sexta-feira, 19 de julho de 2024

MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Mudanças climáticas fazem parte do ambiente da Terra desde a sua origem, há cerca de 4,5 bilhões de anos. Ao longo dos milênios, os climas da Terra foram se transformando em razão de um conjunto de fatores naturais. Intensas atividades vulcânicas, glaciações e queda de meteoros alteraram a vegetação, as formas do relevo, a distribuição das águas e a circulação de gases na atmosfera, substituindo áreas de climas úmidos por desertos e vice-versa. Estudos apontam que a Antártida, atualmente coberta por uma espessa camada de gelo, já foi uma floresta tropical há centenas de milhões de anos.

Em alguns momentos da história da Terra, as transformações foram mais profundas do que em outros. Ocorreram mudanças climáticas significativas tanto em escala global como em escala regional. Houve períodos em que as temperaturas foram mais altas do que as registradas atualmente e outros em que as temperaturas foram extremamente baixas, durante as chamadas eras glaciais.
A última mudança climática regional, conhecida como Pequena Idade do Gelo, ocorreu entre os séculos XVI e XVII. Nesse período, a Europa passou por sucessivas ondas de frio, que contribuíram para crises de fome e revoltas sociais.
Evidências de mudanças climáticas podem ser visualizadas na paisagem. Há milhões de anos, as árvores que cobriam a área do atual Parque Nacional da Floresta Petrificada, nos Estados Unidos, foram encobertas por lava vulcânica. Com o processo de erosão, foram revelados troncos petrificados de grandes árvores que constituíam uma floresta de clima úmido, depositados atualmente sobre um solo típico de clima mais seco.
As mudanças climáticas fazem parte de um processo natural associado à história da Terra. Portanto, para definir uma tendência de alteração das condições climáticas globais e regionais, seria necessário estudar uma sequência de repetição do fenômeno por um longo tempo.
No entanto, nos últimos anos, vêm aumentando as discussões e os estudos sobre o papel das atividades humanas na aceleração das alterações climáticas em escala mundial, regional e local. Essas alterações estão relacionadas à ocorrência de fenômenos como chuvas ácidas, aquecimento global, efeito estufa adicional e ilhas de calor.

Chuva ácida

O gás carbônico que se encontra na atmosfera torna a chuva ligeiramente ácida. A queima de combustíveis fósseis emite gases como o dióxido de enxofre e o óxido de nitrogênio, causando a poluição do ar e desencadeando reações químicas com a água das chuvas, tornando-a ainda mais ácida.
Nem sempre a chuva ácida cai no mesmo lugar em que os poluentes foram liberados na atmosfera, já que os ventos podem transportar os gases por mais de 2 mil quilômetros. Isso explica por que em algumas áreas do planeta, em que não há grandes emissões de gases poluentes, também ocorre chuva ácida. Além de prejudicar o solo e a produção agrícola, a chuva ácida acelera a corrosão (desgaste) de monumentos e edifícios.

Aquecimento global e efeito estufa

Nas últimas décadas, estudos científicos têm apresentado dados que comprovam o aumento da temperatura média da Terra, caracterizando o chamado aquecimento global. Uma pequena parcela de pesquisadores e estudiosos do tema considera que o aquecimento global é um fenômeno natural causado somente pela dinâmica natural do clima da Terra. A maioria, no entanto, afirma que essa elevação da temperatura média do planeta é agravada pelo aumento da emissão dos gases de efeito estufa (GEEs).
O efeito estufa é um fenômeno natural que garante a vida na Terra. Os gases presentes na atmosfera e o vapor-d’água formam um tipo de “escudo”, mantendo o planeta aquecido com uma temperatura média de 15 ºC. Se o efeito estufa não existisse, essa temperatura giraria em torno de –18 ºC, pois o calor irradiado pelo Sol se dissiparia de volta às camadas mais altas da atmosfera. O problema, porém, é a intensificação desse fenômeno, chamado de efeito estufa adicional, que tem relação com o aquecimento global, de acordo com a maior parte dos pesquisadores.

Ilhas de calor

O fenômeno das ilhas de calor ocorre principalmente nas grandes cidades e se caracteriza por diferenças de temperatura entre áreas do espaço urbano. Geralmente, a área central das cidades apresenta maior concentração de construções (especialmente grandes edifícios), impermeabilização do solo, uso intensivo de meios de transportes automotores e poucas áreas verdes, fatores que colaboram para que as temperaturas sejam mais elevadas nessas regiões do que nas regiões vizinhas.
Uma cidade pode apresentar várias ilhas de calor espalhadas por sua extensão, porque o espaço urbano não é homogêneo.
Em algumas áreas, há maior concentração de construções do que em outras, assim como a distribuição das áreas verdes é bastante irregular, há diferenças de altitude e concentração de veículos etc. No mesmo horário, as variações de temperatura entre uma área e outra da mesma cidade podem ultrapassar os 10 ºC.
Uma das formas mais eficazes de evitar a formação das ilhas de calor é criar e preservar áreas verdes nas cidades, pois a vegetação favorece a manutenção da umidade do ar, amenizando a temperatura. Outra possibilidade é controlar a emissão de gases poluentes por veículos e evitar a impermeabilização do solo. Em muitas cidades são implantados os “telhados verdes”, ou seja, hortas e jardins instalados em telhados de casas e edifícios.

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