sexta-feira, 19 de julho de 2024

Biosfera, biomas e ação humana

 O ar que respiramos, a água que bebemos ou o solo onde plantamos e colhemos alimentos são responsáveis pela existência dos seres vivos e dos elementos necessários à sobrevivência humana. Chamamos cada um desses meios físicos de: atmosfera, hidrosfera e litosfera.

Biosfera, esfera da vida

Todos os fenômenos da natureza ocorrem de maneira interdependente.
Isso significa que eles mantêm relações entre si, interferindo diretamente uns nos outros. As relações entre os fenômenos da atmosfera, da litosfera e da hidrosfera ocorrem na biosfera.
atmosfera é a camada de gases que envolve o planeta. Ela protege os seres vivos filtrando os raios solares e impede que meteoritos e pequenos corpos celestes atinjam a superfície terrestre. Também é nela que ocorrem os fenômenos meteorológicos.
biosfera é a porção do planeta habitada pelos seres humanos e onde se desenvolvem todas as outras formas de vida animal e vegetal. Ela existe devido às interações entre a atmosfera, a hidrosfera e a litosfera.
hidrosfera reúne o conjunto das águas da Terra, seja no estado gasoso (como o vapor de água nas nuvens), seja no estado líquido (como os rios, lagos, aquíferos e oceanos), seja no estado sólido (como as geleiras e calotas polares).

Biosfera e ecossistemas

Como vimos, na biosfera ocorrem as interações entre a atmosfera, a hidrosfera e a litosfera que criam as condições necessárias ao desenvolvimento da vida em nosso planeta. O termo biosfera significa justamente “esfera da vida” (bio = vida; sfera = esfera).
Na biosfera ocorrem intensas trocas de matéria e energia envolvendo elementos químicos, físicos e biológicos. Essas trocas possibilitam a existência de inúmeras espécies de seres vivos e de ecossistemas complexos.

Diversidade de ecossistemas

Na superfície terrestre são identificados muitos tipos de ecossistema. Eles se diferenciam pelas formas de trocar matéria e energia, pelas espécies de seres vivos que neles habitam e pela dimensão espacial que ocupam na superfície do planeta.
Seja qual for a dimensão, desde o ecossistema de uma árvore
ou de um lago até o de uma vasta floresta, é importante lembrar que todos esses conjuntos dinâmicos estão interligados, influenciando uns aos outros.
Biomas e paisagens naturais
Os biomas são conjuntos de ecossistema interligados que abrangem grandes áreas, estendendo-se, muitas vezes, além dos limites de países e continentes.
Caracterizam-se por apresentar certa homogeneidade no que se refere às condições climáticas (quantidade de chuvas e temperatura), tipos de solos e de relevo, bem como presença de água, na forma de rios e lagos.
Esses fatores naturais criam condições para o desenvolvimento de espécies de fauna e flora muito peculiares, proporcionando identidade única a cada paisagem natural da Terra.
De maneira geral, é possível identificar seis grandes biomas em nosso planeta: Floresta Tropical, Savana, Campo, Deserto, Floresta Temperada e Tundra.
Conheça a seguir a extensão e as principais características desses biomas.
Floresta Tropical – Ocorre nas regiões mais quentes e úmidas do planeta. Apresenta vegetação densa, com árvores, arbustos e inúmeras outras espécies de plantas. Abriga também grande variedade de espécies de mamíferos, aves, peixes, insetos e anfíbios. É o tipo de bioma com a maior biodiversidade entre os demais do planeta.
Savana – Ocorre em regiões quentes, porém não tão úmidas como as do bioma Floresta Tropical, já que as chuvas se concentram em determinada época do ano. Caracteriza-se por vegetação mais aberta, composta de gramíneas e capins, com árvores e arbustos esparsos.
Isso possibilita que abrigue animais de grande porte, como aves (avestruz, ema etc.) e mamíferos (elefante, cervos, leões, pumas, rinocerontes etc.).
Campo – Encontrado em dois tipos. As pradarias desenvolvem-se em regiões com chuvas bem distribuídas e temperaturas mais baixas durante o ano; as estepes desenvolvem-se em regiões semiáridas, com poucas chuvas durante o ano. Em ambas predominam plantas rasteiras, como capins e ervas de diferentes espécies. Tais características contribuem para a existência de uma rica fauna composta desde roedores e répteis, até mamíferos de grande porte, como felinos (onças e panteras) e cervos (veados campeiros e alces).
Deserto – Há dois tipos desse bioma: os desertos quentes, que, em geral, ocorrem próximos aos trópicos (Câncer e Capricórnio), e os desertos frios, nas regiões frias e polares do planeta. Em ambos os casos, é baixa a quantidade de chuvas anuais. A vegetação predominante é rasteira (capins e gramíneas) ou formada por cactáceas (espécies variadas de cactos). A fauna é composta, sobretudo, de roedores, répteis e insetos.
Floresta Temperada – Classificada também em dois tipos: a Taiga (fotografia A), floresta com predominância de coníferas (espécies de pinheiros), forma de vegetação muito resistente ao inverno rigoroso que ocorre em regiões de elevada latitude; a floresta decídua ou de bosque (fotografia B), com árvores e arbustos que perdem as folhas no outono e no inverno, que é menos rigoroso do que nas regiões de taiga. Ambas abrigam diversas espécies de mamíferos, aves, anfíbios e insetos.
Tundra – Ocorre em regiões de clima muito frio, como nas altas montanhas e nas áreas próximas ao Ártico ou à Antártica. Nela desenvolvem-se plantas rasteiras, como gramíneas, musgos e liquens, além de diversas espécies de aves, insetos e mamíferos, sobretudo após o degelo, durante a primavera e o verão.

Distribuição dos biomas e zonas térmicas da Terra

A localização dos biomas na superfície terrestre está diretamente ligada à maneira pela qual a energia do Sol atinge a superfície do planeta. Devido à forma arredondada da Terra e a seu eixo inclinado, cada região é iluminada e aquecida com maior ou menor intensidade, de acordo com sua posição no sentido norte-sul. Esse fato resulta em diferentes zonas térmicas, como mostra o esquema ao lado.

Biomas e ação humana

Em nosso planeta, são poucos os lugares que ainda não receberam de alguma forma a interferência dos seres humanos. Boa parte dos biomas terrestres já foi alterada com maior ou menor intensidade pelas atividades desenvolvidas por nossa sociedade. Ainda que existam extensas áreas intactas de florestas, savanas, campos e tundra, todas se encontram sob ameaça a médio ou longo prazo. Assim, é fundamental que se estabeleçam medidas urgentes para a proteção desses ambientes. Os estudos de Geografia contribuem para avaliar espacialmente o comportamento da sociedade e os impactos causados por ela, estabelecendo soluções para reverter esse quadro.
desmatamento de áreas de vegetação nativa, por meio de queimadas ou do corte de árvores para a prática da agricultura e da pecuária, tem destruído os ecossistemas e levado espécies de plantas e animais à extinção. Além disso, a retirada da vegetação original acelera o processo de erosão dos solos e o assoreamento de rios e lagos.
A construção de represas para geração de energia elétrica ou abastecimento de cidades envolve a inundação de áreas de vegetação nativa. Já a captação de água doce para a irrigação agrícola pode acelerar a contaminação dos solos e das águas por produtos químicos e causar desequilíbrio em ecossistemas aquáticos.

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