O termo Cartografia, que é a ciência que estuda e desenvolve os mapas, foi introduzido pela primeira vez em 1839 pelo historiador português Manuel Francisco Carvalhosa, mas o surgimento dos mapas aconteceu bem antes, com a expansão dos territórios de antigas civilizações na Mesopotâmia, na Grécia, no Egito e na China. Nesse período histórico, eram utilizados, principalmente, como ferramenta estratégica de dominação e poder de um povo sobre outro.
Com o desenvolvimento da tecnologia, a Cartografia foi revolucionada. Antes produzidos à mão, os mapas passaram a ser elaborados com o auxílio de modernos programas de computador e apoiados por informações fornecidas por fotografias aéreas e satélites artificiais. Essas tecnologias, além de tornarem a produção de um mapa mais rápida, permitiram maior precisão das informações representadas.
O que é um mapa?
O mapa é uma representação gráfica da superfície curva da Terra em uma superfície plana, como o papel ou a tela de um computador, por exemplo. Em um mapa é possível representar, em tamanho reduzido, parte da superfície terrestre ou todo o globo.
Nos mapas podem-se representar características naturais e sociais do espaço geográfico. Entre as características naturais podemos citar os rios, o relevo, a ocorrência de chuvas, as médias de temperaturas, entre outras. Com o mapeamento dessas informações é possível planejar ações, como localizar um rio onde será preciso construir uma ponte para facilitar a circulação da população. Quanto às características sociais, podem ser representadas, por exemplo, a distribuição da população em um país, a oferta de serviços de coleta de lixo e de esgoto, as principais rodovias de um território, entre outras.
Por esse motivo a Cartografia
– ciência que estuda a representação da superfície da Terra – é considerada uma importante ferramenta dos estudos geográficos. Em Cartografia, são estudados os mapas, como eles são elaborados e para que podem ser usados.
Os elementos do mapa
Como vimos, o mapa é uma representação reduzida da superfície terrestre. É muito versátil, pois pode ser transportado com facilidade, além de ser facilmente manuseado.
Os mapas são ferramentas úteis para diversas atividades da sociedade. Por ter a função de transmitir informações diversas, dependendo de sua finalidade, podem ser utilizados na navegação, no turismo, em guerras, na previsão do tempo, dentre outras. Porém, para obter o melhor aproveitamento dessa representação do planeta ou de uma parte dele, é preciso saber interpretá-lo.
Assim como a Matemática possui uma linguagem particular, com um sistema simbólico próprio, os mapas possuem suas regras de leitura e elementos característicos. Vejamos os principais elementos de um mapa:
Título: É o primeiro elemento a ser considerado em um mapa. Informa o tema principal a ser tratado no mapa e a data de quando as informações contidas nele foram geradas.
Coordenadas geográficas (latitudes e longitudes): São linhas imaginárias. São representadas em geral por traçados em cor azul, que indicam os valores de latitude e longitude.
Orientação: O símbolo de orientação indica a posição do mapa em relação aos pontos cardeais, colaterais e subcolaterais. Essa informação garante a correta orientação na leitura do mapa.
Convenções cartográficas: São símbolos, desenhos e cores explicados na legenda do mapa. A leitura gráfica desses elementos é necessária para interpretar as informações relacionadas ao tema proposto no título.
Escala: Indica a relação de proporção entre o espaço real e a representação reduzida de uma superfície maior. A escala revela o número de vezes que o espaço real foi reduzido para ser representado.
Fonte: Indica a origem dos dados do mapa, reservada em geral a uma instituição.
Leitura e interpretação de mapas
Para a representação de características do espaço geográfico em um mapa são usados elementos gráficos que facilitam a leitura e interpretação: a linha, o ponto, cores, hachuras, escala, legenda, rosa dos ventos, por exemplo. A linha é utilizada para representar cursos de rios, estradas, limites de municípios, entre outros elementos. O ponto é usado para representar cidades e capitais de estados, por exemplo. O uso desses elementos deve seguir o que é conhecido como convenções cartográficas. Quando adotadas de maneira adequada, elas facilitam a leitura de mapas.
