sexta-feira, 19 de julho de 2024

VEGETAÇÃO E BIODIVERSIDADE

Até pouco tempo atrás, as florestas eram vistas como um obstáculo ao desenvolvimento econômico. Apesar de alguns grupos ainda pensarem dessa forma, hoje sabemos que as florestas e outras formações vegetais têm grande importância ambiental, econômica e social.

Além da Floresta Amazônica e da Mata Atlântica, existem outros tipos de florestas em todo o mundo que vêm sendo bastante devastadas.

Clima e vegetação

O clima e a vegetação estão fortemente relacionados. A temperatura e a umidade do ar são de extrema importância para as comunidades biológicas, sobretudo para que as plantas possam se desenvolver. Ambientes com temperatura e umidade do ar elevadas tendem a proporcionar o desenvolvimento de uma vegetação mais densa e diversificada. Já em áreas áridas, é comum a presença de formações vegetais caracterizadas por pequenos arbustos distribuídos de forma espaçada.
Dessa maneira, é possível considerar a vegetação como o elemento mais fácil de reconhecimento de um tipo climático e, consequentemente, de toda a comunidade biológica (plantas, animais, microrganismos, etc.) que se estabelece em uma região (com condições naturais semelhantes, portanto). Porém, à medida que o ambiente natural é modificado, atualmente sobretudo pela ação humana, verificam-se transformações em todo o conjunto, sendo a vegetação o elemento visualmente mais marcante.

Ecossistemas e interações na natureza

Os seres vivos estabelecem complexas interações com a água, o clima, o solo, o relevo, a atmosfera e a vegetação. Essas interações, em diferentes escalas, formam uma grande
variedade de ecossistemas no planeta Terra.
Um ecossistema pode ser entendido como a combinação, a coexistência e a interação entre elementos bióticos (seres vivos) e abióticos (rochas, solos, climas, relevos etc.). O tamanho de um ecossistema pode variar bastante: desde um vaso com uma única planta até uma floresta ou o fundo de um rio.
Como todas as espécies animais e vegetais necessitam de quantidades específicas de calor, luz solar, água e nutrientes para completar o ciclo da vida, esses elementos – isolados ou combinados – são importantes fatores que diferenciam um ecossistema de outro.
Temperaturas muito baixas, por exemplo, limitam o crescimento de alguns tipos de plantas e animais que só sobrevivem em temperaturas mais elevadas. A presença de luz solar é outro fator que define as espécies de um ecossistema, pois isso influencia o comportamento e a distribuição dos seres vivos e, também, as suas características.

Hotspots de biodiversidade

Todo bioma possui grande importância para o funcionamento do sistema terrestre. Isso proporciona recursos e condições fundamentais para a manutenção da vida humana e de outros animais, como o fornecimento de água pura e a regulação climática. Muitos biomas mundiais se apresentam ameaçados pela ação humana e demandam maior atenção. Como forma de identificar e melhor proteger essas áreas, foi criado em 1988, pelo ecologista britânico Norman Myers (1934-2019), o termo hotspot.
Os hotspots são áreas que apresentam alto grau de biodiversidade em risco de destruição e que, por isso, foram escolhidas como prioritárias para preservação.
Para ser considerada um hotspot, uma área deve apresentar ao menos 1 500 espécies de plantas endêmicas (encontradas apenas em uma região ou área específica do planeta) e ter perdido 70% ou mais de sua área original.
Em todo o mundo, há 36 hotspots que ocupam apenas 2,3% da superfície terrestre, concentrando mais de 50% de todas as espécies vegetais e aproximadamente 43% de espécies de vertebrados endêmicos. Ao todo, os hotspots perderam aproximadamente 86% de sua vegetação nativa.

