Em agosto de 1931, durante o governo provisório, Vargas suspende o pagamento da dívida externa. No mesmo ano, reinicia a política de valorização do café e cria o Conselho Nacional do Café. Em 1º de junho de 1933 cria também o Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) para coordenar a agricultura canavieira, controlar a produção, comércio, exportação e preços do açúcar e do álcool de cana. Vargas desenvolve uma intensa política de promoção da indústria e intervém fortemente na economia.
quarta-feira, 4 de outubro de 2023
Economia na Era Vargas
Política externa no Estado Novo
Dois anos depois de instalada a ditadura Vargas começa a Segunda Guerra Mundial. Apesar das afinidades do Estado Novo com o fascismo, o Brasil se mantém neutro nos três primeiros anos da guerra. Vargas aproveita-se das vantagens oferecidas pelas potências antagônicas e, sem romper relações diplomáticas com os países do Eixo – Alemanha, Itália, Japão –, consegue, por exemplo, que os Estados Unidos financiem a siderúrgica de Volta Redonda.
A CULTURA NA REPÚBLICA VELHA
O fim do século XIX foi marcado, no Brasil, por transformações que acarretaram a queda do Império e o advento da República. Essas rupturas políticas se traduziram em rupturas sociais: a Abolição, a imigração, a introdução do trabalho assalariado, e a nível econômico ocorreu a ascensão da aristocracia cafeeira, a industrialização e a urbanização. Essas transformações tiveram seus reflexos a nível cultural apenas alguns decênios mais tarde.
As cidades se modernizam
Cotidiano e cultura: esperança de tempos melhores
Novos hábitos
Movimentos modernistas na arte
A pintura modernista no Brasil
A Semana de 1922
Futebol e samba
O CAFÉ E A REPÚBLICA - ECONOMIA CAFEEIRA
A implantação da economia cafeeira a partir de 1840. Percebemos que um conjunto de fatores favoráveis - como o crescimento das exportações de café, o aumento das taxas alfandegárias pela tarifa Alves Branco, a abolição do tráfico negreiro, a vinda de imigrantes europeus a partir de 1850 - permitiu a urbanização e o lento desenvolvimento da indústria. Esse surto industrial foi, entretanto, efêmero, pois a partir de 1860 a lei Silva Ferraz (anulando os aumentos alfandegários) provocou retração no mercado interno e iniciou uma série de falências dos pequenos setores fabris brasileiros.
Industrialização regional
O café financia a indústria
A indústria beneficia a agricultura
O Movimento Operário Brasileiro
AS PRIMEIRAS ORGANIZAÇÕES
Surgiram entre 1850 e 1880, não tinham caráter político, eram instituições que desenvolviam o auxílio mútuo entre os seus membros, nos casos de extrema necessidade como: doenças, enterros, acidentes, etc., a partir da iniciativa exclusiva dos próprios trabalhadores. Atente-se que, essas Associações não representavam uma ferramenta de resistência à exploração patronal.
LIGAS OPERÁRIAS
Começaram a surgir a partir de 1870, mais politizadas que as anteriores, deram origem aos primeiros sindicatos operários brasileiros. Objetivavam cobrar direitos, preconizando a greve como instrumento de luta. Deste momento em diante, as reivindicações operárias são: a redução da jornada de trabalho, o aumento salarial e a melhoria das condições de trabalho.
SINDICATOS
O termo SINDICATO passa a ser usado com mais, frequência, após o 1° Congresso Operário Brasileiro, realizado em 1906, que sugeriu o seu uso para estabelecer diferença entre as associações de resistência ao patronato das associações beneficentes.
Os sindicatos, em sua maioria, reuniam operários do mesmo ofício: sapateiros, chapeleiros, operários de indústria têxteis, garçons, gráfico, oleiros, vidraceiros, ferreiros marmoristas, etc. Havia, no entanto, sindicatos que reuniam, indistintamente, operários de diversos ofícios e de vários locais de trabalho. Podiam ainda, ser encontrados sindicatos que reuniam trabalhadores do mesmo grupo étnico, como o Círculo Operário Italiano e associações que se definiam pelo quadro de organização técnica de trabalho, como, por exemplo, o Sindicato dos Ferroviários. Esta nova forma de organização teve como principal característica a total desvinculação dos sindicatos de trabalhadores com relação ao Estado.
Para garantir seus direitos, no início do século XX, muitos trabalhadores passaram a se organizar em sindicatos. Essas associações de trabalhadores atuavam na luta por direitos como regulamentação da jornada de trabalho, salários dignos e melhores condições de trabalho dentro das fábricas.
