sexta-feira, 19 de julho de 2024

Planeta Terra: características e movimentos

A Terra é um dos oito planetas que compõem o Sistema Solar, que é formado por vários astros: planetas, satélites, cometas, entre outros. Ela se soma a outros sete planetas, além de 140 satélites naturais e bilhões de outros corpos celestes menores, realizando uma trajetória em torno do Sol, denominada órbita solar.

Diferentemente do que muita gente imagina, a Terra não é uma esfera perfeita.
Ela apresenta achatamento nos polos e uma superfície irregular, aproximando-se de uma forma chamada geoide.
Com exceção de Mercúrio e Vênus, os demais planetas do Sistema Solar apresentam satélites naturais — astros sem luz própria que giram ao redor dos planetas.

O único satélite natural da Terra é a Lua. Ela é o corpo celeste que está mais próximo de nós, a uma distância média de 384 mil quilômetros. Esse astro exerce grande influência em fenômenos que ocorrem na Terra, como o movimento das marés. Isso ocorre devido à atração gravitacional que a Terra e a Lua exercem uma sobre a outra.

Há também os satélites artificiais. Construídos pelos seres humanos, eles giram ao redor dos astros e são utilizados para estudos, pesquisas, obtenção de imagens e telecomunicações.

Os hemisférios

Para o estudo e a compreensão do planeta, convencionou-se dividir a Terra em hemisférios. Chama-se hemisfério a metade da superfície da Terra, limitada por um círculo máximo, que pode ser um paralelo ou um meridiano e seu antimeridiano.
A divisão da Terra pelo principal paralelo, o equador (0°), forma os hemisférios norte e sul.
A divisão da Terra pelo principal meridiano, o de Greenwich (0°), e por seu antimeridiano (180°) forma os hemisférios oeste (ocidental) e leste (oriental).

Os movimentos da Terra

Os astros celestes, entre eles o planeta Terra, não estão parados; eles realizam diversos movimentos no Universo.
A Terra realiza diversos movimentos, sendo os mais importantes os de rotação e de translação.
Esses movimentos provocam a ocorrência de alguns fenômenos em nosso planeta, como a alternância entre os dias e as noites, e as variações climáticas que resultam nas estações do ano. 
Entre os movimentos que a Terra realiza, dois são muito importantes, pois possibilitam a existência de vida no planeta. São os movimentos de rotação e de translação.
Se observarmos a trajetória que o Sol traça no céu no decorrer do dia, podemos chegar à conclusão de que ele se movimenta ao redor da Terra. A esse fato damos o nome de movimento aparente do Sol.
No século III a.C., o estudioso grego Aristarco de Samos levantou a hipótese de que o Sol ocupava o centro do Universo e a Terra e os outros planetas giravam ao seu redor. No século XVI, o astrônomo polonês Nicolau Copérnico retomou a ideia de Aristarco e afirmou que a Terra também girava sobre si mesma, o que levou a uma das principais mudanças de paradigma da história da Ciência. Essa foi uma hipótese polêmica na época e encontrou resistência por parte da Igreja católica, já que tirava o ser humano do centro do Universo. No entanto, com o tempo, ganhou força e passou a ser aceita.

O movimento de rotação: a sucessão dos dias e das noites

O movimento que a Terra faz em torno de si mesma chama-se rotação. Esse movimento tem a duração aproximada de 24 horas (o período exato de rotação é de 23 horas, 56 minutos e 4 segundos).
Como resultado desse movimento, a Terra recebe em uma de suas faces a energia emitida pelo Sol, também denominada radiação solar, de modo alternado. Enquanto uma parte é iluminada, a face oposta do planeta não recebe raios solares.
No tempo que a Terra leva para dar uma volta completa em torno de seu eixo, passamos por um período claro (dia), na face da Terra voltada para o Sol, e por um período escuro (noite), na face oposta. Assim, podemos afirmar que o movimento de rotação é o responsável pela alternância dos dias e das noites.

Em 1925, ficou estabelecido, por convenção, que o dia astronômico começaria à meia-noite. Não se estabelece o início do dia a partir do aparecimento do Sol porque esse momento varia, no decorrer do ano, em muitos lugares da Terra.
Ao longo da história da humanidade, enquanto a incidência de luz solar (dia) permitia o desenvolvimento de atividades, sua ausência (noite) o limitava. Com o surgimento da luz elétrica, na segunda metade do século XIX, e sua popularização, no século XX, foi possível ampliar as atividades realizadas no período noturno.

