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AS GERAÇÕES ROMÂNTICAS NO BRASIL

 


Para efeitos didáticos, o Romantismo brasileiro tem início em 1836, com a publicação de Suspiros Poéticos e Saudades de Gonçalves de Magalhães e da Revista Niterói, em Paris e permanece no cenário literário até 1881, quando ocorre a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, romance realista de Machado de Assis e a publicação de O Mulato, romance naturalista de Aluísio Azevedo.

Ao contrário de Portugal que teve três momentos distintos em todos os gêneros. No Brasil, o fenômeno das gerações só ocorreu na poesia. Veja no próximo quadro essas gerações:

– AS GERAÇÕES ROMÂNTICAS         

Primeira GERAÇÃO - Nacionalista/Indianista
Segunda GERAÇÃO - Ultra-romântica – “Mal-do-século”
Terceira GERAÇÃO - Social e Libertária – “condoreira”
 

Na PRIMEIRA GERAÇÃO, como o próprio nome já sugere, encontramos um forte nacionalismo e uma grande aversão à influência portuguesa (ou seja, lusofobia). Como já vimos, o nacionalismo foi uma das principais características românticas, através dele há uma valorização da pátria, dos heróis nacionais e do passado histórico. Veja os principais autores dessa primeira geração:

                            Gonçalves de Magalhães

1ª GERAÇÃO

                              Gonçalves Dias

Enquanto Gonçalves de Magalhães é considerado o introdutor do Romantismo brasileiro, a Gonçalves Dias atribui-se a sua consolidação.

A produção literária de Gonçalves de Magalhães é considerada fraca por muitos críticos, sua importância se deve ao fato de ter sido ele o introdutor do Romantismo em terras brasileiras. É dele também o primeiro manifesto romântico sobre o Brasil, escrito na Revista Niterói. Veja um fragmento do seu “Ensaio sobre a história da literatura brasileira”:

“Não, oh! Brasil! No meio do geral merecimento tu não deves ficar imóvel e tranquilo, como o colono sem ambição e sem esperança. O germe da civilização, depositado em teu seio pela Europa, não tem dado ainda todos os frutos que deveria dar, vícios radicais têm tolhido o seu desenvolvimento. Tu afastaste do teu colo a mão estranha que te sufocava, respira livremente, respira e cultiva as ciências, as artes, as letras, as indústrias, e combate tudo o que entrevá-las pode.”

INDIANISMO

    Enquanto na Europa os escritores voltavam-se para os tempos da Idade Média, valorizando os heróis que ajudaram a libertar e constituir suas nações, no Brasil desenvolveu-se o Indianismo, que é uma das formas significativas assumidas pelo nacionalismo romântico.
    Sempre retratado como valente e nobre, livre das corrupções sociais e dos vícios da civilização branca, o índio surge como digno representante da nação brasileira, símbolo da nossa liberdade.
    Dentre os autores que exploraram o tema do índio em suas poesias, destaca-se Gonçalves Dias, poeta da primeira geração romântica e que será estudado a seguir.
Veja agora um dos textos mais conhecidos dessa primeira geração romântica:

Canção do Exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá,
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá,
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho, à noite –
Mais prazer encontro eu lá,
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá,
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

                             Gonçalves Dias

    Antônio Gonçalves Dias nasceu no Maranhão em 1823 e morreu em um naufrágio em 1864. Embora seja um dos melhores poetas líricos de nossa literatura, seu nome é frequentemente associado ao Indianismo, pois foi o único a dar realmente uma dimensão poética ao tema do indígena. . Nessa linha, destacam-se os poemas "I-Juca Pirama"; "Canção do Tamoio"; "Marabá"; "Leito de folhas verdes"; "Canto do Piaga" "Deprecação".
    Como poeta lírico-amoroso, cantou os temas consagrados pelo Romantismo (amor, saudade, melancolia), mas nunca se deixou levar pelo excesso de sentimentalismo. De seus poemas, destacam-se "Se se morre de amor?", "Ainda uma vez — adeus!", "Seus olhos", "Como? és tu?".
    Sua obra poética compõe-se dos seguintes livros: Primeiros cantos (1846); Segundos cantos (1848); Sextilhas do Frei Antão (1848); Últimos cantos (1851); Os Timbiras (incompleto — 1857); Cantos (1857).

Gonçalves Dias é a grande figura desse primeiro momento, trabalhou em sua vasta obra com todos os temas iniciais do Romantismo. Veja sua imagem:

Gonçalves Dias escreveu poesias líricas fiéis às características românticas; poesias medievais, escritas em português arcaico e poesias nacionalistas. Mas é na descrição e exaltação da figura indígena que Gonçalves Dias se destaca, sendo considerado por muitos, o maior poeta indianista da literatura brasileira. O poema I-Juca Pirama é um dos seus textos indianistas mais famosos. “I-Juca Pirama” significa aquele que vai morrer. Este texto conta a história de um índio tupi que iria ser sacrificado pelos timbiras, outro povo indígena, mas pensando no pai que era cego e que dele dependia implora para não morrer. Os timbiras achando-o covarde acabam por soltá-lo. Veja agora, prestando muita atenção no ritmo, um fragmento do conhecidíssimo trecho Canto da Morte:

Canto da Morte

Meu canto de morte, 

Guerreiros, ouvi:

Sou filho das selvas,

Nas selvas cresci; 

Guerreiros, descendo 

Da tribo tupi.