As maneiras mais comuns de mobilização eram por meio da imprensa escrita; de manifestações, como comícios e passeatas; e de greves, que atingiam diretamente os interesses dos patrões com a paralisação das atividades nas fábricas.
Os sindicatos chegaram a ser perseguidos pelas autoridades policiais, que os viam como organizações que visavam perturbar a ordem, com seus associados sendo considerados “agitadores” e “baderneiros”, muitos dos quais foram presos como criminosos.
Apesar das dificuldades, a atuação dos sindicatos foi importante na conquista de direitos e na regulamentação do trabalho nas fábricas. Direitos como férias e licença-maternidade só foram alcançados por causa da ação dos sindicatos.
Vida de operário
Nas fábricas, os operários enfrentavam condições precárias. Trabalhavam mais de 15 horas por dia, ganhavam baixos salários e não tinham direito a férias. A maioria desses operários vivia em moradias precárias, como cortiços, que consistiam em um conjunto de pequenas casas onde várias famílias tinham, por exemplo, que compartilhar um único banheiro ou um tanque para lavar roupa.
Diante das difíceis condições de vida, as mulheres e os homens operários passaram a lutar por direitos sociais e participação política. Entre as correntes políticas que influenciaram o movimento operário, destacou-se, no início, o anarquismo. Mas havia outras tendências atuantes, como a corrente católica, que procurava afastar o operariado da influência anarquista e socialista, e o sindicalismo revolucionário, que defendia a greve como principal instrumento de luta.
Mulheres operárias, como a tecelã Maria Allés e as costureiras Elvira Boni e Maria Lopes, atuaram no movimento anarquista, protestando contra regulamentos de fábricas e organizando greves para reivindicar melhores condições de trabalho. Suas histórias foram, muitas vezes, apagadas devido ao predomínio de uma perspectiva masculina e das classes dominantes.
O país em greve
Em 1917, os operários conseguiram organizar uma greve geral, que atingiu várias cidades do país e teve a participação de aproximadamente 70 mil trabalhadores. A greve começou em São Paulo e teve a adesão de trabalhadores de outros estados, como Rio de Janeiro, Paraíba, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Durante a greve, no dia 9 de julho, o jovem sapateiro e anarquista José Martinez morreu baleado por tropas do governo. Esse fato ampliou a greve que se estendeu para outras fábricas de São Paulo e de diversas regiões do país.
Entre as reivindicações dos operários e das operárias, estavam: a proibição do trabalho para menores de 14 anos; a abolição do trabalho noturno para mulheres; a redução da jornada de trabalho para oito horas; o aumento de salários; e o respeito ao direito de associação e libertação dos grevistas presos.
Pressionados, o governo e os industriais tiveram de negociar. Concordaram em não punir os grevistas e prometeram aos operários melhores salários e condições de trabalho. Porém, os compromissos não foram cumpridos, provocando novas ondas de greves em 1919 e 1920.
DOUTRINAS SOCIAIS:
Durante o período em que o movimento operário gozou de total liberdade de associação (República Oligárquica), três correntes disputaram entre si a liderança da classe: Socialista, Anarco-sindicalista.
Liderados por intelectuais pertencentes à classe média, os sindicatos socialistas tiveram pequena penetração nos meios populares, porque defendiam a aliança dos setores médios urbanos ao operariado, como estratégia revolucionária. Suas preocupações centravam-se na divulgação das ideias de Marx e Engels no Brasil. Não acreditavam no sindicato como principal instrumento para a emancipação dos trabalhadores. Por buscarem a transformação gradativa do sistema social existente através da atuação de um partido político, insistiam no alistamento eleitoral e na adoção, pelo imigrante, da cidadania brasileira, necessária para a filiação ao partido socialista e para obter o direito ao voto nas eleições. Ao condenarem a greve como instrumento de luta, distanciavam-se cada vez mais do proletariado.
ANARCOSINDICALISMO
Quase sempre associado à presença de imigrantes italianos e espanhóis, foi a corrente de maior prestígio junto à classe operária brasileira da época. Seus líderes eram operários e priorizavam as reivindicações da classe.
Dentre seus princípios básicos destacam-se: a negação da autoridade do Estado ( a liberdade e a igualdade só seriam conseguidas com a destruição do capitalismo e do Estado que o defende), pregavam contra a propriedade privada, pois seria a fonte de todos os problemas da sociedade (destruir a propriedade privada sem destruir o governo burocrático de nada adiantaria, porque os burocratas concentram privilégios e não têm interesse em perde-los) consideravam a associação sindical como a única organização legítima dos trabalhadores (só o sindicato seria capaz de agrupar e solidarizar os operários conscientes, com base em interesses comuns), a ênfase na ação direta como instrumento de resistência ao capital, entendida como greve (geral ou parcial), passando pelo boicote, queda do ritmo de trabalho, produção intencionalmente imperfeita, além das manifestações públicas (passeatas). As greves deveriam constituir um exercício preparatório para a greve geral revolucionária.
