Estudou nas Universidades de Vermont e Johns Hopkins, recebeu nessa
última, em 1884, o grau de doutor em filosofia. Ensinou na universidade
de Chicago, aonde veio a ser chefe do departamento de filosofia,
psicologia e pedagogia, e onde, por sugestão sua, se agruparam essas
três disciplinas em um só departamento. Ainda em Chicago fundou uma
escola experimental, na qual foram aplicadas algumas das suas mais
importantes ideias: a da relação da vida com a sociedade, dos meios com
os fins e da teoria com a prática.
Em 1904 assumiu a direção do Departamento de Filosofia da Universidade de Colúmbia, em New York, na qual permaneceu até retirar-se do Ensino. A partir de primeira guerra mundial interessou-se pelos problemas políticos e sociais. Deu cursos de filosofia e educação na universidade de Pequim em 1919 e em 1931; elaborou um projeto de reforma educacional para a Turquia, em 1924; visitou o México, o Japão e a U.R.S.S., estudando os problemas da educação nesses países. Ao falecer, em 1952, com 92 anos de idade.
O pragmatismo filosófico de Dewey, a preocupação coma interação, a reflexão e a experiência, e o interesse pela comunidade e pela democracia, foram reunidos para formar uma forma educativa altamente sugestiva. John Dewey é frequentemente deturpado - e erroneamente associado à educação centrada na criança. Em muitos aspectos, seu trabalho não pode ser facilmente inserido em qualquer uma das tradições curriculares que dominaram as tradições de ensino norte-americanas e britânicas.
Dewey
não aceita a educação pela instrução proposta por Herbart, propondo a
educação pela ação; critica severamente a educação tradicional,
principalmente no que se refere a ênfase dada ao intelectualismo e a
memorização.
Para Dewey, o conhecimento é uma atividade dirigida que não tem um fim em si mesmo,
mas está dirigido para a experiência. As ideias são hipóteses de ação e
são verdadeiras quando funcionam como orientadoras dessa ação.
A educação tem como finalidade
propiciar à criança condições para que resolva por si própria os seus
problemas, e não as tradicionais ideias de formar a criança de acordo
com modelos prévios, ou mesmo orientá-la para um porvir.
Tendo o conceito de experiência como fator central de seus pressupostos, chega à conclusão de que a escola não pode ser uma preparação para a vida, mas sim, a própria vida.
Assim, para ele, vida-experiência e aprendizagem estão unidas, de tal
forma que a função da escola se encontra em possibilitar uma
reconstrução permanente feita pela criança da experiência.
A educação progressiva está
no crescimento constante da vida, na medida em que o conteúdo da
experiência vai sendo aumentado, assim como o controle que podemos
exercer sobre ela.
É importante que o educador descubra os verdadeiros interesses da criança, para apoiar-se nesses interesses, pois para ele, esforço
e disciplina, são produtos do interesse e somente com base nesses
interesses a experiência adquiriria um verdadeiro valor educativo.
Atribui grande valor às atividades manuais,
pois apresentam situações problemas concretas para serem resolvidas,
considerando ainda, que o trabalho desenvolve o espírito de comunidade, e
a divisão das tarefas entre os participantes, estimula a cooperação e a
consequente criação de um espírito social. Dewey concebe que o espírito
de iniciativa e independência levam à autonomia e ao autogoverno, que
são virtudes de uma sociedade realmente democrática, em oposição ao
ensino tradicional que valoriza a obediência.
A Educação, para ele, é uma necessidade social, os indivíduos precisam
ser educados para que se assegure a continuidade social, transmitindo
suas crenças, ideias e conhecimentos. Ele não defende o ensino
profissionalizante, mas vê a escola voltada aos reais interesses dos
alunos, valorizando sua curiosidade natural.
De acordo com os ideais da democracia,
Dewey, vê na escola o instrumento ideal para estender a todos os
indivíduos os seus benefícios, tendo a educação uma função
democratizadora de igualar as oportunidades.
Advém dessa concepção o "otimismo pedagógico" da escola nova, tão criticado pelos teóricos das correntes crítico-reprodutivistas.
O processo de ensino- aprendizagem para Dewey estaria baseado em:
-Uma
compreensão de que o saber é constituído por conhecimentos e vivências
que se entrelaçam de forma dinâmica, distante da previsibilidade das
ideias anteriores;
-Alunos
e professor detentores de experiências próprias, que são aproveitadas
no processo. O professor possui uma visão sintética dos conteúdos, os
alunos uma visão sincrética, o que torna a experiência um ponto central
na formação do conhecimento, mais do que os conteúdos formais;
-Uma aprendizagem essencialmente coletiva, assim como é coletiva a produção do conhecimento.
O conceito central do pensamento de Dewey é a experiência, a qual
consiste, por um lado, em experimentar e, por outro, em provar. Com base
nas experiências que prova, a experiência educativa torna-se para a
criança num ato de constante reconstrução.
A pedagogia de Dewey apresenta muitos aspectos inovadores, distinguindo-se especialmente pela oposição à escola tradicional. Mas, não questiona a sociedade e seus valores como estão propostos no seu tempo;
sua teoria representa plenamente os ideais liberais, sem se contrapor
aos valores burgueses, acabando por reforçar a adaptação do aluno à
sociedade.
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