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A SOCIEDADE NO BRASIL COLONIAL

 1. A Sociedade Açucareira

A sociedade da região açucareira dos séculos XVI e XVII era composta, basicamente, por dois grupos. O dos proprietários de escravos e de terras compreendia os senhores de engenho e os plantadores independentes de cana. Estes não possuíam recursos para montar um engenho para moer a sua cana e, para tal, usavam os dos senhores de engenho. O outro grupo era formado pelos escravos, numericamente muito maior, porém quase sem direito algum.
Entre esses dois grupos existia uma faixa intermediária: pessoas que serviam aos interesses dos senhores como os trabalhadores assalariados (feitores, mestres-de-açúcar, artesãos) e os agregados (moradores do engenho que prestavam serviços em troca de proteção e auxílio). Ao lado desses colonos e colonizados situavam-se os colonizadores: religiosos, funcionários e comerciantes.
Elementos fundamentais na sociedade colonial nordestina

O patriarcalismo: A família patriarcal foi a base da sociedade nascida na região do açúcar. As famílias viviam isoladas na zona rural; eram raros os contatos sociais. Eram características da família patriarcal:

- poder absoluto do pai de família;
- submissão da mulher;
- casamentos sem escolha e sem amor, muitas vezes entre membros da mesma família (a escolha era feita pelos pais dos noivos);
- número elevado de filhos - o primogênito era o único herdeiro da propriedade;
- religiosidade marcante - em quase toda família havia um padre; em toda casa-grande havia uma capela;
- imposição paterna de uma profissão para os filhos;
- educação somente para os homens (as mulheres recebiam apenas as primeiras noções de escrita e aritmética e educação para o lar).

Os senhores de engenho possuíam autoridade absoluta sobre os seus familiares, sobre os agregados e os escravos de suas propriedades. A influência desses homens atingia até mesmo a vila próxima ao engenho. A maior parte dos poderes se concentrava nas mãos do senhor de engenho. Com autoridade absoluta, submetia todos ao seu poder: mulher, filhos, agregados e qualquer um que habitasse seus domínios. Cabia-lhe dar proteção à família, recebendo, em troca, lealdade e deferência. Essa família podia incluir parentes distantes, de status social inferior, filhos adotivos e filhos ilegítimos reconhecidos. Seu poder extrapolava os limites de suas terras, expandindo-se pelas vilas, dominando as Câmaras Municipais e a vida colonial. A casa grande foi o símbolo desse tipo de organização familiar implantado na sociedade colonial. Para o núcleo doméstico convergia a vida econômica, social e política da época.
A posse de escravos e de terras determinava o lugar ocupado na sociedade do açúcar. Os senhores de engenho detinham posição mais vantajosa. Possuíam, além de escravos e terras, o engenho. Abaixo deles situavam-se os agricultores que possuíam a terra em que trabalhavam, adquirida por concessão ou compra. Em termos sociais podiam ser identificados como senhores de engenho em potencial, possuindo terra, escravos, bois e outros bens, menos o engenho. Compartilhavam com eles as mesmas origens sociais e as mesmas aspirações.
A casa grande: No centro da vida do engenho, a casa grande erguia-se imponente, quase sempre edificada em uma colina ou elevação. "A casa grande, residência do senhor de engenho, é uma vasta e sólida mansão térrea, ou em sobrado, distingue-se pelo seu estilo sóbrio, mas imponente, que ainda hoje empresta majestade à paisagem rural, nas velhas fazendas de açúcar que a preservaram. Constituía o centro de irradiação de toda a atividade econômica e social da propriedade".
A senzala: Os escravos "mãos e pés" do senhor, como dizia Antonil, amontoavam-se em um barracão rudimentar erguido ao lado da casa grande. No final da tarde, os feitores os conduziam desde o canavial e a moenda para aquele dormitório miserável, em que os mais rebeldes dormiam acorrentados.
Entre uma parcela dos escravos, particularmente os domésticos, desenvolveu-se um desejo de "branqueamento", de afastamento dos valores africanos, de adesão ao catolicismo. Entre os negros e mulatos libertos, tal desejo era muito mais acentuado. Não havia meios de melhorar de vida senão reconhecendo “como somente válido o ideal estético do senhor, o da superioridade da cor branca sobre a negra, e seu ideal moral, o da superioridade da ética dos brancos sobre os costumes dos 'pagãos” '.
O negro crioulo nascido na senzala, normalmente se socializava sobre a influência dominante da cultura branca. Oferecia menos resistência à ética do senhor, e procurava através da malícia e da subordinação hábil chegar-se a ele.
A vila: A vida urbana no Brasil açucareiro era extremamente escassa, pela ausência de intercâmbios internos e pelas características da organização social. Assim, se excetuarmos as cidades de Salvador, Rio de Janeiro, Recife, São Luís e Belém, até o final do século XVII os aglomerados urbanos não serão nada além de meras extensões das propriedades rurais. As funções das vilas e povoados eram bem simples. Num primeiro momento, constituíam os pontos de contato entre a administração portuguesa e o poder local dos senhores. Além disso, tinham a função social de congregar os moradores dos engenhos e fazendas próximas, nas missas e festas, religiosas e leigas. Quanto ao plano econômico, sua função era pouco significativa, no máximo como pequenos portos do embarque de açúcar para os centros maiores (casos de vilas marinhas), onde se fazia o transbordo para Portugal; ou como lugares onde se podia adquirir, eventualmente, algum artigo em falta nos engenhos.

