Em 1979, durante a Guerra Fria, a União Soviética invadiu o Afeganistão, na Ásia, para garantir que o governo socialista que tinha se instalado naquele país no ano anterior se mantivesse no poder. Em resposta, os Estados Unidos ofereceram armas e treinamento aos guerrilheiros que se opunham à União Soviética. Entre esses guerrilheiros, acredita-se, estava Osama bin Laden, líder islâmico que comandava uma organização paramilitar. Dez anos após a invasão, a União Soviética se retirou do Afeganistão, e diferentes grupos armados passaram a disputar o poder. Depois de uma sangrenta guerra civil, em 1996, o governo afegão foi controlado pelo grupo fundamentalista islâmico Talibã, que estabeleceu uma ditadura teocrática e antiocidental. Ao mesmo tempo, consolidava-se a organização terrorista Al Qaeda, chefiada por Bin Laden, que tinha o objetivo, em nível global, de combater a influência da cultura ocidental sobre os países islâmicos. No dia 11 de setembro de 2001, as torres gêmeas do World Trade Center (símbolos do poder econômico estadunidense), em Nova York, e o Pentágono (símbolo do poder militar estadunidense), em Washington D.C., foram atingidos por três aviões sequestrados por membros da Al Qaeda naquele dia. Os ataques deixaram quase 3 mil mortos e a nação em choque.
OS ESTADOS UNIDOS APÓS OS ATAQUES
Após os ataques de 11 de setembro, o governo do então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, aprovou leis que, entre outras medidas, permitiam aos Estados Unidos atacar outros países sob a justificativa de combater o terrorismo. Essa política ficou conhecida como Doutrina Bush. Em outubro de 2001, as forças militares dos Estados Unidos e de seus aliados iniciaram um ataque ao Afeganistão, com o objetivo de prender Bin Laden, eliminar a Al Qaeda e depor o governo do Talibã. O passo seguinte, em março de 2003, foi invadir o Iraque, governado por Saddam Hussein, alegando que o país dispunha de armas de destruição em massa e que estaria compactuando com os terroristas. Embora essas armas nunca tenham sido encontradas e a ligação do governo iraquiano com a Al Qaeda não tenha sido comprovada, a invasão militar do Iraque durou cerca de quarenta dias e matou mais de 100 mil civis.
Em 2004, George W. Bush reelegeu-se, apesar do grande descontentamento popular com os efeitos da Doutrina Bush, principalmente as mortes de soldados estadunidenses no Afe ganistão e as acusações de violações dos direitos humanos nas prisões de acusados de terrorismo. Ao longo de seu segundo governo, essa insatisfação se agravou, devido a uma profunda crise econômica que atingiu seu ápice em 2008, poucos meses antes da eleição presidencial daquele ano. A principal razão da crise foi a falta de regulamentação das atividades bancárias, o que permitiu que os bancos dos Estados Unidos emprestassem dinheiro a quem não podia pagar, criando lucros inexistentes.
A impopularidade de Bush ajudou o candidato de oposição a seu governo, o democrata Barack Obama, a se eleger em 2008. Obama tinha o compromisso de mudar as políticas públicas no país com algumas medidas: retirar as tropas estadunidenses do Oriente Médio, controlar o sistema financeiro, proteger o em - prego e a renda dos trabalhadores e criar um sistema público de saúde eficiente. Nem todos os compromissos firmados na cam - panha foram cumpridos por Obama, mas, mesmo assim, ele foi reeleito em 2012.
Em 2016, a empresário Donald Trump, do Partido Re publicano, venceu as eleições presidenciais. No governo, Trump estabeleceu medidas para reverter a reforma no sistema de saúde promovida no governo Obama e diminuir os fluxos de importação e adotou maior rigidez no controle das fronteiras. A controversa política adotada por Trump para conter os impactos da pandemia de covid-19 levou à redução de sua popularidade. Nas eleições de 2020, Trump foi derrotado pelo ex-vice-presidente Joe Biden, que assumiu o governo no ano seguinte.
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