Da tribo pujante,

Que agora anda errante

Por fado inconstante,

Guerreiros, nasci:

Sou bravo, sou forte,

Sou filho do Norte;

Meu canto de morte,

Guerreiros ouvi (...)

                  Gonçalves Dias

A SEGUNDA GERAÇÃO é também conhecida como Ultra Romântica. Nela, as características românticas são levadas às últimas consequências. A angústia, a dor, o escapismo, a infância e a morte tornam-se a temática central. Daí a expressão Mal-do-século. Veja os principais autores dessa segunda geração:

                              Álvares de Azevedo

2ª GERAÇÃO

                               Casimiro de Abreu

Influenciados pelos românticos europeus, sobretudo Byron e Musset, esses poetas representam o Ultra Romantismo (também chamado "mal do século"), cuja poesia é extremamente egocêntrica e sentimental, exprimindo um pessimismo doentio, uma descrença generalizada, um tédio pela vida e uma obsessão pela morte que impregna tudo de tristeza e desilusão. Escrita, na maioria das vezes, por poetas adolescentes, a poesia dessa geração é quase sempre superficial e artificial, servindo, antes, como desabafo das próprias tristezas e frustrações, procurando envolver emocionalmente o leitor. E esse envolvimento, conseguido efetivamente por alguns autores, acabou criando entre eles e o público uma ressonância afetiva que é responsável pela grande popularidade obtida por certos poetas dessa época.

Álvares de Azevedo foi o maior representante do Mal-do-século, seguido de Casimiro de Abreu. Há ainda nesse período outros autores, como Junqueira Freire e Fagundes Varela, que também levaram ao extremo as características românticas.

Contam as más línguas que os jovens poetas dessa geração, basicamente estudantes de Direito do Largo São Francisco, em São Paulo, amavam umas festinhas. Até aí tudo normal, qual o jovem que não gosta? Mas sabe onde aconteciam essas festinhas? Nos cemitérios da cidade. Conta-se que numa dessas festas, no cemitério da Consolação, os jovens coroaram uma prostituta como a Rainha dos Mortos, com caixão e tudo mais que uma rainha tinha direito, mas no final da festa, qual não foi a surpresa dos jovens? A pobre infeliz realmente tinha morrido de tanto medo. Coincidência ou não, todos os autores mais significativos desse período morreram antes dos 24 anos de idade. 

Álvares de Azevedo

    Manuel Antônio Álvares de Azevedo nasceu em 1831 em São Paulo e faleceu no Rio de Janeiro em 1852. Não teve nenhum livro publicado em vida e sua obra mais importante é Lira dos vinte anos. Escreveu ainda: Poema do frade; O Conde Lopo; Noite na taverna (contos de ambiência tétrica); Macário (obra dramática).
Apesar da curta vida, Álvares de Azevedo é o melhor representante da poesia ultra-romântica brasileira. Leitor ávido dos românticos europeus, sobretudo de Byron, conseguiu transmitir uma vibração muito grande em suas poesias, que logo encontraram eco na sensibilidade popular, fazendo dele um dos poetas mais lidos de nosso Romantismo.
    Seus poemas expressam um concepção do amor que ora idealiza a mulher, identificando-a com um anjo, ora a representa envolvida por um grande erotismo e sensualidade; nos dois casos, porém, ela é sempre inacessível, distante do poeta. O intenso sentimento da morte e o tema da evasão (fuga da vida real para um mundo de sonhos e fantasias) são outras constantes de sua poesia. Os contos de Noite na taverna se desenrolam numa ambiência tétrica e o tema do satanismo está presente nas histórias contadas pelas personagens, todos seres marginalizados (prostitutas, devassos, loucos, bêbados) que expressam descrença pelos valores sociais, morais e religiosos.

Brincadeiras à parte, veja agora um dos textos mais conhecidos dessa segunda geração romântica:

Se eu morresse amanhã

Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã; 
Minha mãe de saudades morreria 
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro,
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã! (...)