Senhor de engenho: "ser servido, obedecido e respeitado..."

Do outro lado da escala social estava o senhor de engenho. 'É título a que muitos aspiram porque traz consigo o ser servido, obedecido e respeitado de muitos. ' Um mundo oposto ao da senzala - mas totalmente dependente dele – era o mundo da casa-grande, do proprietário do engenho, ao qual todos deviam obediência: o patriarca. Este impunha respeito e medo até em sua família, sendo comum ter várias comborças (amantes negras). Na casa-grande, havia também as mucamas (escravas domésticas), que ajudavam a sinhá-dona (mulher do patriarca) nas tarefas caseiras. A sinhá, submissa, obediente e temerosa do senhor de engenho, ensinava as suas filhas, as sinhazinhas, no aprendizado das prendas domésticas (bordado, preparação do enxoval para o casamento).
Essas meninas - sinhazinhas -, futuras sinhás, 'faziam orações e copiavam a receita da marmelada : segundo ditado popular da época. “Á menina negou-se a tudo que de leve parecesse independência. Até levantar a voz na presença dos mais velhos. Adoravam-se as acanhadas de ar humilde. Criadas em ambiente rigorosamente patriarcal, viveram sob a mais dura tirania dos pais – depois substituída pela tirania dos maridos."
Os meninos, quietos e respeitosos, seguiam o pai no aprendizado do ofício do mando. Respeitavam os mais idosos, tomavam-lhes a bênção. “Só depois de casado arriscava-se o filho a fumar na presença do pai, e fazer a barba era cerimônia para que o rapaz necessitava sempre de licença especial.” As capelas, erguidas ao lado da casa-grande, centralizavam a vida religiosa. As construções eram luxuosas e imponentes, já que os homens livres do engenho as freqüentavam nas missas, rezas e festas religiosas. As cerimônias religiosas constituíam o momento apropriado para os senhores exibirem suas riquezas.
Construir belas igrejas e associá-las ao nome do proprietário do engenho era sinônimo de poder e força econômica.
Em suma, praticava-se nas capelas “uma religiosidade de superfície, menos atenta ao sentido íntimo das cerimônias do que ao colorido e à pompa exterior, quase carnal em seu apelo ao concreto e em sua rancorosa incompreensão da verdadeira espiritualidade”.
Grandes e belas construções de igrejas, religiosidade superficial, "pompa exterior", ligavam padres e senhores proprietários. Na tradição da metrópole, a Igreja tinha pouca autonomia, pois o clero estava atrelado ao Estado e às ordens do rei.
Na colônia, o clero subordinava-se aos senhores, formando laços de família, propriedade e poder com o patriarca.

