O conceito América Latina é usado para fazer referência à quase totalidade
dos países da América do Sul e da América Central, além do México, na América
do Norte. Entre os países da América Latina estão Brasil, Argentina, Paraguai,
Uruguai, Peru, Colômbia e Cuba.
Em novembro de 1989, foi realizada na cidade de Washington uma reunião convocada por algumas instituições financeiras, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos da América, com o objetivo de definir um conjunto de medidas econômicas voltado aos países em desenvolvimento, colocando em prática os princípios das políticas neoliberais. Esse evento ficou conhecido como o Consenso de Washington. Durante a década de 1990, a política oficial do FMI para os países em desenvolvimento baseou-se nesse consenso neoliberal. A instituição só realizava empréstimos para os países que seguissem suas recomendações. O Chile foi o país pioneiro na implementação de uma política neo liberal, ainda durante o regime militar de Augusto Pinochet. No entanto, a reunião realizada em Washington visava discutir e promover esses princípios também em outros países da América Latina, como Argentina, Brasil, México, Peru, Venezuela, Bolívia e Colômbia.
Com o início do processo de globalização, na
década de 1990, se de um lado ocorreu um aumento da integração entre os países,
de outro ocorreu a dependência econômica entre eles.
Nesse contexto, ocorreu a formação de blocos econômicos e acordos de comércio entre diferentes regiões do mundo. No continente americano, os principais
blocos formados foram o Mercado Comum do Sul (Mercosul), estabelecido entre
Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai em 1991, e o North Free Trade Agreement
(Nafta), assinado entre Estados Unidos, Canadá e México, em 1994.
Com o Nafta, intensificou-se a exploração da força de trabalho dos mexicanos
pelos estadunidenses por meio da maquila, um regime industrial no qual fábricas
dos EUA são instaladas na fronteira com o México com o objetivo de não pagar impostos e obter mão de obra barata. Essas fábricas, chamadas de maquiladoras,
já existiam desde a década de 1960, mas se espalharam pelo México com o processo e globalização.
O Mercosul
O Mercado Comum do Sul (Mercosul)
é considerado por especialistas latino-
-americanos um importante meio de
fortalecimento econômico dos países
signatários, entre eles, Brasil, Argentina,
Uruguai e Paraguai.
Para que o Mercosul se consolide de
fato como um bloco econômico forte,
os especialistas apontam que os líderes
desses países precisam agir em prol da
efetiva integração e cooperação entre
eles. Essa integração seria favorável para que o Mercosul pudesse negociar
melhores condições comerciais diante
das maiores economias mundiais, como os Estados Unidos, a China e alguns
países europeus.
Políticas neoliberais na América Latina
Na América Latina, o marco fundador do neoliberalismo foram as políticas implementadas pelo governo
do ditador Augusto Pinochet, no Chile, entre 1973 e 1990. Em 1981, por exemplo, o Chile foi o primeiro
país do mundo a privatizar a previdência. Com isso, cada trabalhador passou a destinar parte do salário
para uma caderneta de poupança.
No Brasil, a adoção das políticas neoliberais teve início posteriormente, com o governo de Fernando
Collor de Mello, em 1990.
Na Argentina, as políticas neoliberais foram implantadas principalmente no
governo de Carlos Menem, entre 1989 e 1999. Esse governo privatizou estatais, enxugou o quadro de funcionários públicos e reduziu gastos em praticamente todos os setores sociais, como o da educação. Apesar
de reduzir a inflação e valorizar a moeda em relação ao dólar, as políticas neoliberais no país causaram
empobrecimento da população e concentração de renda.
Em 1974, os mais ricos concentravam 43,7% da
renda do país e, em 1998, 53,2%.
O neoliberalismo provocou efeitos diversos na América Latina. Analisemos o caso brasileiro como
exemplo: expandiu-se o consumo, principalmente de artigos importados, mas em contrapartida o país se
tornou cada vez mais dependente da exportação de matérias-primas – as chamadas commodities – em
razão da desvalorização da indústria nacional.
O controle fiscal, a abertura econômica e comercial para o capital estrangeiro e a adoção de uma economia de mercado são princípios centrais na experiência neoliberal na América Latina. A privatização de empresas estatais de infraestrutura, de telecomunicações e de mineração foi amplamente instituída no período. No Brasil, por exemplo, foram aplicadas medidas neoliberais com a privatização da empresa Telebrás, responsável pelas telecomunicações brasileiras, e da mineradora Companhia Vale do Rio Doce. O governo argentino de Carlos Menem vendeu cerca de quatrocentas empresas, incluindo a petrolífera Yacimientos Petrolíferos Fiscales (YPF). Na Bolívia, companhias elétricas, ferrovias e empresas de abastecimento de água foram privatizadas. Já no México, ocorreram privatizações de bancos, redes de televisão e serviços como portos e estradas.
O impacto das políticas neoliberais foi enorme em todos esses países latino-americanos. Na Argentina, por exemplo, elas levaram a uma crise econômica que culminou na queda do presidente Fernando de la Rúa, em 2002. Como as proteções sociais nesses países eram frágeis, os índices de desemprego aumentaram e a precarização do trabalho se tornou regra. O desemprego também acirrou a concorrência por vagas e a busca de produtividade, excluindo os cidadãos acostumados com o trabalho assalariado formal.
O impacto das políticas neoliberais foi enorme em todos esses países latino-americanos. Na Argentina, por exemplo, elas levaram a uma crise econômica que culminou na queda do presidente Fernando de la Rúa, em 2002. Como as proteções sociais nesses países eram frágeis, os índices de desemprego aumentaram e a precarização do trabalho se tornou regra. O desemprego também acirrou a concorrência por vagas e a busca de produtividade, excluindo os cidadãos acostumados com o trabalho assalariado formal.
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