Biodiversidade terrestre

Os ecossistemas consistem na relação dos agentes bióticos e abióticos no meio em que vivem. Sua dinâmica é complexa, pois depende de vários fatores ambientais que estão em constante mudança, como a ocorrência de chuvas, o crescimento das plantas, a alimentação dos animais selvagens, o desenvolvimento do solo, etc. Quando pensamos
em vários ecossistemas interligados e definidos por uma formação vegetal dominante, estamos reconhecendo um bioma.
Dos vários biomas existentes, podemos destacar a Amazônia e a Caatinga. Cada um deles possui conjuntos de ecossistemas próprios, com características comuns, que interagem dentro das condições específicas de cada ambiente.
Dentro de cada área, ecossistema ou mesmo bioma, é possível calcular a respectiva biomassa, ou seja, toda a matéria viva dessa área, tanto animal quanto vegetal. Assim, quanto maior for a concentração animal e, em especial, vegetal, maior será a biomassa. Os biomas de florestas equatoriais e tropicais concentram as maiores biomassas do planeta.
Tão importante quanto a biomassa para o equilíbrio do sistema terrestre é a biodiversidade, que se apresenta diretamente relacionada à diversificação das espécies em um ecossistema ou em um bioma.
A biodiversidade corresponde à diversidade biológica, ou seja, a toda a variedade de vida, desde microrganismos até plantas e animais encontrados em determinada área.
Portanto, todas as formas de vida existentes no planeta Terra fazem parte da biodiversidade: você, um fungo, um pé de alface, uma abelha, um elefante, uma floresta inteira...
A biodiversidade representa um imenso potencial econômico. Muitas espécies animais e vegetais são fonte de alimento e de matéria-prima para o desenvolvimento de substâncias usadas na fabricação de medicamentos, de essências e de óleos e na produção de fibras, de biomassa etc.
A sobrevivência das populações tradicionais também depende da biodiversidade. Os povos da floresta, por exemplo, utilizam a vegetação para extrair alimentos, construir moradias e desenvolver atividades de trabalho.
Nas últimas décadas, a comunidade científica, os governos e as organizações não governamentais ambientalistas têm alertado sobre a degradação e a perda da biodiversidade no planeta. Muitas espécies vegetais e animais podem ser extintas antes mesmo de serem conhecidas e estudadas.
Em 2011, a Organização das Nações Unidas (ONU) decretou que o período entre os anos 2011 e 2020 seria considerado a Década da Biodiversidade. Essa ação tinha como objetivo chamar a atenção da sociedade para o aumento das taxas de perda da biodiversidade mundial e lançar planos para sua proteção e preservação.
Apesar dos esforços da ONU, em um levantamento da organização no final de 2020, foi constatado que 40% da biodiversidade do planeta está ameaçada. Até 2050, cerca de 3 500 espécies podem estar comprometidas apenas no continente americano.

Ameaças à biodiversidade

Se a história do planeta Terra, de 4,5 bilhões de anos, fosse contada em um dia, os seres humanos ocupariam os últimos 20 segundos. E, nesse pequeno tempo de nossa história no planeta, o impacto provocado nos elementos naturais e na biodiversidade é gigantesco.
As atividades humanas, da retirada da vegetação nativa à produção de bens e energia, interferem na dinâmica natural dos solos, das formações vegetais, das águas, do relevo e da atmosfera, alterando o funcionamento dos ecossistemas e ameaçando a biodiversidade planetária.
A interferência humana nos diferentes ecossistemas vem acontecendo de forma muito rápida e intensa nos últimos 70 anos. Por isso, alguns cientistas estão buscando evidências de que estaríamos entrando em uma nova época geológica, que eles denominaram Antropoceno, marcada pela influência predominante da ação humana sobre o planeta.
De acordo com o artigo da revista Nature, o período teria começado em 2020, quando a massa de tudo o que foi construído pelo ser humano no planeta superou, pela primeira
vez, a massa conjunta dos seres vivos.
A história da formação e da evolução da Terra é dividida em grandes intervalos de tempo, denominados eras geológicas. Cada era é subdividida em porções menores, os períodos e as épocas geológicas. O período em que surgiu o Homo sapiens permanece até a atualidade: período Quaternário.

Redução da biodiversidade

Diferentemente do que muitos imaginam, todos os ecossistemas e biomas possuem biodiversidade, até os mais inóspitos. Os desertos, por exemplo, mesmo apresentando condições climáticas extremas, abrigam animais e vegetais adaptados a este ambiente.
Estima-se que na Terra existam entre 10 e 50 milhões de espécies animais e vegetais. Especialistas afirmam que o Brasil é o país com maior biodiversidade do planeta, com aproximadamente 20% de todas as espécies conhecidas. E ainda há muitas plantas com potencial terapêutico no território
brasileiro, as quais são utilizadas por povos originários e comunidades tradicionais e também na indústria cosmética e farmacêutica.
Porém, apesar de todos os benefícios ofertados pela biodiversidade terrestre, ainda há um enorme avanço na degradação dos biomas. Assim, muitas atividades humanas têm impactado diretamente a biodiversidade. Nas últimas décadas, animais e vegetais extinguiram-se em um ritmo somente menor do que o do período de extinção em massa dos dinossauros.
A exploração abusiva de recursos vegetais e animais, o crescimento desordenado de algumas cidades, a poluição do ar, da água e dos solos – especialmente pela expansão da agricultura e da pecuária – são apenas alguns fatores que degradam a paisagem natural e destroem os ecossistemas.
Estima-se que a perda definitiva de espécies vegetais e animais seja entre 1 000 e 30 000 por ano. Especialistas apontam que, se este ritmo for mantido, em um século teremos a extinção de mais da metade da biodiversidade na Terra.
Para reduzir o impacto nos ambientes naturais é necessária uma mudança de hábitos de parte da sociedade moderna, uma vez que o desperdício e o elevado consumo de produtos supérfluos intensificam a degradação ambiental. Como exemplo, podemos citar o avanço do garimpo ilegal, elevando a pressão sobre as florestas diante da extração de ouro, diamantes e outros minerais.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) criados pela ONU apresentam-se como um apelo global para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e a vida terrestre. O 15º objetivo trata da vida terrestre, que, resumidamente, destaca a importância de proteger, recuperar, promover e deter a perda da biodiversidade, sendo este um dever de todos.

