Conheça alguns dos principais fatores climáticos que explicam as semelhanças e as diferenças entre os climas da Terra.
Latitude
Apesar de o Sol emitir sempre a mesma quantidade de energia, a intensidade dos raios solares recebida pela Terra depende do ângulo formado entre esses raios e a superfície terrestre.
Nas áreas de baixas latitudes (próximas à linha do equador e entre os trópicos de Câncer e Capricórnio), os raios solares atingem a superfície da Terra mais diretamente.
Por isso, as temperaturas médias, em geral, são mais altas. À medida que se direcionam aos polos, os raios solares vão atingindo a superfície da Terra de maneira cada vez mais inclinada.
Desse modo, o calor proveniente do Sol espalha-se por uma área maior, diminuindo sua intensidade. Em razão disso, as estações do ano são bem marcadas nas médias latitudes (entre o Trópico de Câncer e o Círculo Polar Ártico, no Hemisfério Norte, e entre o Trópico de Capricórnio e o Círculo Polar Antártico, no Hemisfério Sul), pois o movimento de translação da Terra faz variar muito o ângulo no qual os raios solares atingem essas regiões ao longo do ano.
A grande inclinação na incidência dos raios solares nas altas latitudes (áreas próximas aos polos) explica as temperaturas médias tão baixas nessas regiões. Assim, podemos dizer que a temperatura diminui conforme a latitude aumenta.
A latitude também influencia as precipitações. Com temperaturas mais elevadas nas latitudes mais baixas, o processo de evaporação é mais intenso do que nas médias e altas latitudes, o que favorece a formação de chuvas.
Zonas térmicas
Em razão das diferenças no aquecimento, a Terra pode ser dividida em três grandes zonas térmicas.
Zona tropical
Situada entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio, a zona tropical corresponde às baixas latitudes, que variam entre a latitude 0º (a linha do equador) e as latitudes 23º norte (Trópico de Câncer) e 23º sul (Trópico de Capricórnio).
As temperaturas médias anuais são elevadas. A umidade do ar, em geral, é mais alta do que nas outras zonas.
Zona temperada
Corresponde às médias latitudes, ou seja, às faixas do globo entre o Trópico de Câncer e o Círculo Polar Ártico (zona temperada do norte), e entre o Trópico de Capricórnio e o Círculo Polar Antártico (zona temperada do sul). São chamadas de “médias latitudes”, por se situarem entre as latitudes 23º e 66º, tanto norte quanto sul. As temperaturas médias anuais não são elevadas, como na zona tropical, e as estações do ano são bem definidas. No inverno, pode ocorrer precipitação de neve.
Zona polar
Corresponde às altas latitudes (acima de 66º). São também duas zonas polares: a zona polar do norte, localizada ao norte do Círculo Polar Ártico, e a zona polar do sul, situada ao sul do Círculo Polar Antártico.
As temperaturas são baixas durante o ano todo, com precipitação de neve.
Relevo
O relevo interfere no clima por causa das diferentes formas da superfície terrestre e das variações de altitude.
As formas de relevo podem facilitar ou dificultar a circulação do ar na atmosfera.
A seguir, um exemplo dessa interferência.
Formas de relevo, como montanhas e serras, representam uma barreira para o deslocamento do ar. O ar úmido que vai em direção à elevação é forçado a subir. Nesse “desvio”, ele se resfria e condensa, formando nuvens e causando chuvas. Após passar as elevações, o ar, que já perdeu boa parte de sua umidade, desce e se aquece.
A temperatura do ar diminui com o aumento da altitude: em média, há diminuição de 0,5 ºC a cada 100 metros de altitude. Esse fenômeno acontece por causa da maior altitude, o que leva o ar a se tornar mais rarefeito, ocorrendo menor retenção de calor e, portanto, menores temperaturas.
Áreas localizadas em latitudes semelhantes podem, portanto, apresentar temperaturas bem diferentes, de acordo com as diferenças de altitude.
Massas de ar
As massas de ar são grandes volumes de ar que apresentam as características de temperatura e umidade das áreas em que se formam. As mudanças no tempo atmosférico estão associadas aos movimentos das massas de ar. Quando massas de ar com características diferentes se encontram, a área de contato entre elas recebe o nome de frente, que pode ser fria ou quente.
A frente fria forma-se quando uma massa de ar frio avança sobre uma massa de ar quente. Como o ar frio é mais denso, ele ocupa as áreas mais próximas à superfície e obriga o ar quente a subir. As consequências desse fenômeno são: queda de temperatura, ventos, nuvens carregadas e chuvas.
A frente quente ocorre quando uma massa de ar quente avança sobre uma massa de ar frio, provocando aumento de temperatura.
Maritimidade e continentalidade
Algumas áreas da superfície terrestre estão próximas aos oceanos e outras estão distantes, no interior do continente. Essas diferenças de localização influenciam o clima.
As águas oceânicas aquecem-se e resfriam-se mais lentamente do que as terras continentais, por isso, nas áreas próximas aos oceanos, sob influência da maritimidade, as temperaturas não têm grande variação entre o dia e a noite. Essas áreas também apresentam maiores índices de umidade, por causa da evaporação dos oceanos.
Nas áreas afastadas dos oceanos, sob influência da continentalidade, a superfície terrestre aquece-se mais rapidamente durante o dia e resfria-se rapidamente durante a noite, fazendo com que as temperaturas durante o dia e durante a noite tenham maior variação.
Vegetação
A vegetação influencia o clima de diversas maneiras. As plantas promovem o sombreamento do solo e atuam como uma barreira à incidência direta dos raios solares na superfície.