A Sociedade Mineradora

A sociedade da região das minas, ao contrário da sociedade açucareira, era uma sociedade urbana. As pessoas ligadas à mineração, tanto os donos das minas quanto os que trabalhavam nelas, moravam nas cidades. Com a mineração surgiram mutas cidades brasileiras, como Mariana, Vila Rica, São João deu-Rei, São José del-Rei (atual Tiradentes), Tejuco(atual Diamantina).
Essas localidades tinham uma intensa vida urbana: ruas cheias de gente, igrejas enfeitadas com ouro, conjuntos musicais, poetas, músicos, escultores. Com a mineração, a população do Brasil tornou-se três vezes maior. No final do século XVIII o Brasil tinha três milhões de habitantes, 600 000 concentrados na região das minas.
Desta estrutura social diferenciada faziam parte os setores mais ricos da população - chamados "grandes" da sociedade - mineradores, fazendeiros, comerciantes e altos funcionários, encarregados da administração das Minas e indicados diretamente pela Metrópole.
Compunham o contingente médio, em atividades profissionais diversas, os donos de vendas, mascates, artesãos (como alfaiates, carpinteiros, sapateiros) e tropeiros. E ainda pequenos roceiros que, em terrenos reduzidos, entregavam-se à agricultura de subsistência. Plantavam roças de milho, feijão, mandioca, algumas hortaliças e árvores frutíferas. Também faziam parte deste grupo os faiscadores - indivíduos nômades que mineravam por conta própria. Deslocavam-se conforme o esgotamento dos veios de ouro. No final do século XVIII, esta camada social foi acrescida de elementos ligados aos núcleos de criação de gado leiteiro, dando início à produção do queijo de Minas.
Incluíam-se também nessa camada intermediária os padres seculares. Na Colônia, poucos membros do clero ocupavam altos cargos como, por exemplo, o de bispo. Este morava na única cidade da capitania: Mariana.
Por outro lado, crescia na capitania real o número de indivíduos sujeitos às ocupações incertas. Vivendo na pobreza, na promiscuidade e muitas vezes no crime, não tinham posição definida na sociedade mineradora. Esta camada causava constante inquietação aos governantes. Ela era geralmente composta por homens livres: alguns brancos, mestiços ou escravos que haviam conseguido alforria.
O Estado, percebendo a necessidade de agir junto a essa população incapaz de prover seu próprio sustento, associou a repressão à "utilidade". O encargo que eventualmente representava transformava-se, através do castigo, em trabalhos diversos e, consequentemente, em "utilidade".
Esta população, entendida como de "vadios", recrutada à força ou em troca de alimento, foi utilizada em tarefas que não podiam ser executadas pelos escravos, necessários ao trabalho da empresa mineradora. Era freqüente a ocupação destes que eram vistos como desclassificados sociais na construção de obras públicas como presídios, Casa da Câmara, entre outras. Também compuseram corpos de guarda e de polícia privada dos "Grandes" da sociedade mineradora, ou ainda empregavam-se como capitães-do-mato. Em outras situações, como na disputa pela posse da Colônia do Sacramento, participaram dos grupos militares que guardavam as fronteiras do Sul.
Os escravos, ali como de resto em toda a Colônia, representavam a força de trabalho sobre a qual repousava a vida econômica da real capitania das Minas Gerais. Vivendo mal-alimentados, sujeitos a castigos e atos violentos, constituíam a parcela mais numerosa da população daquela região.
Isto gerava uma constante preocupação para as autoridades já que, apesar da repressão cruel, não eram raras as tentativas de levantes escravos e a formação de quilombos, como o do Ambrósio e o Quilombo Grande. A destruição de ambos, em 1746 e 1759 respectivamente, não impediu que ocorressem outras fugas e a formação de novos quilombos.