Vegetação nativa

O bioma é um conjunto de ecossistemas e sua classificação é realizada conforme a vegetação predominante, que tem relação direta com o tipo climático.
Com a interferência humana ao longo dos séculos nas paisagens naturais, a vegetação original passou por diversas alterações, sendo completamente extinta em algumas partes do planeta. Este é um dos fatores que fazem com que certos mapas de vegetação, ou mesmo de biomas, apresentem variações, pois o principal elemento de identificação de um bioma, que é a vegetação, foi ou continua sendo modificado.
Além disso, as fronteiras entre as coberturas vegetais não são perfeitamente definidas. Há faixas que apresentam composição de ambas as vegetações, conhecidas como zonas de transição.

Alterações nos solos e difusão de espécies exóticas

Agricultura, mineração, áreas de pastagem, pecuária, desmatamento e expansão das cidades promovem a degradação e o empobrecimento dos solos e contribuem, junto com a caça, a pesca, a jardinagem, a criação de animais domésticos, o crescimento do comércio e do turismo mundial, para o aumento da difusão de espécies exóticas, isto é, espécies que são levadas para fora de sua área de distribuição natural.
Uma espécie exótica pode ser considerada uma espécie invasora quando ela começa a se reproduzir sem controle, representando uma ameaça para as espécies nativas e para o equilíbrio dos ecossistemas. Muitas vezes, essas espécies são transportadas intencionalmente por seres humanos.
O eucalipto, por exemplo, é uma espécie exótica originária da Austrália. Portanto, ele não faz parte das formações vegetais presentes nas áreas onde está sendo plantado para atender à demanda das indústrias de papel, de celulose, de móveis e de siderurgia.
As comunidades tradicionais de áreas de Cerrado, por exemplo, são prejudicadas pela plantação de eucaliptos, que substituem espécies nativas das quais essas comunidades extraem recursos utilizados como fonte de renda, como o pequi e o bacuri.

Destruição ou fragmentação de hábitats e superexploração de recursos naturais

Hábitat é uma porção do ambiente onde um indivíduo, uma espécie ou um grupo de espécies vive e se desenvolve. A destruição e a fragmentação de hábitats dificultam a sobrevivência e a reprodução de espécies, podendo levá-las à extinção.
A construção de rodovias, ferrovias e hidrelétricas, para transporte de mercadorias e produção de energia, associada à superexploração dos recursos minerais, biológicos (plantas e animais), energéticos e hídricos, destrói ou fragmenta, isto é, separa os hábitats.
Dados divulgados pelo Centro Brasileiro de Ecologia de Estradas (CBEE) da Universidade Federal de Lavras (Ufla-MG) apontam que, em 2020, cerca de 284,8 milhões de animais silvestres morreram atropelados nas rodovias brasileiras, a maioria aves, mamíferos e répteis.
Além de colocar em risco a biodiversidade, os atropelamentos de animais silvestres são responsáveis por ferimentos graves e vítimas fatais entre motoristas e passageiros. Para ligar hábitats fragmentados, permitindo que os animais circulem em segurança, é necessária a devida sinalização das rodovias e a implantação de pontes verdes ou ecodutos. Essas medidas, adotadas em muitos países, reduzem a morte de animais por atropelamento e acidentes nas estradas.
Ponte verde: passagem que cruza rodovias e ferrovias com o objetivo de facilitar a travessia segura de animais silvestres.

