Os blocos econômicos foram formados para enfrentar o poder econômico conquistado com a globalização pelos países mais ricos. Na Europa, formou-se a União Europeia (UE), um bloco econômico e político que tem suas origens na Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (Ceca) e na Comunidade Econômica Europeia (CEE). A União Europeia foi instituída com este nome em 1993. Dentro da UE, a circulação de pessoas, de bens, de serviços e de capitais dos 28 países-membros é facilitada. Em 2016, o Reino Unido, por divergir em questões relacionadas com a imigração, a segurança e a economia, iniciou o processo de saída do bloco. Os países em desenvolvimento também se organizaram em blocos, como o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC). O Mercosul foi criado em 1991 com o objetivo de integrar política, econômica e socialmente seus países-membros. Já a SADC foi criada em 1992 para promover a união comercial e a cooperação econômica.
BRICS Em 2001, sob a configuração da Nova Ordem Mundial, o economista inglês Jim O’Neill criou a sigla Bric para se referir aos quatro países que, segundo se previa na época, apresentariam as maiores taxas de crescimento econômico do planeta nas primeiras décadas do século XXI: Brasil, Rússia, Índia e China. Em 2006, esses países formaram uma associação política e comercial, a fim de aumentar seu espaço de atuação e seu papel econômico em escala global. Com a inclusão da África do Sul no grupo, em 2011, a sigla passou a ser Brics – o “s” vem de South Africa, o nome oficial da África do Sul em inglês. Os países que compõem o Brics apresentam algumas características em comum, como um mercado consumidor em crescimento, mão de obra disponível e com possibilidade de maior qualificação, recursos naturais em abundância, capacidade de atrair investimentos externos, crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e elevação dos níveis do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Reunidas essas condições, e salvaguardadas as diferenças culturais, para Jim O’Neill, o conjunto garantiria aumentos recordes de crescimento econômico. Nos últimos anos, esses países, com exceção da África do Sul, apresentaram índices de crescimento substanciais. No entanto, em 2016, apesar de a Índia ter mantido seu crescimento, a Rússia, o Brasil, a África do Sul e a China registraram desaceleração de suas economias. A importância internacional do Brics representa uma grande modificação da influência dos países-membros nas decisões globais, que, até então, limitava-se às potências, como Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Japão e Canadá.
O Brics tem buscado formas de solucionar problemas gerados pelos subsídios que muitos governos dos países ricos concedem a seus próprios produtores. Para isso, criaram um banco de reservas financeiras destinado a socorrer os países-membros do bloco em dificuldade econômica. Nesse pacto, também existe o cooperativismo nas relações entre os países, com ajuda científica, acadêmica, cultural, etc. Ao instituir um polo alternativo de poder, o Brics espera criar soluções para a distorção do sistema econômico, que enriquece os países mais ricos e mantém os pobres na miséria.
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