Sociedade pecuarista

A pecuária ou criação de gado foi importante para a penetração do interior do Nordeste e também para a conquista do Sul do país. Da Bahia e de Pernambuco as fazendas de gado espalharam-se por quase todo o interior nordestino.
A sociedade pecuarista do Nordeste e Sul diferenciou-se da açucareira. A figura predominante dessa sociedade era a dos vaqueiros, isto é, homens livres não-proprietários de terras, que cuidavam das boiadas, e, na maioria das vezes, não estavam submetidos aos proprietários de terras. A própria característica de seminomadismo da pecuária tornava mais livre a vida dos vaqueiros e a sua melhor adaptação aos descendentes de indígenas.
Ao contrário da atividade açucareira e da atividade mineradora, que exigiam muitos trabalhadores, a pecuária precisava de pouca gente. Apenas o fazendeiro e alguns trabalhadores eram suficientes, pois o gado ficava solto, espalhando pelo campo. Na sociedade pecuária, o emprego de trabalhadores livres era muito mais frequente que o de escravos.
Em geral, 'depois de quatro ou cinco anos de serviço’, começava o vaqueiro a ser pago, de quatro crias cabia-lhe uma; podia assim fundar uma fazenda por sua conta.
Os chefes dos vaqueiros recebiam dos proprietários das fazendas uma pequena propriedade de terras, onde produziam para sua própria sobrevivência, além de terem o direito a um determinado número de crias e a um salário anual estabelecido com o dono da fazenda. ” Esses homens rudes e duros. muitas vezes escravos fugidos das fazendas do litoral, foram os verdadeiros conquistadores do sertão, abrindo caminhos. fundando povoados e ocupando áreas antes totalmente virgens da presença dos colonizadores."
No caso da atividade criatória do Nordeste, a penetração para o interior provocou choques com os índios, os quais se refugiavam sempre mais para dentro do território, procurando escapar do confronto com os brancos, ou integravam-se nas missões, ou, ainda, tornavam-se vaqueiros. Muitos paulistas depois das lutas com escravos foragidos e apresamento de índios nas regiões da Bahia e Pernambuco preferiam a vida de grandes proprietários nas terras adquiridas por suas armas: de bandeirantes passaram a conquistadores, formando estabelecimentos fixos. Ainda antes do descobrimento das minas, sabemos que nas ribeiras do rio das Velhas e do São Francisco havia mais de cem famílias paulistas entregues à criação de gado.
O sul do país, que se estende além dos Campos Gerais, foi ocupado e colonizado de maneira bem diversa da do Nordeste e região das Minas. Zona de intensos conflitos entre portugueses e espanhóis, era habitada por homens guerreiros e aventureiros.
A partir da segunda metade do século XVII, os paulistas, em sua penetração para o interior, chegaram até o Rio Grande do Sul. Em 1680 os portugueses fundaram, às margens do Rio da Prata, em frente a Buenos Aires, a Colônia do Sacramento, que se instituiu como excelente base para o contrabando e aguçou ainda mais as rivalidades luso-espanholas.
A única forma de integrar essa região ao restante da colônia era povoá-la. Dessa maneira a Metrópole distribuiu em grande fartura sesmarias, constituindo-se as estâncias, voltadas para a criação de gado que vivia semi-selvagem, quase em abando no, sobrevivendo graças às férteis regiões do pampa. A pecuária exigia pouca mão-de-obra: um capataz e alguns peões, que geralmente eram índios ou mestiços. O trabalho era assalariado, a escravidão era rara. Além do gado, criavam-se nas estâncias cavalos e muares.
Será apenas no fim do século XVIII que se consolidará a pecuária sulina. Inicialmente houve apenas o aproveitamento do couro, sebo e ossos; a carne era desprezada. Mas logo descobriram-se formas de conservação (salgamento e secagem), surgindo as grandes charqueadas que iriam abastecer o mercado interno, particularmente a região das Minas.

Sociedade missionária ou das missões

Missionários eram os padres que vinham da Europa para pregar a religião aos índios e tentar convertê-los à fé católica. E como esses padres faziam para pregar a religião? Eles tiravam os índios de suas aldeias, reunindo-os em aldeamentos, povoados, chamados reduções. A vida de redução era organizada e dirigida pelos padres.
Embora os índios das missões não fossem escravos dos padres, eram eles que construíam as casas e outras instalações das missões, cultivavam os produtos necessários à alimentação dos moradores dos aldeamentos, caçavam, pescavam e colhiam os frutos silvestres, como cacau, a castanha o cravo e a canela. Os lucros do comércio dos produtos que eram vendidos para fora dos aldeamentos ajudavam na compra de coisas que não eram feitas nas missões, como ferramentas, e tecidos domésticos etc.; aumentavam também a riqueza e o poder das ordens religiosas.
As atividades missionárias foram importantes para a conquista da Amazônia e do Sul do Brasil. Importantes reduções Jesuíticas foram organizadas no Sul do país, abrangendo os atuais estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, e então entrando até o Paraguai e Argentina.

Na missão

No aldeamento
quem mandava não era mais o chefe indígena.
Quem mandava era o missionário.
Era o missionário que mandava plantar a roça.
Era o missionário que mandava assistir à missa.
Era o missionário que mandava construir as casas.
O missionário mandava na vida do índio.
Na missão os índios trabalhavam para os padres.
Tinham que trabalhar três dias por semana para os padres.
Tinham que trabalhar com hora marcada.
Não podiam mais caçar na hora que queriam.
Não podiam mais pescar na hora que queriam.
Não eram mais eles que dividiam a caça.
Não eram mais eles que dividiam todas as coisas da roça.
O aldeamento da missão quase acabou com os índios.
Os índios morreram de doença.
Morreram de fome.
Morreram de tristeza.

(CIMI. História dos povos indígenas. P. 155-6.)

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