O anarquismo, doutrina que surge entre os séculos XVII e XVIII na Europa, chega ao país com os imigrantes europeus, por volta de 1850. Defende a organização da sociedade sem nenhuma forma de autoridade imposta e considera o Estado uma força coercitiva. A principal experiência brasileira é a Colônia Cecília dirigida entre 1890 e 1893 por imigrantes italianos, em terras doadas pelo imperador dom Pedro II, no município de Palmeira (PR).
Durante grande parte da República Velha, a ideologia predomina no movimento operário, principalmente em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul. Os partidários defendem a organização sindical autônoma, a extinção do Estado, da Igreja e da propriedade privada. Também são contrários a qualquer atuação político-partidária. Eles divulgam suas ideias por meio de jornais, revistas, livros e panfletos. Em 1906 é organizado o Congresso Operário, no Rio de Janeiro, que define práticas de ação anarquista. Entre 1909 e 1919 são criadas escolas para trabalhadores nos moldes da doutrina.
As federações anarquistas comandam as grandes greves de 1917 (São Paulo), 1918 (Rio de Janeiro) e 1919 (São Paulo e Rio de Janeiro). Entre os principais militantes destacam-se Edgard Leuenroth, José Oiticica e Neno Vasco. Em 1919 é instituído o Partido Comunista Anarquista. Com a fundação do Partido Comunista, em 1922, o anarquismo perde força, principalmente no movimento operário.
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