Revoluções Liberais
Ideais liberais começaram a se expandir por toda a região no final do século XVIII para o século XIX. As sementes do liberalismo, aqui introduzidas por padres, senhores de engenhos e militares, congregados em sociedades secretas de cunho revolucionário.
A passagem do século XVIII para o XIX foi marcada pelo surgimento de ideias revolucionárias. No mundo surgia o estilo literário conhecido como Realismo/Naturalismo, que procurava descrever as classes inferiores e mostrar os aspectos mais degradantes e cruéis da sociedade. Na Paraíba a maçonaria foi a mola propulsora para que esta corrente fosse divulgada por toda a região. Entre as principais revoluções que ocorreram e nas quais a Paraíba teve uma função ativa podemos encontrar: a Revolução de 1817 – movimento de caráter republicano e separatista e que foi fortemente influenciado pela Revolução Francesa; a Confederação do Equador de 1824 – revolta provocada diante da atitude autocrática de D. Pedro I. Seus principais líderes objetivavam reunir todas as províncias do Nordeste em uma República denominada de Confederação do Equador. Em 1874 ocorreu outra revolta popular que ficou conhecida como a Revolta dos Quebra-quilos, quando, indignados com a mudança no sistema de pesos e medidas, a população se rebelou, saqueando as feiras e destruindo o sistema métrico do comércio.
O mundo todo se baseava no ponto de vista científico. Temos como exemplo o padre Manoel Arruda, que começou a pesquisar a fauna e a flora nordestina. Todas estas ideias liberais provocaram um surto revolucionário, no qual podemos citar as revoluções de 1817, 1824 e 1848, todas com tendências republicanas, federalistas e democráticas. Revolução de 1817: Este movimento de caráter republicano e separatista, surgiu na Província de Pernambuco e logo se espalhou pelas províncias de Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Influenciados pela Revolução Francesa e polo exemplo de República norte-americano, os revoltosos queriam emancipar o Brasil. Quando a revolta estourou os revoltosos instalaram um governo provisório republicano. Porém o Governo Geral não perdeu tempo. Quatro meses depois os líderes da revolta foram condenados à morte e a revolução contida. Como líderes da revolução podemos citar Domingos José da Silva (comerciante) e os paraibanos militares Peregrino de Carvalho e Amaro Gomes.
Revolução de 1817
Este movimento de caráter republicano e separatista, surgiu na Província
de Pernambuco e logo se espalhou pelas províncias de Alagoas, Paraíba, Rio
Grande do Norte e Ceará.
Influenciados pela Revolução Francesa e polo exemplo de República
norte-americano, os revoltosos queriam emancipar o Brasil. Quando a revolta
estourou os revoltosos instalaram um governo provisório republicano.
A a Paraíba toma posição em prol da chamada Revolução Pernambucana que rapidamente galvanizava a cidade da Parahyba cujos sinos repicam em sua honra, com imediata adesão das então vilas de Pombal, Itabaiana, Pilar, Souza, Campina Grande (então Vila Nova da Rainha), Mamanguape e Alagoa Nova.
Descendo de Pilar e Itabaiana, as colunas revolucionárias, lideradas pelo comandante João Batista do Rêgo, padre Antônio Pereira de Albuquerque e jovem Manuel Clemente, encontrarão a cidade da Paraíba já conflagrada, sob o comando de, entre outros, o tenente-coronel Estevão Carneiro, capitão José de Melo, tenente-coronel José Peregrino de Carvalho, tenente-coronel Francisco José da Silveira e Coronel Amaro Gomes Coutinho, comandante do Regimento de Milícias de brancos.
Entre todos esses, dois se destacam sobremaneira, sendo ambos enforcados em Recife, durante a selvagem repressão que se seguiu à derrocada do movimento - Peregrino de Carvalho, "jovem agitador de massas", e Amaro Gomes Coutinho que além de comandante da Tropa de Linha, era proprietário no sítio Zumbi (Cidade Baixa).
Porém as forças do Governo, não perdeu tempo. Quatro meses depois os líderes da revolta foram condenados à morte e a revolução contida.
Confederação do Equador:
Esta revolta surgiu com a atitude autoritária de D. Pedro I, o qual dissolveu a Assembleia Constituinte. Esta situação agravou-se quando D. Pedro I quis substituir Manoel Pais de Andrade, governador da província, ex-revolucionário, que gozava de grande popularidade entre os pernambucanos, por uma apadrinhado seu (Francisco Reis Barreto). Desta forma, as câmaras municipais de Olinda e Recife se declararam contrárias ao governo de Barreto. Em 2 de julho de 1824, Pais de Andrade se empenhou na revolta, pedindo apoio às outras províncias nordestinas. Seu objetivo era reunir as províncias do Nordeste em uma república, denominada de Confederação do Equador. Foram mandados emissários às províncias da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Porém a repressão sobre esta revolta foi intensa.