O Anarquismo defendia ainda o desenvolvimento de uma cultura operária própria, marcada pela prática de várias atividades, que iam dos piqueniques, passeios e bailes, ao teatro e festivais de todos os tipos.
A atuação sindical se faria através de duas vias: a participação em movimentos coletivos de protesto ou reivindicação e a divulgação dos ideais anarquistas no meio do operariado.
Os ideais comunista no meio sindical teve início com a fundação do Partido Comunista, em 1922, formado por ex-anarquistas, na cidade de Niterói. Inicialmente chamado Partido Comunista do Brasil, depois se denominou Partido Comunista Brasileiro. Sua fundação é reflexo do processo revolucionário desencadeado na Rússia (Revolução de 1917) e da realização da Terceira Internacional Comunista, que tinha por objetivo, dirigir a revolução socialista em todas as partes do mundo.
Condenava as greves sem prévia análise de sua conveniência. Pregava um modelo de estrutura sindical que se completaria com uma central sindical. Em 1928, o PCB fundou a Confederação Geral do Trabalho do Brasil, que reunia cerca de 60.000 de trabalhadores sindicalizados.
Os comunistas defendiam a transformação da luta econômica dos operários em luta política e o centralismo democrático, ou seja, que as decisões fossem tomadas pela direção do Partido, que promoveria a tomada do Estado e instalaria a ditadura do proletariado.
O PCB defendia ainda a sua participação nas eleições e a formação de "frentes únicas", isto é, a sua união com diversos outros setores da sociedade para atender os interesses dos trabalhadores, mesmos que estes tivessem posições muito diferentes dos comunistas.
O PCB sofreu várias oscilações quanto à sua, legalização (foi fechado em 1922 e depois em 1927) Para contornar esta situação, expandiu-se o Bloco Operário para Bloco Operário e Camponês (BOC), que apesar de camponês, não teve nenhuma penetração nas zonas rurais, ficando restrito às grandes cidades. A maior vitória do BOC ocorreu nas eleições de 1928, no Rio de Janeiro com as vitórias de Otávio Brandão (dirigente do PCB) e Minervino de Oliveira (operário marmorista e dirigente da Federação Sindical Regional).
Cultura no Regime Militar
Usar a arte como instrumento de agitação política – caminho apontado pelo Centro Popular de Cultura da UNE no início dos anos 60 – acaba tendo vários seguidores. Os festivais de música do final dessa década revelam compositores e intérpretes das chamadas canções de protesto, como Geraldo Vandré, Chico Buarque de Holanda e Elis Regina. O cinema traz para as telas a miséria de um povo sem direitos mínimos, como nos trabalhos de Cacá Diegues e Glauber Rocha. No teatro, grupos como o Oficina e o Arena procuram dar ênfase aos autores nacionais e denunciar a situação do país. Com o AI-5, as manifestações artísticas são reprimidas e seus protagonistas, na grande maioria, empurrados para o exílio. Na primeira metade dos anos 70 são poucas as manifestações culturais expressivas, inclusive na imprensa, submetida à censura prévia.
Ebulição cultural
A década de 1960 foi culturalmente intensa em todo o mundo ocidental. O ano de 1968, um dos mais agitados, é lembrado até hoje pelos confrontos entre a polícia e os movimentos estudantis e sociais e pela ebulição cultural em países da Europa e nos Estados Unidos.
No Brasil não foi diferente! Foram produzidas obras artísticas marcantes na música, nas artes visuais, no teatro e no cinema. Embora a censura se tornasse cada vez mais dura naquela década, inclusive, com a prática de confisco de materiais considerados “subversivos”, artistas e intelectuais conquistaram espaços para expressar críticas ao regime e denunciar a censura.
Nos festivais da canção, concursos musicais muito populares transmitidos ao vivo por emissoras de televisão, tornaram-se conhecidas as canções de protesto contra o autoritarismo do regime e a favor da exaltação da vida e da dignidade das pessoas pobres do interior do país. Entre essas canções estavam “Arrastão” (1965), de Edu Lobo e Vinicius de Moraes, e “Procissão” (1966), de Gilberto Gil. A primeira trata da alegria de pescadores diante de uma grande quantidade de peixes, e a segunda reconhece e lamenta a vida dura no Sertão nordestino.
