até a chegada da polícia e do exército. Plínio Salgado precisou fugir do país.
Aspectos Políticos-Administrativos do Estado Novo
Para legitimar-se, o Estado Novo utilizou de diferentes mecanismos. A legislação trabalhista transformou Getúlio Vargas no líder político mais popular do Brasil. A instituição do salário mínimo criou no imaginário popular a ideia de que o presidente Vargas era um verdadeiro benfeitor da classe operária (lembrar que o salário mínimo na época era suficiente para sustentar uma família de 4 pessoas).Um regime ditatorial como o Estado Novo tinha que contar com órgãos repressivos eficientes. Filinto Müller, o chefe de polícia de Vargas, ficou conhecido por perseguir, torturar e encarcerar os inimigos do regime, principalmente a esquerda.
O Estado Novo valeu-se também de uma bem montada máquina de propaganda. O DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), criado em 1939, promovia, por meio do rádio, do cinema e de outros veículos de comunicação, o regime e a figura de Vargas. Ao mesmo tempo impedia a circulação de ideias contrárias. A instituição do programa radiofônico a Voz do Brasil, permitia ao governo difundir as mensagens do seu interesse em todo o território nacional. Foi criado também o DASP (Departamento de Administração de Serviço Público) para coordenar o funcionamento do vasto aparelho burocrático-administrativo do Estado Novo.
A Segunda Guerra Mundial e o Fim do Estado Novo
No governo Vargas havia vários ministros simpatizantes do nazismo. Os descendentes de alemães e italianos do Sul do Brasil viam com simpatia as vitórias da Alemanha Nazista na Guerra. Quando os Estados Unidos entraram na guerra, em dezembro de 1941 (ataque japonês a Pearl Harbour), o Brasil tomou partido dos Aliados (ingleses, franceses, norte-americanos...) e passou a fornecer matérias-primas a eles. O Nordeste brasileiro se tornou uma base estratégica para as operações aliadas. O Brasil se colocava, portanto, contra a Alemanha.
Com isso os lideres da oposição despertaram para a luta política interna e intensificaram suas críticas ao fascismo internacional e ao Estado Novo.
Em 1942 o Brasil declarou
guerra ao eixo (Alemanha, Itália e Japão). Em 1943 começava a se formar a FEB
(Força Expedicionária Brasileira) para lutar, ao lado dos americanos, contra as
forças nazistas na Itália. Isto provocou uma contradição: internamente tínhamos
um governo autoritário e, no plano externo, enviávamos soldados para combater
as ditaduras.
No início de 1943, foi fundada
a Sociedade Amigos da América, com o objetivo de combater os remanescentes do
movimento integralista e o autoritarismo de Vargas. A Ordem dos Advogados do
Brasil, por sua vez, criticava os princípios jurídicos do Estado Novo. Em outubro
de 1943 foi lançado o Manifesto dos Mineiros (liberais da oligarquia
mineira), pedindo garantias constitucionais à liberdade de expressão.
Vargas, sentindo o novo rumo
dos acontecimentos, demitiu alguns auxiliares com posições fascistas mais
evidentes, caso de Filinto Müller. Começou também a articular uma transição
para a democracia que o mantivesse no poder. Em fevereiro de 1945, o governo
fixou prazo para a eleição presidencial. Concedeu anistia ampla a todos os
condenados políticos. Libertou os comunistas presos, entre os quais Luís Carlos
Prestes. Permitiu a volta dos exilados ao país.
Nesse clima de abertura
democrática, foram organizados diversos partidos políticos, como: União
Democrática Nacional (UDN); Partido Social Democrático (PSD); Partido
Trabalhista Brasileiro (PTB); Partido Social Progressista (PSP). Foi
permitida também a legalização do Partido Comunista Brasileiro (PCB),
que vivia na clandestinidade.
Nas eleições presidenciais,
marcadas para 2 de dezembro de 1945, concorreriam três candidatos: o general
Eurico Gaspar Dutra (PSD e PTB, que contava com o apoio de Vargas; o brigadeiro
Eduardo Gomes (UDN); e o engenheiro Yedo Fiúza (PCB).
Queremismo
No decorrer da campanha
eleitoral, Getúlio Vargas fazia um jogo político contraditório. Apoiava formalmente
o general Eurico Gaspar Dutra, mas, às escondidas, estimulava um movimento
popular que pedia sua permanência no poder. Esse movimento, impulsionado pelo
PTB e pelo PCB, ficou conhecido como Queremismo, palavra derivada dos
gritos populares de “Queremos Getúlio!”.
Aproveitando o momento de
prestígio popular, Getúlio Vargas decretou, em junho de 1945, a lei
antitruste. Essa medida dificultava as atividades do capital estrangeiro no
Brasil e acabou provocando a reação das empresas estrangeiras e de seus
representantes.
Os setores de oposição
política a Vargas, temendo que ele continuasse no poder e impedisse a
realização das eleições presidenciais, uniram forças para derrubá-lo da presidência.
Em 29 de outubro de 1945, tropas do Exército cercaram a sede do governo
(palácio do Catete) e obrigaram Vargas a renunciar. A presidência da República
foi entregue temporariamente a José Linhares, presidente do Supremo Tribunal
Federal.
Era o fim do Estado Novo. Sem receber
punição alguma, Getúlio Vargas foi afastado do poder, retirando-se
tranquilamente para sua fazenda em São Borja, no Rio Grande do Sul. Com o apoio
político de Vargas, o general Dutra venceu as eleições presidenciais.
Fonte: Gilberto Cotrim - Historia Global; Saraiva.
Antonio Pedro/ Lisânias de Lima - História do Brasil; FTD.
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