Em 1824, os partidários da Confederação do Equador encontraram no sargento-mor das ordenanças Félix Antônio, presidente do Governo Temporário de Areia, chefe de qualidades. Foi sob seu comando que os insurretos sustentaram contra os legalistas que desciam do Pilar, e no Riacho das Pedras em Itabaiana, violento combate cujo indeciso resultado não ocultou a extensão - mais de três mil homens participaram da batalha em que os legalista experimentaram noventa baixas e os confederados vinte e três, afora feridos e prisioneiros de ambos os lados.
Felix Antônio, revolucionário até a última hora, estará, aliás entre os companheiros de Frei Caneca que, após longa peregrinação pelos sertões de Pernambuco, Rio grande do Norte e Paraíba, serão presos na Fazenda Juiz, já no Ceará.
D. Pedro I enviou navios de guerra para derrotá-la. Após a derrota das tropas republicanas de Pernambuco, as outras províncias se enfraqueceram e foram derrotadas. Seus líderes foram todos executados, entre eles Frei Caneca, que morreu fuzilado, pois ninguém tinha coragem de enforcá-lo.
Diante desses fatos, a insatisfação popular na Paraíba contra o governo imperial era bastante clara. a própria abdicação de D. Pedro I, foi muito bem aceita na província.
Revolução Praieira:
No final da primeira década do Segundo Reinado, a Paraíba participou de um movimento, ao lado de Pernambuco, pela liberdade, Federação, República e direito ao trabalho. O principal jornal liberal em Recife tinha sua localização na Rua da Praia. Por causa disto, os liberais ficaram conhecidos como praieiros.
Esta revolta durou apenas cinco meses e ocorreu na província de Pernambuco entre 1848/49. Ela foi influenciada pelo espírito de 1848 que dominava a Europa. Esta revolta consiste não apenas em um movimento de protesto contra a política Imperial, mas num movimento social que pretendia estabelecer reformas. Dentre outras exigências feitas pelos revoltosos, podemos citar: a divisão dos latifúndios; a liberdade de imprensa; democracia; fim da importação de indústrias têxteis; fim do domínio português sobre o comércio de Recife; fim da oligarquia política, entre outros.
Os revoltosos eram os liberais adversativos dos conservadores (grandes latifundiários e comerciantes portugueses). Aqui, novas ideias não deixavam de germinar, fosse através de jornalistas como Borges da Fonseca, fosse como através de figuras heterodoxas como Maximiano Machado, o historiador paraibano, que, associa-se à insurreição de que, mesmo como juiz municipal, ao lado dos liberais da Praia, na Areia de 1949.
A revolução iniciou-se com choques entre os liberais e conservadores de Olinda, ao sétimo dia do mês de novembro de 1848. Em 1849 os revoltosos atacaram Recife, mas fracassaram. Depois de ter sido derrotado pelas tropas do Brigadeiro Coelho, em Pernambuco, Borges da Fonseca continuou a lutar na Paraíba.
Entre os principais líderes paraibanos encontrava-se Joaquim dos Santos, em Areia, e o Coronel João Leite, do Piancó. Na eclosão do movimento, o presidente da Paraíba, João Antonio de Vasconcelos teve seu pedido de luta contra os rebeldes, feitos ao delegado Maximiano Lopes Machado, negado. de facções liberais, Maximiano abriu as portas da cidade para os rebeldes praieira. É rápido o combate que aí se trava. Exaustos com a marcha forçada que empreenderam desde o Recife, passando por Itabaiana e Alagoa Grande, já em território paraibano, os praieiros não tiveram como sustentar as posições articuladas pelos partidários do major Quinca Leal. Na debandada que se seguiu à derrota, algumas colunas derivaram até Pocinhos. Líderes foram torturados ou assassinados. Este foi o último movimento revolucionário do Império.
Ronco da Abelha
Ocorrido entre dezembro de 1851 e fevereiro de 1952. Foi um movimento de caráter popular, que irrompeu em diversos pontos da Província da Paraíba. O motivo dessa revolta popular foi o lançamento de dois decretos em junho de 1851. O primeiro, determinavam o obrigatório recenseamento da população. O segundo, obrigava todos os brasileiros a possuírem Registro civil de Nascimento e Óbitos, até então feito pela Igreja e que agora, passaria à responsabilidade de funcionários do Estado.