As canções de protesto eram o principal alvo dos censores, mas eles também proibiam a exibição de filmes e novelas que manifestassem críticas aogoverno ou considerados imorais para a época, impediam que os grandes jornais veiculassem artigos de opinião e proibiam a publicação de livros considerados subversivos. Compositores e intérpretes, como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, Geraldo Vandré e João do Vale, tiveram muito destaque naqueles anos, com canções contra a repressão e a violência da ditadura.
O Tropicalismo
No final da década de 1960, o fenômeno cultural chamado Tropicalismo reuniu diferentes manifestações artísticas. Os tropicalistas queriam revolucionar a linguagem musical, plástica e teatral, além de criticar comportamentos e costumes da época. Eles combatiam a ditadura e mesclavam o popular, o erudito, o regional nordestino e o pop nas diversas formas de expressão.
No teatro, Zé Celso Martinez Corrêa, a frente do Teatro Oficina, incitava o público a se posicionar sobre o regime. Ao montar a peça “Roda viva”, em 1968, com texto e música de Chico Buarque, o grupo foi atacado em São Paulo por membros do Comando de Caça aos Comunistas (CCC).
Outros gêneros musicais
Nesse período, além das músicas de protesto e das inovações do Tropicalismo, outros gêneros musicais fizeram parte do cotidiano cultural do país. Havia a Jovem Guarda, movimento musical voltado ao entretenimento e ao mercado que, com canções leves e dançantes – algumas delas adaptações de sucessos internacionais –, se tornou bastante popular entre a juventude. Os principais expoentes eram Roberto Carlos, Wanderléa e Erasmo Carlos.
Outro gênero musical foi o brega ou cafona, que, muito popular de Norte a Sul do país, cujos artistas eram oriundos dos estratos populares da sociedade brasileira. Depreciados pela crítica especializada, eram adorados pelas classes populares por suas músicas românticas que retratavam o cotidiano (relacionamentos, trabalho etc.) dessa população. Além disso, algumas das canções, ao abordar temas como trabalho infantil ou sexualidade, foram percebidas como denúncias das desigualdades e da segregação social existente no cotidiano do país e, por isso, alguns desses artistas foram censurados pela ditadura. Alguns representantes do gênero são Paulo Sergio, Odair José, Nelson Ned e Waldick Soriano.
No Brasil dessa época também se difundiram gêneros da black music estadunidense, como o soul e o funk, muito diferente do funk atual. Nos chamados bailes black, a juventude negra, pobre e periférica, sobretudo do Rio de Janeiro e de São Paulo, encontrou espaços de entretenimento que também eram locais para manifestações contra o racismo, valorização estética, artística e cultural da população negra, assim como denúncias contra o Regime Militar. A expressividade dos bailes e da afirmação e as manifestações pró-orgulho negro geraram grande incômodo entre os militares, que passaram a espionar, investigar e reprimir os eventos.
Por fim, houve sambas-enredo e, sobretudo, canções sertanejas que exaltaram a Ditadura Civil-Militar, seus valores e realizações. Em suas letras destacavam-se o nacionalismo ufanista e a apologia do desenvolvimentismo proporcionados pelo governo militar.
Tropicalismo e iê-iê-iê
Imprensa alternativa
Regime Militar – Economia e Sociedade
No início do Regime Militar a inflação chega a 80% ao ano, o crescimento do Produto Nacional Bruto (PNB) é de apenas 1,6% ao ano e a taxa de investimentos é quase nula. Diante desse quadro, o governo adota uma política recessiva e monetarista, consolidada no Programa de Ação Econômica do Governo (Paeg), elaborado pelos ministros da Fazenda, Roberto de Oliveira Campos e Octávio Gouvêa de Bulhões. Seus objetivos são sanear a economia e baixar a inflação para 10% ao ano, criar condições para que o PNB cresça 6% ao ano, equilibrar o balanço de pagamentos e diminuir as desigualdades regionais. Parte desses objetivos é alcançada. No entanto, em 1983, a inflação ultrapassa os 200% e a dívida externa supera os US$ 90 bilhões.
Recessão
Financiamento interno
Retomada do crescimento
Milagre econômico
O papel das estatais
Concentração de renda
Crescimento da miséria
Fim do milagre
Sociedade no Regime Militar
Esquerda armada
Aparato repressivo
Terrorismo de direita
Movimento operário
Onda de greves
Intervenção nos sindicatos
Trabalhadores rurais
Surgimento da CUT
Anistia
Movimentos populares
Reivindicações populares
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