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Escravidão no Brasil colonial

Ao longo de mais de trezentos anos, os escravos foram os responsáveis pela produção de boa parte das riquezas no Brasil.

Milhões de africanos foram tirados de suas terras para uma viagem na qual aproximadamente a metade morria de fome, doenças e maus-tratos, ou, já em terras americanas, de banzo, uma espécie de tristeza e melancolia provocada pelo afastamento da terra natal.
O transporte dos escravos da África até o Brasil era feito em navios negreiros, chamados de tumbeiros. Amontoados nos porões, mais de um terço deles morria devido às péssimas condições de higiene e alimentação, além dos maus-tratos. Os que chegavam eram vendidos como mercadoria e submetidos a um duro regime de trabalho, a separação dos familiares, à destruição dos seus costumes, etc.
Porões de navios negreiros
A escravidão em massa dos africanos significou o despovoamento de regiões inteiras da África; além disso, destruiu essa população, pois os negros trazidos da África morriam em grande quantidade na viagem ou, rapidamente, no trabalho escravo. Mas a história da escravidão no Brasil não é feita apenas de submissão. É também uma história de lutas pela liberdade.

Da África para a América

Por que os colonizadores utilizaram o trabalho escravo na colônia americana? Por que eles preferiram os escravos africanos aos indígenas?
Para essas perguntas existem muitas respostas possíveis. Em primeiro lugar, os moldes implantados pelos portugueses (grandes propriedades voltadas para a exportação), o cultivo da cana-de-açúcar era uma atividade que exigia um grande número de trabalhadores. Durante muito tempo, alguns historiadores defenderam a ideia de os índios não se adaptaram ao trabalho na lavoura de cana-de-açúcar.
Na verdade, o trabalho rotineiro e sedentário na agricultura era muito diferente daquele a que os índios estavam acostumados. Adaptar-se a ele era uma grande mudança cultural, à qual muitos índios de fato resistiram; assim como os africanos, também pouco habituados a ele.
Ao governo português interessava mais que os índios continuassem a se dedicar à coleta das riquezas naturais da terra, como o pau-brasil. Desde que os portugueses desembarcaram no Brasil, contaram com os nativos para localizar e coletar os produtos nativos americanos que tinham valor na Europa. Esses produtos foram mantidos como monopólio de governo português, trazendo grandes lucros ao longo de vários séculos.
Por causa disso, o governo português proibiu inúmeras vezes a escravidão dos povos indígenas pelos colonos. Certamente essa atitude colaborou com a pressão exercida pelos religiosos católicos, sobretudo os jesuítas, que viam nos povos indígenas uma possibilidade para ampliar o número de fiéis.
Os povos nativos da América eram vistos pela Igreja católica como pessoas “puras”, por não terem nenhuma outra crença religiosa contrária à fé cristã. Assim, eles deveriam ser catequizados e não escravizados. Ao contrário dos africanos, que muitas vezes eram associados aos muçulmanos: deveriam ser trazidos à América para purgarem seus pecados.
Apesar da proibição do governo, sempre houve lacunas na lei que permitiram aos colonos aprisionarem os nativos. Por exemplo, a lei permitia tornar escravo um índio hostil aos colonizadores. Assim, a escravidão indígena nunca deixou de existir na colônia, principalmente nos períodos em que o abastecimento de escravos africanos era precário.
Outra ideia corrente entre os historiadores foi a de que os africanos, apesar de custarem mais, tinham uma produtividade maior, o que compensava o alto custo investido neles.
Na verdade, o que era extremamente lucrativo na escolha da escravidão africana era o comércio de homens e mulheres africanos realizado pelos europeus. O tráfico de escravos foi, durante séculos, uma das atividades mais lucrativas do comércio internacional, com os entrepostos na África sendo duramente disputados pelas principais potências européias. Muitas guerras ocorreram pela disputa do controlo dos entrepostos.