Espalhou-se maldosamente a ideia
de que a medida visara oficializar a perseguição aos homens de cor (mulatos) e
brancos pobres. Daí o surto de revolta e indignação da comunidade. Alguns
sacerdotes começaram a pregar contra o registro civil, o denominando “papel de
satanás”, o que aumentou a tensão. O movimento começou a 16 de fevereiro de
1851.
Contrariados com o que
chamavam de “Lei do Cativeiro”, a população sertaneja, partiu para a guerra
contra as autoridades e cartórios, pegando os livros de registros, para que os
mesmos fossem examinados pelos padres.
O Ronco da Abelha envolveu
vilas e cidades de cinco províncias do Nordeste: Paraíba, Pernambuco, Alagoas,
Ceará e Sergipe.
Na Paraíba essa resistência assumiu
a forma de tumulto em que roceiros, armados de pedras e bacamartes, invadiram vilas
e cidades. Engenhos e vilas foram destruídos e tiveram seus bens levados pelos
revoltosos. Proprietários e autoridades locais tiveram que se refugiar para não
serem linchados pela multidão.
Na Paraíba o movimento se deu
em Ingá, Campina Grande, Fagundes, Areia, Alagoa Nova, Alagoa Grande e
Guarabira.
Ingá na paraíba foi o centro
da agitação. Nessa vila, mais de 200 homens invadiram a casa do escrivão onde
se apoderaram de papéis e livros, imediatamente destruídos.
José Leal afirma que durante o
movimento fiéis chegaram a apedrejar alguns padres que, no púlpito, tentaram
justificar as razões do malfadado Regulamento.
O presidente Sá e Albuquerque
e Albuquerque enviou unidades de primeira linha para Ingá, Areia, Alagoa Grande
e Alagoa Nova. O agreste foi o palco de intenso alvoroço. Os revoltosos
agrupados em bandos que equivaliam a enxames, intentaram ações rápidas, como se
estivessem picando, e corriam denominação de Ronco da Abelha para o movimento
parece originar-se daí.
Apesar da ação enérgica do
governo, ficava difícil a repressão porque não se identificava os líderes. Muitas
pessoas acusadas, porém, não se consegue provas. Por fim, em 29 de janeiro de
1852, o governo imperial edita um novo decreto, revogando os dois anteriores. A
realização do censo só irá ocorrer vinte anos depois e o registro civil só é
implantado com o avento da República, quando ocorre a separação oficial entre
Estado e Igreja.
Quebra-Quilos
Tanto o ronco da Abelha (Ingá, 1852), quanto o Quebra-Quilos,
que se irradiará de Fagundes, Campina Grade e Areia, para todo o Nordeste, no
período compreendido entre outubro e dezembro de 1874. Inserem-se nesse quadro o mais importante que analisá-los em si mesmo, a
procura de presumida causa única para sua deflagração, consiste em pesquisar o
que se encontra por trás desses movimentos, formalmente associados à nova lei
de Registro Civil no caso do Ronco da Abelha e a institucionalização do sistema
métrico-decimal, no tocante ao Quebra-Quilos.
As circunstancias de haverem surgidos nessas feiras, como
polos de aglutinação política, social e cultural da sociedade da época,
evidenciam que os revoltosos reagiam contra dois dos mais odiosos instrumentos
da ordem estabelecida. “A centralização asfixiante” do Império e sua
“incapacidade de promover reformas. O empobrecimento do Nordeste, a braço de
uma crise, que se estendia da Bahia ao Maranhão e a que o algodão não se fazia
infenso. Combalido estado das finanças públicas e poderosa carga fiscal que daí
derivava. A mentalidade tacanha de presidente de província como Abiahy na
Paraíba e Lucena em Pernambuco, que enxergavam na força o único remédio para
insatisfações sociais da época donde “pior e mais violenta do que a atuação dos
Quebra-Quilos foi a repressão das forças comandadas pelo capitão longuinho,
hoje tristemente famoso pelos “coletas de couro”, tortura que se aplicou aos
que lhe foram denunciados ou apontados como Quebra-Quilos, porque “as próprias
forças de repressão do governo fizeram Paraíba concorrência aqueles a quem
perseguiam, saqueando fazendas e engenhos. Esse oficial caracterizou-se pela utilização,
contra os suspeitos, de colete de couro, instrumento de tortura que, molhado e
costurado no tórax da vítima, comprimia-o, matando-o por asfixia. Posto diante
desses fatos, o governo reagiu com brutalidade. Até canhões foram deslocados
para o teatro dos acontecimentos.