As convenções cartográficas estabelecem, por exemplo, o uso de cores para representar determinadas informações. A cor azul sempre é utilizada para representar a água, como os rios, lagos e chuva, e a cor verde costuma ser usada para representar a vegetação. As estradas e ferrovias são representadas pelas linhas vermelha e preta, respectivamente.
Todas as informações representadas no mapa devem constar na legenda do mapa: o significado dos símbolos, dos elementos gráficos usados nele, etc. Sem isso, a leitura e a interpretação de um mapa são prejudicadas.
A escala
Imagine como fazer para representar uma sala de aula em uma folha de papel. De maneira instintiva, você desenhará a sala de aula, que é uma área grande, em tamanho reduzido. A escala reduz todos os elementos representados, mas mantém
a proporção em relação à realidade.
A escala mostra a relação entre as distâncias representadas no mapa e as distâncias correspondentes na superfície terrestre. Ela é um elemento fundamental, porque indica quantas vezes a área representada foi reduzida. Existem dois tipos de escala: a escala numérica e a escala gráfica.
A escala numérica é representada por uma fração, por exemplo 1:5 000 (lê-se um para cinco mil), que, por convenção, é indicada em centímetros. O numerador 1 indica a medida no mapa. O denominador 5 000 indica a distância real. Para saber qual é a medida no terreno em metro ou quilômetro, é preciso fazer uma conversão de valores.
A escala gráfica é representada por uma linha horizontal dividida em partes iguais. Ela aponta de modo mais direto a relação entre a representação da superfície e o mapa.
Outras formas de representação da superfície terrestre
Quando um mapa representa toda a superfície terrestre, é chamado de planisfério. Há outras formas de representações cartográficas, como o globo terrestre, as plantas e os modelos tridimensionais. Vejamos cada um deles a seguir.
Globo terrestre
O globo terrestre é o tipo de representação cartográfica mais próximo do real. Seu modelo esférico de representação tem poucas deformações. Esse objeto, geralmente produzido em plástico, reproduz as distâncias, os tamanhos, as formas dos oceanos, dos mares, dos continentes e das ilhas, de modo mais fiel que o planisfério.
Planisfério terrestre
A Terra tem a forma aproximada de uma esfera. Então, como é possível representá-la em uma superfície plana, como os mapas e as cartas?
Para verificar na prática como isso é possível, tente cobrir totalmente uma bola de futebol, por exemplo, com um papel do tipo cartolina. Nessa tentativa, você perceberá que em algumas partes o papel apresentará algumas deformações. Na Cartografia, essas deformações são chamadas de distorções cartográficas.
Toda superfície curva, quando representada em um plano, apresenta distorções cartográficas, sendo mais evidentes em pequenas escalas, como nos planisférios. Para que a dimensão e a forma dessas representações tenham menos distorções, utilizam-se as projeções cartográficas.
Representações tridimensionais
Os mapas, croquis, imagens de satélite e plantas são exemplos de representações bidimensionais do espaço, ou seja, compostas apenas por duas dimensões espaciais. Além deles, é possível representar a superfície terrestre em três dimensões (largura, comprimento e profundidade) como nas maquetes e nos blocos diagramas.
Planta cartográfica
É muito comum utilizarmos o conceito de mapa para qualquer representação cartográfica. Mas nem toda representação plana e reduzida da superfície terrestre é um mapa. Essa definição vai depender, principalmente, da escala utilizada.
Ao estudar escala, vimos que quanto menos o espaço real é reduzido para elaborar uma representação cartográfica maior é a escala. E, quando é necessário representar uma extensa área territorial, o volume de reduções do espaço será maior, e a escala será menor. Isso possibilita diferenciar os mapas das plantas cartográficas.
Enquanto os mapas reproduzem a superfície terrestre do planeta total ou parcialmente em pequenas e médias escalas, as plantas são produzidas com o objetivo de revelar um maior número de detalhes, retratando áreas menores.
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