sexta-feira, 20 de maio de 2022

JEAN PIAGET

    Jean Piaget, psicólogo, pedagogo e filósofo nasceu no ano de 1896, na cidade de Neuchâtel, Suíça. Faleceu em Genebra 1980. Sua mãe Rebecca Jackson descendia das grandes  famílias protestantes  das siderúrgicas francesas, enquanto seu pai Arthur era historiador e tornou-se professor de língua romântica e literatura  na Academia de França. De família bem conceituada, desde criança interessou-se por analisar a natureza, e assim, ainda menino, começou a produzir seus primeiros escritos revelando sua capacidade de observação.
Jean Piaget

    Uma criança com múltiplos interesses, sua vocação como naturalista cristalizou durante a adolescência quando se apropriou dos métodos de zoologia, aplicando-os aos moluscos. Seu interesse pela biologia é transformado pela mudança da classificação para o problema da relação entre conhecimento e evolução, nutrida por inúmeras leituras. filosófico. Naquela época, ele lia muitos livros, entre filosofia, ciência, sociologia, teologia e psicologia.

    Foi muito cedo que Jean Piaget foi apresentado ao mundo acadêmico por seus primeiros trabalhos (1913-1916).  Depois de  dois estudos  em Zurique e Paris, ele entrou no Instituto  Rousseau   de  Ciências Educacionais em 1921  como chefe do laboratório de psicologia.   

    Com 22 anos de idade já era doutor em Ciências Naturais, e também com formação em Biologia, Filosofia e Psicologia, a qual voltou totalmente sua atenção a partir dos 24 anos. A Universidade de Neuchâtel  nomeou-o professor de psicologia, filosofia e sociologia em 1925, mas retornou  a Genebra em 1929 como codiretor do Instituto e diretor do  Agência Internacional de Educação. Seu reconhecimento internacional foi consagrado por um doutorado honorário concedido por Harvard em 1936.  Ao mesmo tempo, ele ensinava sociologia  em Genebra e depois em Lausanne.  

    Em 1940,  foi nomeado diretor do Instituto e professor de psicologia experimental. Participou da reconstrução da Europa após a guerra  dentro da UNESCO, da  qual  foi diretor interino durante  1949.  Em 1952,  foi eleito professor na Sorbonne, cargo  que ocupou até o início da década de   1960. Ele é chamado   por toda  a  Europa,   Estados Unidos,  América  do Sul para conferências.  O ano de 1955 viu a fundação do Centro  Internacional de Epistemologia Genética a que ele dedicou o resto de sua vida. Piaget trabalhou compulsivamente em seu objetivo até às vésperas de sua morte, aos 84 anos, no ano de 1980.

    Como biólogo interessou-se por pesquisar sobre o desenvolvimento do conhecimento no ser humano. Suas teorias sobre esse tema tentam nos explicar como se desenvolve a inteligência humana. Suas observações iniciais basearam-se no comportamento de sua filha, desde o nascimento e no estudo de crianças de sua comunidade, onde constatou a existência de quatro estágios do desenvolvimento.

    Sua obra foi se desenrolando ao longo de sua vida, sendo tratada como ciência, já que seus estudos têm confirmação em base científicas, que sustentam e comprovam suas teses.

    A ciência de Jean Piaget é a Epistemologia Genética, que é entendida como o estudo dos mecanismos do aumento do conhecimento.
    Em geral, a teoria piagetiana parte da lógica e da psicologia, na medida em que se interessa pelas estruturas cognitivas do sujeito e na forma como operam para estabelecer conhecimento. de significados, classes e relacionamento. Essa posição implica a mudança do velho paradigma em que o conhecimento foi entendido como fato, por um novo que o concebe como um processo; sendo também estudado o fenômeno cognitivo com foco no processo que ocorre ao longo do desenvolvimento físico e histórico (genético) do sujeito que aprende, não mais de forma      É por causa desse foco em seu interesse em explicar a gênese do conhecimento, pelo qual ele chama de psicogenética. As perguntas básicas que Piaget faz e das quais sua teoria emerge são (Hernández, 1998; Piaget, 1991):

-      Como você adquire conhecimento a partir de uma informação fornecida pela experiência?

-      Como o sujeito pode abordar objetiva e progressivamente o conhecimento do objeto, mas nunca o alcançar?

-      Como o assunto muda de uma condição de conhecimento simples para uma de maior complexidade?

-      Como   as categorias de objeto, espaço, tempo, causalidade, etc., típicas do pensamento racional se originam? 

    Essas questões implicam uma posição epistemológica, cujos fundamentos implicam uma franca oposição aos pensamentos empíricos e racionalistas, nos quais se busca explicar o processo que ocorre no desenvolvimento cognitivo do homem.

    A  teoria piagetiana focada na  educação, entende que o aluno terá que  aprender (adquirir conhecimento) através de sua própria ação e, assim, alcançar o objetivo educacional que é o desenvolvimento intelectual  da  pessoa   desde que seja individual;  da mesma forma,  o  ensino é considerado como uma das atividades do professor que deve estar sujeito ao  objetivo supracitado, mas  não são  o fim em si mesmos.  Faz uma crítica ao verbalismo e  ao ensino transmissivo como parte de uma forma de comportamentalismo, onde é tentado fazer com que o aluno obtenha certos comportamentos; mas  é necessário um apoio teórico  (o que em alguns casos  deve fornecer ao professor) para poder interagir sobre o objeto do conhecimento.

    Dele herdamos uma autoria de mais de setenta livros e outros 400 escritos, que mesmo sem intenção pedagógica, dá os princípios de uma didática que leva em consideração que em cada estágio da vida há uma etapa na construção da inteligência do homem, que vai desde o nascimento até a fase adulta.

 A TEORIA DE PIAGET

O pensamento é a maneira da inteligência manifestar-se, e para Piaget a caminhada do pensamento na criança poderia ser resumida da seguinte maneira:

- De zero a cerca de dois anos, ou até a aquisição da linguagem, estágio sensório-motor, quando a criança tem uma inteligência essencialmente prática.

- De cerca de dois anos a aproximadamente sete anos, estágio pré-operatório. A criança faz leituras incompletas da realidade, prioriza alguns aspectos em detrimento de outros, não estabelece relações e é centrada em si mesma.

- De cerca de sete anos a cerca de 12 anos, estágio das operações concretas. A criança demonstra sinais de lógica peculiar dos adultos e começa a pensar de forma mais organizada e sistemática.

- De cerca de 12 anos a cerca de 15 anos, estágio das operações formais com pensamento hipotético-dedutivo. Quando a criança realiza tais operações, transita no universo abstrato em que se mostra como a realização material de uma entre as inúmeras possibilidades pensadas.

    O funcionamento da inteligência está condicionado pelas etapas de desenvolvimento da própria base neurônica do cérebro e pelas experiências com o meio ambiente, e em cada estágio as tentativas de compreensão serão diferentes face ao grau de desenvolvimento progressivo.

    O que constitui o conhecimento não é apenas uma simples associação entre objetos, mas a assimilação dos objetos aos esquemas do indivíduo. A assimilação cognitiva também é realidade desta forma. É necessário um esquema que permita a assimilação do objeto de conhecimento.

    Piaget condena veementemente as hipóteses inatistas que concebem o sujeito como estando, desde o início munido de estruturas inatas para o aprendizado, como se fosse mais uma carga genética, um pressuposto biológico.


 

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