E, enfim, o sentido
irreversível das transformações em marcha que, racionalmente estruturadas pela
burguesia urbana da época – e é daí que advirão o Sistema Métrico Decimal e o
Código Civil, o registro civil e o de animais. Recenseamento, numeração de
placas das casas e o novo recrutamento – motivarão o protesto inconsciente dos
Quebra-Quilos que se encontravam à margem delas e tinham e tinham contra elas
reagir porque “O Leviatã”, com suas taxas, seu impostos, sua contabilidade, sua
máquina fiscal e sua organização era, na mentalidade primária de homens rudes e
à margem da civilização, um mal desnecessário.
Dentro desse quadro, a ferocidade da repressão aos
Quebra-Quilos, é bem típica da mentalidade tacanha de certos setores da classe
dominante que, ainda hoje, consideram problemas sociais como casos de polícia.
A questão faz-se um pouco mais ampla, pois os Quebra-Quilos
surgiram na parte mais sacrificada de região que constituía a periferia
econômica e social do Império. Nessa os pobres eram os mais penalizados, o que
explica a reação desses, por intermédio do que Armando Souto Maior considerou
como lutas sociais no outono do Império.
Contra o que voltavam os Quebra-Quilos?
Institivamente, contra o avanço do capitalismo, a serviço do qual se estruturava o Sistema Métrico Decimal. Centralização do Império e incapacidade de promover reformas. Carga fiscal que sobrevinham no rastro da exaustão das finanças públicas. E, enfim, contra a maçonaria que, através de gabinetes como o do Visconde do Rio Branco, no poder de 1871 a 1875, simbolizava estrutura politico social responsável por tudo que inquietava os humildes – escravidão, recenseamento, impostos e recrutamento.
O Levante de Princesa Isabel
Frente de oposição ao presidente
João Pessoa, na cidade de Princesa Isabel, Paraíba. Teve como líder José
Pereira, que possuía amizades influentes no Estado.
O fato de maior destaque foi a
luta armada que ali aconteceu em 1930, quando o chefe político Cel. José Pereira
Lima declarou o seu território independente do Estado, contra o Então
Presidente João Pessoa. As razões desse episódio foram de ordem meramente
política. João Pessoa retirara da chapa o nome do candidato João Suassuna,
ex-presidente e amigo pessoal do Cel. José Pereira.
A reação não se fez esperar:
José Pereira rompeu e proclamou Princesa Isabel República Livre. Armou-se então
contra o governo do Estado.
O chefe rebelde tinha, ao todo,
mil e novecentos homens, inclusive desertores da polícia militar. A munição –
dizem – vinha do Sul, mandada pelo próprio Presidente Washington Luís. O dinheiro
para financiar era remetido pelos irmãos Pessoa de Queiroz, de Recife, inimigos
do Presidente João Pessoa. O levante de Princesa não passou de um confronto sem
vencedores ou vencidos. O coronel não conseguiu derrotar as milícias estaduais
que nem sequer chegaram próximas ao município rebelde.
Revolução de 30
Representou o acontecimento
mais importante em toda a história da Paraíba. A liderança da Paraíba foi para
frente a partir do memento em que João Pessoa recusou aceitar a candidatura de
Júlio Prestes à presidência da república.
Tudo piorou com o Levante de
Princesa, que contou com o apoio de todos os coronéis do açúcar e do algodão,
entre outros fatores que contribuíram para o agravamento da situação.
Logo após esse acontecimento, veio a morte trágica do presidente da Paraíba, João Pessoa. Pelas mãos de João Dantas que responsabilizava o governador por policiais terem invadido seu apartamento em busca de material bélico para ajudar os revoltosos de Princesa Isabel, além disso, havia usurpado de seu apartamento algumas cartas comprometedoras. Dessa forma Dantas resolveu se vingar matando João Pessoa no dia 26 de julho de 1930, à vista das pessoas que se encontravam na Confeitaria Glória no Recife. A Revolução de 30 vinculou-se de tal maneira à ação político-administrativa do presidente João Pessoa que terminou como personagem central cuja morte estimulou sua deflagração. A revolução se espalhou por diversos lugares (Nordeste do Maranhão à Bahia).
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