O tráfico negreiro

Os comerciantes portugueses que já se dedicavam à venda de escravos foram os primeiros interessados em vendê-los para os senhores de engenho do Nordeste.
Durante todo o processo de expansão marítima do século XV, os navegantes e comerciantes portugueses, enquanto procuravam avançar mais para chegar às Índias, encontraram uma boa fonte de lucro: o tráfico de escravos. Em 1441, submeteram o primeiro grupo de africanos, nas costa do continente.
Para conseguir escravos, os portugueses utilizavam diversos métodos. Eles organizavam verdadeiras caçadas: entravam nas aldeias, perseguiam e prendiam seus habitantes. Às vezes, os próprios chefes das tribos vendiam membros de seu grupo em troca de tecidos, armas, jóias, tabaco, algodão, aguardente e outras mercadorias; outras vezes, vendiam prisioneiros de guerra. Nesse caso, os próprios traficantes se encarregavam de provocar guerras entre as tribos para depois comprar os prisioneiros.
Esses comerciantes obtinham lucros altíssimos. Na África, compravam escravos por preços baixos; vendiam-nos depois na América por preços altos. Muitas vezes, o açúcar, o tabaco, a aguardente e outros produtos comprados na colônia portuguesa eram usados como moda de troca pelos traficantes; com isso, ganhavam mais ainda.
Mercado de escravos
Quando chegavam à América portuguesa, os escravos eram colocados à venda em mercados. Ficavam à mostra, em exposição, e eram examinados minuciosamente pelos interessados. O escravo era tratado como se fosse uma mercadoria.

Origem dos escravos

A maioria dos africanos trazidos à colônia portuguesa como escravos pertencia a dois grandes grupos étnicos: os bantos, originários de Angola, Moçambique e Congo, e que se tornaram mais numerosos no centro-sul e no Nordeste; e os sudaneses, provenientes da Guiné, da Nigéria e da Costa do Ouro, e que foram levados principalmente para a região da Bahia.
Os bantos, por serem mais numerosos, acabaram influenciando muitos aspectos da vida colonial. Politeístas, cultuavam os espíritos bons e os espíritos maus, representados em estatuetas de madeira ou marfim. Entre os sudaneses, que se caracterizavam por sua elevada estatura, destacaram-se os maometanos, oriundos da Guiné. Destes, sobressaíram os “haussás” que se concentraram na Bahia.

O cotidiano do trabalho escravo

Os escravos começavam o trabalho ao raiar e só paravam ao escurecer. Quase não tinham descanso; em muitos engenhos, aos domingos, cultivavam pequenos roçados para seu próprio sustento. Seu principal alimento era a mandioca.
Nos engenhos de açúcar, as condições de trabalho eram extremamente duras, tanto nos canaviais quanto nas moendas e nas caldeiras. Essas condições extremamente difíceis e ainda a alimentação insuficiente e de péssima qualidade faziam com que o tempo de vida produtiva de um escravo não passava de dez anos. Depois de dez anos de trabalho pesado, o escravo estava enfraquecido, doente e, na maioria dos casos, morria.
Os escravos viviam e trabalhavam vigiados por capatazes e feitores. Quando fugiam, eram perseguidos pelos capitães-do-mato, que recebiam certa quantia por escravo capturado e devolvido ao senhor.
O castigo físico fazia parte do cotidiano da escravidão. Havia vários tipos de castigo. Os principais eram:
- tronco – os escravos eram presos pelas pernas em pequenas aberturas existentes entre duas vigas de madeira; ficavam horas e, às vezes dias imobilizados, o que provocava inchaço das pernas, formigamentos e fortes dores;
- bacalhau – espécie de chicote de couro cru, que rasgava a pele; muitas vezes os feitores passavam sal nos ferimentos, tornando a dor ainda maior;
- vira-mundo – instrumento de ferro que prendia mãos e pés;
- gargalheira – colar de ferro com várias hastes em forma de gancho.

Conflitos culturais

Chegando à propriedade, os eram forçados a abandonar grande parte de seus costumes e a adotar os hábitos impostos pelo seu dono. Entretanto, eles conseguiram manter muitas de suas tradições: danças, palavras de sua língua, religião, etc.
Em geral, o que acontecia era:
- em lugar dos alimentos com os quais estavam acostumados na África, os escravos se alimentavam com a corrida que o senhor lhes dava;
- em lugar de suas vestes tradicionais, os africanos eram obrigados a vestir grossos panos de algodão;
- em lugar de sua língua nativa, eram obrigados a aprender o linguajar local;
- em lugar dos antigos hábitos de trabalho, o escravo era controlado pelo feitor, que o castigava por qual quer falta;
- em lugar do padrão de moradia africana, a vida coletiva da senzala: uma habitação sem divisões, abafadas, quase sem janelas;
- em lugar de suas religiões africanas, a religião católica, com missas, batizados, casamentos e outros rituais impostos pelo padre-capelão do engenho.
Essa imposição de valores provocou também uma grande mistura entre os hábitos europeus e africanos. Ao longo dos séculos, foi sobre essa mescla que se construiu grande parte dos valores de nossa sociedade.
A exploração, a perda da liberdade e de parte da cultura levaram muitos africanos a resistir à escravidão: fugindo, lutando ou mesmo se matando.
Nos dias de festas dedicadas aos santos católicos, os africanos relembravam suas tradições nativas por meio da música e da dança. Dessa maneira, conseguiam manter parte de sua cultura. As cerimônias de enterros eram também momentos em que os escravos expressavam suas tradições.
O negro africano contribuiu para o desenvolvimento populacional e econômico do Brasil e tornou-se, pela mestiçagem, parte inseparável de seu povo. Os africanos espalharam-se por todo o território brasileiro, em engenhos de açúcar, fazendas de criação, arraiais de mineração, sítios extrativos, plantações de algodão, fazendas de café e áreas urbanas. Sua presença projetou-se em toda a formação humana e cultural do Brasil com técnicas de trabalho, música e danças, práticas religiosas, alimentação e vestimentas.
As marcas africanas em nossa cultura são inúmeras, desde instrumentos musicais, como atabaque, agogô, berimbau e cuíca, ritmos como samba, o batuque e o maracatu, até heranças culinárias, como acarajé, feijoada e caruru. Outra das fortes marcas dos africanos no Brasil são os ritos religiosos: o candomblé, umbanda, macumba.