                 Álvares de Azevedo

Casimiro de Abreu é outro importante autor desse momento. Em sua obra destacaram-se o pessimismo característico do mal-do-século e o saudosismo, não só da terra da terra natal, mas também da infância. Foi um dos poetas mais populares do Romantismo, principalmente pela linguagem fácil e pelo lirismo ingênuo de seus poemas. Seus temas são os mesmos dos outros poetas de sua geração, enfatizando a temática da saudade (da pátria, família, infância), marcada, portanto, pela evasão no tempo e no espaço. Leia esta estrofe de um de seus mais conhecidos poemas, também alvo de paráfrase de Oswald de Andrade no Modernismo:

Meus oito anos

Oh! Que saudades que tenho

Da aurora da minha vida, 

Da minha infância querida 

Que os anos não trazem mais!

Que amor, que sonhos, que flores,

Naquelas tardes fagueiras

À sombra das bananeiras,

Debaixo dos laranjais! (...)

                            Casimiro de Abreu

Casimiro de Abreu escreveu Primaveras, uma coletânea de versos, e o drama Camões e o Jaú.

POESIA SOCIAL

    A partir de 1860, começam a aparecer alguns autores que, embora revelem acentuada influência dos poetas das gerações anteriores (notadamente Álvares de Azevedo, Gonçalves Dias e Casimiro de Abreu), já trazem algumas novidades para a poesia do Romantismo.
    Acompanhando a crescente difusão das ideias liberais e democráticas, a poesia dessa fase expressará de modo bem evidente sua ligação com questões políticas e sociais. O desejo de igualdade e de reformas sociais encontrará eco principalmente na poesia abolicionista de Castro Alves, o melhor poeta desse momento. Além dele, que será estudado à parte, merecem destaque:
Fagundes Varela (1841-1875) — Levou uma vida tumultuada, encarnando na própria existência o modelo de poeta romântico. Deixou as seguintes obras: Noturnas; O estandarte auriverde; Vozes da América; Cantos e fantasias (que contém o famoso poema "Cântico do calvário", feito em memória do filho morto); Cantos meridionais; Cantos do ermo e da cidade; Anchieta ou o Evangelho nas selvas; Cantos religiosos; Diário de Lázaro.
Sousândrade (Joaquim de Sousa Andrade, 1833-1902) — Permaneceu obscuro em seu tempo e modernamente vem sendo valorizado, principalmente por seu estilo diferente e arrojado, distinto de tudo o que se fazia na época. Sua obra mais importante é o longo poema Guesa, nome também da personagem principal. Reunindo lendas indígenas com fatos da civilização moderna, essa obra representa, através do sacrifício do herói, segundo o crítico Alfredo Bosi, o "símbolo do selvagem que o branco mutilou".

    E para concluirmos temos a TERCEIRA GERAÇÃO ROMÂNTICA, marcada pelo aprofundamento do espírito nacionalista, do liberalismo e da poesia social e libertária. Esse período era também chamado de condoreiro. E de onde vem essa palavra?
    O condor é uma ave que consegue voar acima da Cordilheira dos Andes, assim como eram os ideais dessa geração. Os poetas condoreiros tinham ideais tão elevados que, semelhantes ao voo da ave, podiam alcançar grandes alturas.
    O grande poeta desse período é Castro Alves, que tinha como temas principais: a escravidão, a república e o amor erótico. Veja sua imagem:

 

Castro Alves

    Antônio de Castro Alves nasceu em 1847 e faleceu em 1871 na Bahia. Pode ser considerado o último grande poeta do Romantismo. Vindo após o Indianismo de Gonçalves Dias e os exageros sentimentais do Ultra Romantismo, escreveu poesias que mostram uma libertação do egocentrismo absoluto, abrindo-se para a compreensão dos grandes problemas sociais e expressando sua indignação contra as tiranias e as opressões. Cantou também a confiança no progresso e na técnica, construtores do novo mundo ("O livro e a América"). Por sua poesia abolicionista, de denúncia das injustiças e repudio pela escravatura, Castro Alves até hoje é conhecido como o poeta dos escravos.
A poesia abolicionista é sua melhor realização nessa linha social (ver "Navio negreiro", "Vozes d'África"), em que atribui ao poeta a missão de denunciar as injustiças sociais e de clamar pela liberdade (por exemplo: "Adeus, meu canto").
Esse tipo de poesia se realiza num estilo vibrante, em que predominam as comparações, metáforas, antíteses, hipérboles, apóstrofes, empregadas quase sempre em função de elementos grandiosos da natureza, que sugerem imensidão, força, majestade, como: montanhas, cordilheiras, oceanos, tempestades, furacões, astros, cachoeiras etc., configurando assim o estilo chamado Condoreirismo.
Veja um fragmento de um de seus textos mais famosos:

O Navio Negreiro

‘Estamos em pleno mar...Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro...
O mar em troca acende as ardentias
Constelações do líquido tesouro (...)

Era um sonho dantesco...

O tombadilho 

Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar.

Tinir de ferros...estalar do açoite...
Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras, moças...nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs(...)
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo...
Andrada! arranca este pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta de teus mares!

                             Castro Alves

O Romantismo, em nosso país, foi o movimento responsável pela manifestação de uma literatura genuinamente brasileira.


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