Minorias são grupos de pessoas que se diferenciam do restante da população do país onde vivem por se encontrarem em situação de desvantagem, opressão, discriminação ou exclusão de direitos. Isso os torna o público-alvo de organizações que promovem a garantia dos direitos humanos, como a Anistia Internacional ou os Direitos Humanos sem Fronteiras.
Esses grupos de pessoas podem ser considerados minorias por motivo de origem social, cultural, de gênero, de sexualidade, étnica ou religiosa. No trabalho com esse tema, você conhecerá um pouco melhor a questão das minorias étnicas.
O que são minorias étnicas
Grupos étnicos em geral se diferenciam uns dos outros por um conjunto de características herdadas de seus antepassados e transmitidas de geração em geração ao longo do tempo, como costumes socioculturais, língua e religião. As minorias étnicas são grupos que resistem, unidos, às opressões dos grupos étnicos majoritários.
Em muitos casos, as minorias étnicas não têm o território reconhecido internacionalmente e são consideradas grupos invasores em determinado país.
Outra questão que se destaca entre as minorias étnicas é a influência da cultura de massa dos grupos majoritários em sua cultura original. Nas últimas décadas, essa influência vem ocorrendo, sobretudo, pelo uso da internet entre a população mais jovem, ou seja, adolescentes das minorias têm adotado novos hábitos e costumes.
Imigrantes também se tornam minorias
Atualmente, imigrantes de diferentes etnias têm sido vítimas de exclusão ou restrição de direitos. Além de terem fugido de seus países de origem devido a situações de guerra, pobreza extrema ou perseguição religiosa, muitas vezes são discriminados nos países que os acolhem. Essas condições podem afetar a saúde física e mental dessas pessoas.
Em todos os continentes são encontrados grupos de imigrantes que se tornaram minorias e têm um longo passado de conflitos e opressões. Um exemplo é o povo cigano, que é nômade e migra constantemente há mais de mil anos, sobretudo entre a Europa e a Ásia.
Em alguns países europeus, por exemplo, é proibida a permanência de ciganos em seu território. Outros permitem que se estabeleçam, mas limitam seus direitos sociais básicos, como o acesso a serviços públicos de saúde e educação. Além disso, a população majoritária costuma agir com preconceito e discriminação em relação a esse povo.
Povos nativos tornaram-se minorias na Austrália, na Nova Zelândia e no Brasil
Outra situação comum relacionada às minorias é o caso de povos que, originalmente, eram majoritários, mas após o contato com colonizadores europeus, entre os séculos XVI e XVIII, passaram a ser minoria em seu próprio território.
Os povos aborígenes ocupavam a Austrália antes da chegada dos ingleses, no final do século XVIII. Com a chegada dos colonizadores, os aborígenes foram submetidos à escravidão e suas características socioculturais foram quase totalmente extintas. Somente há pouco mais de uma década o governo australiano reconheceu os aborígenes como os primeiros povos a habitar o país. Com isso, abriu espaço para a garantia de direitos básicos desses grupos, com a demarcação de suas terras e a manutenção de seus costumes e tradições.
A origem dos povos maoris, habitantes da Nova Zelândia, ainda não é totalmente conhecida pelos pesquisadores. Acredita-se que eles já habitavam o país séculos antes da chegada dos colonizadores ingleses, o que ocorreu em meados do século XVII. Batalhas travadas com os colonizadores e doenças transmitidas por eles foram responsáveis pela grande diminuição da população original. Os maoris tiveram seus direitos reconhecidos em 1840, em um acordo no qual a Inglaterra assumiu que esses povos são os verdadeiros proprietários das terras neozelandesas. Atualmente há, na Nova Zelândia, um forte movimento de reconhecimento e resgate da cultura dos maoris, que busca diminuir preconceitos e a forte exclusão social sofrida por esse povo.
Até o início do século XVI, os povos indígenas ocupavam livremente o território onde hoje é o Brasil. Os conflitos e as doenças trazidos pelos colonizadores europeus dizimaram grande parte desses povos. Além disso, os indígenas têm uma longa história de tentativas de escravização e de exploração das riquezas de suas terras pelos colonizadores europeus. O Brasil tornou ‑se um país independente em 1822, mas somente com a Constituição de 1934 os povos indígenas passaram a ter direito à posse das terras que ocupavam. A atual Constituição de 1988 assegura outros direitos a eles, como o respeito a seu modo de organização social, ao uso de sua língua e à prática de suas tradições.
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