Tipos de escravidão:

Os escravos que sobreviviam e chegavam ao Brasil, nessa época, eram destinados, a maioria, para o trabalho nas propriedades rurais ou para o trabalho nas minas, como ocorreu intensamente no século XVIII.
O escravo rural podia tanto trabalhar diretamente na plantação de açúcar, o chamado escravo do eito, como ser utilizado na residência do senhor, esse era o escravo doméstico. Havia escravos domésticos também nas vilas e cidades.
O escravo do eito era submetido a longas e repetidas tarefas. Chegavam a trabalhar mais de 15 horas por dia. E em épocas de safra, o descanso quase não existia. O não cumprimento das tarefas podia implicar em duros castigos. Calcula-se que a vida média de um escravo nessas condições penosas chegava, em média, a dez anos.
“Vida rude, monótona e regrada na qual o trabalho jamais parece deter-se e o lazer depende unicamente da boa vontade dos chefes e senhores ou das intempéries que inutilizam o canavial.”
Essa rotina é detalhada pelo artista Rugendas, que esteve no Brasil nos inícios do século XIX. Leia:

"Enviam-se os escravos para o trabalho logo ao nascer do sol. A frescura da manhã parece ser-lhes muito mais desagradável do que o grande calor do dia, e eles ficam entorpecidos até que o sol, erguendo-se, os queime com seus raios. Às oito horas concede-se-lhes meia hora para almoçar e descansar. Em algumas fazendas fazem os escravos almoçar antes de partirem para o trabalho, isto é, imediatamente depois do nascer do sol. Ao meio-dia eles têm duas horas para o jantar e o repouso e, em seguida, trabalham até as dezoito horas.
Entretanto, na maioria das fazendas, em vez de fazê-los trabalhar nos campos de cinco a sete horas, empregam-nos a juntar forragem para os cavalos ou procurar palmitos nas florestas vizinhas ou ainda lenhar; muitas vezes, eles voltam fortemente carregados e muito tarde. Também acontece, ao voltarem dos campos, fazê-las moer farinha de mandioca durante duas horas. Mas esse trabalho, na maioria das fazendas, só se faz duas vezes por semana, pois quase nunca se prepara mais do que o necessário ao consumo dos próprios escravos. Costumam estes, quando voltam de seu trabalho, apresentar-se ao senhor e desejar-lhe boa noite.”
Outra observação que ele faz é quanto à pratica de alguns senhores em conceder um pedaço de terra para alguns desses escravos. Estima-se que uma das mais fortes razões para isso seria diminuir a tensão causada pela própria escravidão. Veja o que ele diz:
“No domingo, ou dias de festas, tão numerosos que absorvem mais de cem dias no ano, os escravos são dispensados de trabalhar para seus senhores e podem descansar ou trabalhar para si próprios. Em cada fazenda existe um pedaço de terra que lhes é entregue, cuja extensão varia de acordo com o número de escravos, cada um dos quais cultiva como quer ou pode. Dessa maneira, não somente o escravo consegue, com o produto do seu trabalho, uma alimentação sadia e suficiente, mas ainda, muitas vezes, chega a vendê-la vantajosamente.”
Nas minas de ouro e diamantes o trabalho também era duríssimo. O trabalho curvado provocava dores e fazia com que alguns deles, ainda adolescentes, ficassem deformados para o resto da vida. Eles podiam ter a coluna curvada ou mesmo as pernas tortas. A labuta com os pés na água o dia inteiro também trazia sérios danos à saúde.
Os escravos domésticos trabalhavam no interior das residências. Eram cozinheiras, lavadeiras, copeiros, cocheiros, moleques de recado, além de amas-secas, amas-de-leite, mucamas e pajens. Eram escolhidos entre aqueles que os senhores consideravam de melhor aparência. Recebiam boas roupas, limpas e, por vezes, até luxuosas. O tratamento era diferenciado dos demais escravos. A proximidade fazia que chegassem até a ter certa intimidade com os familiares do proprietário e mesmo com este. Por vezes, criando vínculos de afeição.
Mas o trabalho doméstico também não era fácil. Ao contrário, era extremamente cansativo. Lavar a roupa, limpar e cozinhar eram tarefas que exigiam muito esforço. Não havia máquinas, modernos produtos de limpeza nem fogão a gás. Também não havia esgotos, água encanada nem energia elétrica. Cozinhar, por exemplo, exigia buscar e rachar lenha. A casa tinha de ser abastecida de água para a higiene pessoal, alimentação e para a limpeza.
Aí mesmo nas cidades, havia também os escravos de ganho, que executavam tarefas, muitas vezes, como vendedores ambulantes. Estes obtinham o ganho do seu dono, mas recebiam uma parte desse lucro para se manter. Além desses ambulantes, havia também barbeiros, pedreiros e até aqueles que praticavam a medicina popular, vendendo ervas, poções ou mesmo realizando procedimentos de cura.
Havia senhoras que enfeitavam suas escravas e as prostituíam. Há casos em que ex-escravas exploravam algumas cativas nessa atividade. Em geral, os escravos de ganho não moravam na mesma casa dos seus senhores.