Em geral, áreas com densa cobertura vegetal apresentam médias de temperatura mais baixas do que aquelas com cobertura menos densa ou inexistente.
A vegetação também influencia a umidade do ar, uma vez que as plantas captam a água do solo pelas raízes e a transferem para a atmosfera por meio de suas folhas, durante a transpiração. A Floresta Amazônica, por exemplo, interfere no regime de chuvas não apenas da região que abrange, mas também de grande parte da América do Sul.
Correntes marítimas
Correntes marítimas são porções de água que se deslocam pelos oceanos e apresentam características próprias de velocidade, salinidade e temperatura. Suas temperaturas são determinadas pelo local onde se originam. Assim, as correntes quentes têm origem nas regiões tropicais, enquanto as correntes frias se formam em regiões mais frias, como os polos.
As correntes marítimas quentes contribuem para o aumento da evaporação das águas oceânicas e da precipitação. Também são responsáveis pelo aquecimento das regiões frias por onde passam.
As correntes marítimas frias, por sua vez, reduzem a temperatura e tornam mais seco o clima das regiões banhadas por elas. Isso acontece porque as águas frias evaporam menos, oferecendo menos umidade para o continente.
CLIMA E ATIVIDADES HUMANAS
Existem vários tipos de interações entre seres humanos e elementos naturais. Diversos recursos minerais são extraídos e transformados em produtos pela indústria; o relevo é modificado para a realização de construções; as águas dos rios são utilizadas para gerar energia, entre outros exemplos.
O clima também é um elemento natural que influencia as atividades humanas e é influenciado por elas. A prática de diversos esportes, por exemplo, depende de determinadas condições climáticas para acontecer.
Em alguns países localizados na zona tropical, como o Brasil, atividades esportivas que dependem da neve ou do gelo dificilmente são praticadas, inviabilizadas pela predominância de climas quentes. Já em países ou regiões localizados nas zonas temperada e polar, algumas competições esportivas disputadas ao ar livre são suspensas durante o inverno, como campeonatos de futebol, em razão da forte queda de neve e do frio intenso. Por outro lado, há atividades que ocorrem em condições rigorosas de clima.
Os vários tipos de moradia construídos pelos seres humanos são um exemplo da interação das pessoas com o clima. A diversidade de climas ao redor do mundo exige a construção de habitações que se adaptem a essas diferentes condições climáticas.
Em regiões de clima com médias de temperatura mais baixas, podemos encontrar moradias com telhados inclinados, para que a neve não se acumule sobre eles, evitando, assim, o desabamento ou a mudança de temperatura no interior das moradias. Esse tipo de telhado também facilita o escoamento da água quando a neve derrete.
Em outros lugares predominam as moradias de teto plano, por haver menor necessidade de escoamento de água. A cor branca, frequentemente utilizada em regiões de clima mais quente e seco, ajuda a manter as casas mais frescas, já que a absorção de calor é menor. As cores escuras absorvem mais calor do Sol que as mais claras.
Apesar dos avanços técnicos e tecnológicos dos últimos 150 anos, fenômenos climáticos mais intensos, como ondas de frio
ou calor intenso, chuvas torrenciais, furacões, grandes períodos de seca (estiagem), nevascas etc., trazem fortes consequências à vida das pessoas. Mesmo sendo previstos em laboratórios de meteorologia, com a ajuda de satélites e computadores, é impossível contê-los.
Clima e atividades econômicas
O clima interfere em diversas atividades humanas. Essa mudança influencia, por exemplo, as atividades da indústria, do comércio e do turismo, além dos preços dos produtos.
No inverno, a procura por roupas de frio é grande, e as fábricas (indústria têxtil) tendem a produzir mais artigos para atender à demanda dos consumidores por esses itens.
Os estabelecimentos comerciais expõem as roupas de inverno nas vitrines e, em geral, cobram preços mais altos, já que o interesse por esses produtos aumenta.
No verão, as roupas mais leves têm maior procura. Portanto, quando a temperatura volta a subir, as lojas fazem liquidações das roupas de inverno e mudam as vitrines. Isso vale para outros tipos de produtos, como alimentos (bebidas e sorvetes, por exemplo), ventiladores, aquecedores, aparelhos de ar-condicionado, guarda-chuvas etc.
A agricultura também é bastante influenciada pelo clima. As condições de temperatura e a umidade do ar influenciam o plantio, a colheita, a armazenagem, o transporte e a comercialização dos produtos.
As produções de trigo, cevada e centeio, por exemplo, desenvolvem-se em climas onde predominam médias anuais de temperaturas mais baixas. Por outro lado, em geral, os cultivos de cacau, cana-de-açúcar, algodão, laranja, arroz e café desenvolvem-se melhor em climas quentes, com médias de temperaturas elevadas; e os cultivos de banana e de café, por exemplo, são sensíveis a geadas.
Existem técnicas que diminuem a influência do clima sobre a produção, como o cultivo em estufas e a irrigação artificial. Atualmente, também existem pesquisas para o desenvolvimento de plantas mais resistentes ou capazes de se adaptarem a condições climáticas desfavoráveis. Essas técnicas, no entanto, são custosas e não estão acessíveis a todos os produtores agrícolas.
Na pecuária, os fenômenos climáticos podem afetar a qualidade e a quantidade dos pastos, influenciando a distribuição e a alimentação dos animais. A escassez de água pode reduzir áreas de pastagem e provocar a queda da produção de leite e de carne.
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