O movimento de translação e as estações do ano

Conforme a Terra realiza o movimento de rotação (em torno de si mesma), ela também gira ao redor do Sol, em um movimento que se chama translação. 
Esse movimento é realizado a uma velocidade de aproximadamente 30 quilômetros por segundo e dura cerca de 365 dias e 6 horas, ou exatos 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos.
Observe na figura 5, na página anterior, que o eixo imaginário da Terra se apresenta inclinado. Essa inclinação, combinada com o movimento de translação, provoca uma distribuição desigual da luz e do calor do Sol nos hemisférios norte e sul durante o ano, dando origem às quatro estações do ano: primavera, verão, outono e inverno. As estações ocorrem em períodos diferentes e alternados nos hemisférios norte e sul. Assim, podemos afirmar que o movimento de translação é responsável pela determinação do ano e das estações do ano.

Equinócio, solstício e as estações do ano

Durante todo o ano, há somente dois dias (20 ou 21 de março e 22 ou 23 de setembro) em que os hemisférios norte e sul recebem a mesma quantidade de luz e calor do Sol, fenômeno denominado equinócio (equi significa “igual”). Isso acontece porque, durante os equinócios, os raios solares ficam perpendiculares à linha do equador. Por essa razão, nos dois hemisférios o dia e a noite têm a mesma duração: 12 horas.
No dia 20 ou 21 de março, tem início a primavera no hemisfério norte; é o equinócio de primavera. No hemisfério sul, começa o outono; é o equinócio de outono. A partir desse dia, o hemisfério norte passa a receber, gradativamente, maior quantidade de luz do Sol. Por isso, os dias vão ficando mais longos, e as noites, mais curtas. No hemisfério sul, ocorre o contrário: ele recebe os raios solares de maneira mais inclinada, por isso as noites vão ficando mais longas, e os dias, mais curtos, até o dia 20 ou 21 de junho, quando ocorre a menor incidência dos raios solares sobre o trópico de Capricórnio. É a noite mais longa do ano no hemisfério sul, onde ocorre o solstício de inverno, ou início do inverno. No hemisfério norte ocorre o solstício de verão.
As diferenças entre a duração do dia e a duração da noite começam a diminuir até o dia 22 ou 23 de setembro, quando começa a primavera no hemisfério sul; é o equinócio de primavera. No hemisfério norte, começa o outono; é o equinócio de outono. A partir desse dia, os dias vão ficando cada vez mais longos que as noites no hemisfério sul, que está recebendo os raios solares mais diretamente. No hemisfério norte, as noites começam a se alongar.
No dia 21 ou 22 de dezembro os raios solares atingem mais diretamente o trópico de Capricórnio. Ocorre nova mudança de estação. No hemisfério sul, o solstício de verão é o dia mais longo do ano. No hemisfério norte, o solstício de inverno é a noite mais longa do ano.
Nos locais da Terra em que as estações do ano são bem definidas, ou seja, em que há grandes variações de temperatura entre o verão e o inverno, os períodos de aulas e de férias escolares variam. Assim, em geral, nos locais situados no hemisfério sul, o período mais longo de férias estende-se por dezembro, janeiro e fevereiro, que são meses de verão. Já em muitos lugares do hemisfério norte, o período de férias estende-se, geralmente, por junho, julho e agosto.

A translação e o calendário

Você viu que a Terra leva cerca de 365 dias e 6 horas para dar uma volta completa ao redor do Sol (movimento de translação). Com base nesse movimento, criou-se o calendário usado atualmente, o calendário solar, em que o ano tem 365 dias, distribuídos em 12 meses.
E o que é feito com as seis horas restantes? A cada quatro anos, elas somam um dia, que é acrescentado ao mês de fevereiro como dia 29. Quando isso ocorre, o ano fica com 366 dias e é chamado de bissexto.
Assim, a partir da observação do movimento de translação, foi estabelecida uma unidade de tempo, o ano, que serve de base para determinar o ritmo de uma série de atividades humanas. O próprio tempo das nossas vidas e o tempo histórico são marcados pelo ano.

As zonas térmicas da Terra

Você observou que o planeta Terra, em razão do movimento de translação e da inclinação de seu eixo, recebe diferentes quantidades de luz e calor do Sol. A maneira como os raios solares atingem as diferentes regiões do planeta possibilita o estabelecimento das zonas térmicas.
Na região próxima à linha do equador, os raios solares incidem mais diretamente ao longo de todo o ano. Essa parte, que é a mais quente do planeta, é denominada zona tropical — também chamada de zona quente ou intertropical.
Ao norte do trópico de Câncer e ao sul do trópico de Capricórnio, até os círculos polares, os raios solares chegam à Terra de forma inclinada, portanto menos diretamente.
Entre o trópico de Câncer e o círculo polar Ártico fica a zona temperada norte, e entre o trópico de Capricórnio e o círculo polar Antártico fica a zona temperada sul.
Ao norte do círculo polar Ártico fica a zona polar ártica, e ao sul do círculo polar Antártico fica a zona polar antártica. Nesses trechos é frio o ano inteiro, havendo pequenas variações de temperatura entre as estações. Eles recebem também as denominações de zona fria ou glacial ártica e zona fria ou glacial antártica, respectivamente.


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