Poluição e mudanças climáticas

Embora pareçam ser ameaças diferentes à biodiversidade, a poluição e as mudanças climáticas estão intimamente associadas. A liberação de substâncias tóxicas de diversas origens nas águas, no ar e nos solos prejudica os seres vivos e os ambientes e tem colaborado com o aumento da temperatura média mundial. Milhares de espécies animais e vegetais poderão desaparecer e, com isso, alterar profundamente o equilíbrio ecológico.
Em 2018, a organização não governamental Fundo Mundial para a Natureza (WWF) publicou um estudo sobre o impacto das mudanças climáticas sobre a biodiversidade nos hotspots. A principal conclusão foi: quanto maior o aumento da temperatura média mundial, maior o número de espécies ameaçadas de extinção. O estudo diz que 2 °C a mais na temperatura média colocarão 25% das espécies vegetais e animais em risco de extinção. Os hábitats atuais dos ursos pandas-gigantes, na China, por exemplo, se tornarão mais quentes e secos, forçando esses animais a migrar para áreas mais frias, onde não há bambu, planta base de sua alimentação.

PRESERVAÇÃO DAS FORMAÇÕES VEGETAIS

A preservação das formações vegetais originais é fundamental para a manutenção da biodiversidade. Por isso foram criadas, por meio de leis, em muitos lugares do mundo,
áreas protegidas, como os parques nacionais e as reservas ecológicas.
Em partes dessas áreas, a exploração pelas comunidades tradicionais que nelas vivem é permitida. Em outras, apenas pesquisas científicas ou turismo ecológico são autorizados, por exemplo.
No Brasil, as áreas protegidas por lei são denominadas Unidades de Conservação (UCs). Essas áreas podem ser:
• Unidades de Conservação de Proteção Integral (UCPIs) – áreas onde são proibidas a presença de moradores e a extração de recursos. As atividades permitidas são apenas de pesquisa, educação ambiental, recreação em contato com a natureza e turismo ecológico.
• Unidades de Conservação de Uso Sustentável (UCUSs) – nessas áreas, a presença de moradores é permitida quando associada ao uso sustentável dos recursos naturais e à proteção das populações tradicionais.
Muitas das áreas que concentram biodiversidade estão localizadas em propriedades particulares. Nesse caso, a lei brasileira prevê que o proprietário pode, se desejar, transformar suas terras em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), contribuindo para a preservação ambiental.

Pegada ecológica

Na nossa sociedade, marcada pela produção e pelo consumo de bens, a interação entre os seres humanos e a natureza tem ocorrido com intensa exploração dos recursos naturais. Preocupados com essa questão, pesquisadores calcularam a quantidade de recursos naturais que cada ser humano consome para manter seu modo de vida. O resultado desse cálculo corresponde à pegada ecológica.
Aspectos relacionados à alimentação, ao vestuário, à moradia, ao transporte, ao entretenimento, entre outros, entram no cálculo da pegada ecológica. Por isso, quanto mais compramos o que não precisamos, desperdiçamos recursos e produzimos resíduos, maior será nossa pegada.
pegada ecológica também é calculada por cidade, país ou região do planeta. Assim, corresponde ao tamanho das áreas produtivas de terra e de mar necessárias para gerar tudo o que é consumido. Ela mede a quantidade de recursos naturais renováveis utilizados, considerando a área necessária para fornecê-los.

PRINCIPAIS FORMAÇÕES VEGETAIS

Florestas Tropical e Equatorial

Predominam nas regiões de climas quentes e úmidos com estação seca curta. São constituídas por árvores densas e exuberantes de grande porte e apresentam enorme variedade de espécies animais e vegetais. Os solos, em geral, são ácidos e de baixa fertilidade. A densa vegetação é sustentada pela grande quantidade de matéria orgânica produzida pela própria floresta.
Ocorrem em regiões da América Central, da América do Sul, da África e do sudeste da Ásia. A Floresta Amazônica é um exemplo de Floresta Equatorial e a Mata Atlântica, de Floresta Tropical.
Os principais motivos do desmatamento dessas florestas têm sido a retirada da vegetação, para a produção de madeira e de carvão vegetal, e as queimadas, para a implantação de grandes áreas de produção agrícola e pecuária. A exploração de minerais também acarreta destruição.

Floresta Temperada

Originalmente, a Floresta Temperada cobria a maior parte da Europa, o nordeste dos Estados Unidos e partes do Japão, da China e da Índia, em regiões de clima predominantemente temperado. Também é conhecida como Floresta Decídua, porque no inverno, em geral, as folhas das árvores caem. Entretanto, em algumas áreas da América do Sul e da Austrália, as folhas das florestas temperadas nunca caem.

