quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

INDEPENDÊNCIAS NA ÁSIA

Na região hoje conhecida como Indonésia, colonizada pelos holandeses, as forças nacionalistas proclamaram a independência em 1945. O governo da Holanda não aceitou a decisão e lançou suas tropas contra os revoltosos até 1949, quando finalmente reconheceu a independência do país. As Filipinas, sob o domínio dos Estados Unidos desde 1898, conquistaram sua emancipação em 1946. A Indochina, região dominada pelos franceses, só se tornou independente em 1954, depois de uma guerra contra a França, potência da qual era colônia. Com a emancipação, formaram-se ali três países autônomos: Laos, Camboja e Vietnã. Você deve se lembrar do que estudamos sobre o Vietnã no capítulo anterior. Após a independência, o país se tornou palco de um dos principais conflitos ocorridos durante a Guerra Fria, e implementou um regime socialista em 1976.

Índia: não violência e desobediência civil

A Índia era uma colônia da Inglaterra desde meados do século XIX. Em 1919, uma greve geral de trabalhadores indianos, liderada por Mohandas Gandhi (1869-1948), abalou o domínio inglês na região. O líder logo ficaria conhecido como Mahatma (“grande alma”) Gandhi, pois incentivava os indianos a resistir à dominação pelo caminho da não violência e da desobediência civil, que se traduzia na recusa a participar de conflitos, no boicote a produtos ingleses e no não pagamento de impostos às autoridades coloniais. O emprego de métodos pacíficos de resistência conferiram a Gandhi enorme prestígio popular e reconhecimento internacional. Gandhi unificou os indianos contra a dominação inglesa, e, em 1947, a Índia se tornou independente. Entretanto, diante de disputas entre grupos religiosos, o território colonial foi dividido em dois países autônomos: a Índia (de maioria hindu) e o Paquistão (de maioria muçulmana). Em 1948, um extremista hindu assassinou Gandhi. Em 1971, uma nova divisão deu origem a um terceiro país: Bangladesh.

Índia 

A Índia foi um importante entreposto comercial britânico desde o século XVI. Mas o domínio inglês sobre a região se concretizou em 1858. Com isso, a elite indiana ligada ao comércio e à administração pública teve acesso a escolas e a universidades europeias. 
Em 1885, essa elite formada nos centros europeus fundou o Partido do Congresso, que defendia mais autonomia para a Índia. Foi, porém, no século XX que o movimento pela independência hindu ganhou força. Uma das figuras que se destacou nesse momento foi Mohandas Karamchand Gandhi, apelidado de Mahatma (“grande mestre espiritual”). Nascido na Índia, em 1869, Gandhi formou-se em Direito no Reino Unido e seguiu para a África do Sul, onde permaneceu por duas décadas. Ao longo de sua trajetória de vida, percebeu o efeito nocivo das leis racistas e do imperialismo sobre as populações negras e indianas. 
De volta à Índia, em 1914, Gandhi tornou-se símbolo da resistência pacífica contra a colonização britânica. A resistência pacífica, também conhecida como ação não violenta, consiste em condutas pacíficas contra os poderes estabelecidos, como boicotes, greves e bloqueios. Por convicção, os militantes não devem revidar quando agredidos. A partir dos anos 1920, a campanha de resistência pacífica de Gandhi ganhou adesão popular. 
Os indianos promoveram boicote aos produtos britânicos, além de se recusar a pagar impostos. Outra ação emblemática foi a Marcha do Sal, em 1930, em protesto contra a lei que proibia os indianos de produzir sal. Nessa ocasião, milhares de pessoas marcharam durante vários dias até o litoral, a fim de obter o próprio sal no mar. 

Independência e divisão do país 

No contexto da Segunda Guerra Mundial, o Partido do Congresso avançou na direção da luta pela independência. Os britânicos, tentando conter o movimento, prenderam Gandhi e outros líderes em 1942. A ação, contudo, não conteve as manifestações pela independência. Houve crescimento da mobilização popular, o que levou, em 1944, à libertação de Gandhi. Após anos de luta, a independência da Índia foi conquistada em 1947. A região, porém, encontrava-se dividida entre muçulmanos e hindus. Por isso, o território foi separado em dois países: a Índia, de maioria hindu, e o Paquistão, de maioria muçulmana. Muitas pessoas morreram em decorrência da intolerância religiosa. Gandhi defendia a união entre hindus e muçulmanos, mas foi assassinado em 1948 por um radical hindu. Até hoje, a Índia e o Paquistão vivem em conflito, especialmente pela posse da Caxemira, região de maioria muçulmana em cujo território estão localizadas as nascentes dos rios Ganges e Indo. O controle da região é hoje compartilhado entre a Índia, o Paquistão e a China.


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