Distinção entre escravos

Havia outra forma de distinção entre os escravos. Chamavam-se boçais os recém chegados da África, que ainda não dominavam o idioma. Já o ladino era o nascido na África, mas que já dominava o português e estava integrado na rotina de trabalho. Os escravos nascidos no Brasil eram chamados de crioulos.

Os escravos resistem: formas de luta contra a escravidão

Os africanos resistiram à escravidão de muitas maneiras. Uma delas foi a fuga. Muitas vezes, após a fuga, reuniam-se em comunidades chamadas quilombos.
Os escravos viviam nas senzalas, habitações de um único compartimento, na maior promiscuidade; eram responsáveis por todos os trabalhos nos canaviais, nas oficinas e na casa-grande. Qualquer reação contra o sistema de escravidão era reprimida violentamente. Os negros, entretanto, não permaneceram de braços cruzados diante dessa realidade opressiva.
Enquanto existiu escravidão, ocorreu também reação. O símbolo da resistência foi a formação dos quilombos, aldeamentos de negros fugitivos. Eles surgiram por toda parte onde imperou a escravidão: Alagoas, Sergipe, Bahia, Mato grosso, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. Nos quilombos, os africanos falavam sua própria língua, seguiam as leis de suas terras de origem, faziam suas festas, praticavam sua religião, etc.
Os habitantes dos quilombos eram chamados quilombolas. Eles cultivavam os alimentos de que precisavam. Tinham também pequenas oficinas onde faziam roupas, móveis e instrumentos de trabalho. A vida nos quilombos não era fácil, pois as comunidades estavam sempre sujeitas aos ataques das expedições enviadas pelos senhores e pelo governo. Por isso, a maior parte dos quilombos teve vida curta; alguns, entretanto, conseguiram resistir por décadas. Quando os quilombos eram destruídos, os quilombolas que não morriam lutando eram levados de volta aos donos e severamente castigados.
Dentre os quilombos mais conhecidos, destacam-se os da serra da Barrida, região situada entre os atuais estados de Alagoas e Pernambuco. Eram cerca dez quilombos, unidos sob o nome de Palmares, que resistiram durante quase todo o século XVII aos ataques do governo e dos senhores de escravos. Seus mocambos – pequenos casebres cobertos com folhas de palmeiras – chegaram a se estender por 27 mil km². Assim, Palmares constituía-se em constante chamamento, um estímulo, uma bandeira para os negros escravos das vizinhanças que o viam como um constante apelo à rebelião, à fuga para o mato, à luta pela liberdade.
A destruição de Palmares ocorreu em 1695, e coube à expedição chefiada pelo bandeirante Domingos Jorge Velho.
Zumbi, grande chefe de Palmares, conseguiu fugir com algumas dezenas de homens, mas no dia 20 de novembro de 1695, foi aprisionado e decapitado. Sua cabeça foi colocada num poste em praça pública, para servir de exemplo aos que o consideravam imortal.
A data da morte de Zumbi ficou registrada nos anais da História como o “Dia da Consciência Negra”, para que se possa sempre lembrar que os negros até hoje lutam contra a marginalização e a discriminação de que são vítimas.



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