Floresta Boreal (Taiga)

Ocorre nas latitudes altas, onde predominam os climas frios. Destaca-se nas paisagens de países como Canadá, Noruega, Suécia, Finlândia e Rússia. É bem homogênea, constituída por coníferas (como os pinheiros). O formato de cone das copas das árvores permite o escoamento da neve, e as folhas, em forma de agulha, regulam a perda de água na estação seca. Essas espécies são exploradas para a extração
de madeira – muito utilizada, ao longo dos séculos, para a produção de lenha e, hoje em dia, principalmente para a produção de celulose, matéria-prima da fabricação de papel.

Savana

Ocorre na América do Sul, na África e na Austrália, em regiões de clima tropical, marcadas por verões chuvosos e invernos secos. As paisagens na Savana são variadas, podendo aparecer desde matas fechadas até campos abertos. As árvores têm troncos tortuosos e folhas resistentes, aspectos que resultam da adaptação às queimadas naturais. Os solos são ácidos e de baixa fertilidade para a agricultura. Em algumas regiões do mundo, como no Cerrado brasileiro, a irrigação e a correção da acidez dos solos transformaram extensas áreas de Savana em áreas agrícolas.
Na Savana africana, há animais de grande porte que se alimentam da vegetação (herbívoros), como elefantes, antílopes e zebras. No Brasil, as Savanas contam com uma diversidade de espécies vegetais bem maior que a Savana africana. Uma das explicações para essa diversidade vegetal é, justamente, a ausência de grandes herbívoros.

Vegetação Mediterrânea

Predomina na região próxima ao mar Mediterrâneo, mas também aparece em outras áreas do mundo. É formada por diversas espécies vegetais, como oliveiras, carvalhos, pinheiros e eucaliptos. Com folhas grossas e resistentes, as plantas são adaptadas aos invernos rigorosos e aos verões quentes pouco chuvosos, quando podem ocorrer grandes incêndios florestais. Na Europa, a expansão do plantio de oliveiras (para a produção de azeitonas e azeite) substituiu outras espécies vegetais originais dessa formação.

Estepe e Pradaria

As Estepes e as Pradarias são formações vegetais rasteiras nas quais predominam as plantas herbáceas. Ocorrem especialmente em regiões de relevo plano. No entanto, apesar dessas semelhanças, as Pradarias desenvolvem-se em climas mais úmidos, como o temperado e o subtropical, presentes em áreas como as Planícies Centrais da América do Norte ou os Pampas sul-americanos. Já as Estepes desenvolvem-se em regiões com períodos de baixa pluviosidade, com clima temperado continental, ou em áreas semiáridas.
A rara presença de espécies de maior porte faz com que as Estepes e as Pradarias constituam extensas áreas de pastagens naturais. Em muitas regiões do mundo, essas áreas de Estepes e Pradarias foram amplamente utilizadas para a pecuária, o que causou tanto a devastação de espécies vegetais quanto a degradação dos solos.

Tundra

Ocorre em regiões de clima polar, com temperaturas muito baixas que mantêm os solos congelados durante a maior parte do ano. Assim, a vegetação desenvolve-se somente no curto período de verão, quando ocorre o degelo. As espécies vegetais são compostas predominantemente de liquens, algas e musgos.

Deserto

As áreas desérticas podem ser classificadas como quentes ou frias. Nos dois casos, a presença de espécies vegetais é baixa, em razão, principalmente, da rara ocorrência de chuvas. Nos Desertos frios, especialmente nos cobertos por neve durante grande parte do ano, ocorre a Tundra.
Nos Desertos quentes, destacam-se as espécies vegetais que eliminam folhas (caducifólias) e as que conseguem armazenar
água (xerófitas), como os cactos. O pequeno porte das formações vegetais e a pouca quantidade de folhas, ou a ausência delas, são adaptações ao clima seco, pois reduzem a transpiração das plantas e, portanto, a perda de água.

Vegetação de Montanha

É bastante diversificada, pois varia de acordo com a altitude. Podemos encontrar desde a Floresta Temperada, na base da montanha, até a Tundra, nas áreas de maior altitude. Essa variação acontece porque, à medida que a altitude aumenta, a temperatura e a umidade diminuem, e esses fatores também impedem o desenvolvimento de árvores de grande porte.
O deslizamento retratado ocorreu em razão das fortes chuvas na região, obstruindo parte da estrada. Agora, imagine se não houvesse vegetação nessa encosta de morro. Com as chuvas, o deslizamento de terra seria bem maior. Em geral, a vegetação ajuda a proteger o solo da erosão. Ela reduz o impacto direto das chuvas e as raízes das plantas ajudam a reter o solo.
Assim, o deslizamento de terra é considerado um fenômeno natural. Ele pode ser intensificado ou acelerado pela interferência humana, especialmente quando há desmatamento, movimentação do solo e pressão de construções.

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