Uma criança com múltiplos interesses, sua vocação como naturalista cristalizou durante a adolescência quando se apropriou dos métodos de zoologia, aplicando-os aos moluscos. Seu interesse pela biologia é transformado pela mudança da classificação para o problema da relação entre conhecimento e evolução, nutrida por inúmeras leituras. filosófico. Naquela época, ele lia muitos livros, entre filosofia, ciência, sociologia, teologia e psicologia.
Foi muito cedo que Jean Piaget foi apresentado ao mundo acadêmico por seus primeiros trabalhos (1913-1916). Depois de dois estudos em Zurique e Paris, ele entrou no Instituto Rousseau de Ciências Educacionais em 1921 como chefe do laboratório de psicologia.
Com 22 anos de idade já era doutor em Ciências Naturais, e também com formação em Biologia, Filosofia e Psicologia, a qual voltou totalmente sua atenção a partir dos 24 anos. A Universidade de Neuchâtel nomeou-o professor de psicologia, filosofia e sociologia em 1925, mas retornou a Genebra em 1929 como codiretor do Instituto e diretor do Agência Internacional de Educação. Seu reconhecimento internacional foi consagrado por um doutorado honorário concedido por Harvard em 1936. Ao mesmo tempo, ele ensinava sociologia em Genebra e depois em Lausanne.
Em 1940, foi nomeado diretor do Instituto e professor de psicologia experimental. Participou da reconstrução da Europa após a guerra dentro da UNESCO, da qual foi diretor interino durante 1949. Em 1952, foi eleito professor na Sorbonne, cargo que ocupou até o início da década de 1960. Ele é chamado por toda a Europa, Estados Unidos, América do Sul para conferências. O ano de 1955 viu a fundação do Centro Internacional de Epistemologia Genética a que ele dedicou o resto de sua vida. Piaget trabalhou compulsivamente em seu objetivo até às vésperas de sua morte, aos 84 anos, no ano de 1980.
Como biólogo interessou-se por pesquisar sobre o desenvolvimento do conhecimento no ser humano. Suas teorias sobre esse tema tentam nos explicar como se desenvolve a inteligência humana. Suas observações iniciais basearam-se no comportamento de sua filha, desde o nascimento e no estudo de crianças de sua comunidade, onde constatou a existência de quatro estágios do desenvolvimento.
Sua
obra foi se desenrolando ao longo de sua vida, sendo tratada como
ciência, já que seus estudos têm confirmação em base científicas, que
sustentam e comprovam suas teses.
-
Como você
adquire conhecimento a partir de uma informação fornecida pela experiência?
-
Como o sujeito
pode abordar objetiva e progressivamente o conhecimento do objeto, mas nunca o
alcançar?
-
Como o assunto muda
de uma condição de conhecimento simples para uma de maior complexidade?
- Como as categorias de objeto, espaço, tempo, causalidade, etc., típicas do pensamento racional se originam?
A teoria
piagetiana focada na educação, entende
que o aluno terá que aprender (adquirir
conhecimento) através de sua própria ação e, assim, alcançar o objetivo
educacional que é o desenvolvimento intelectual
da pessoa desde que seja individual; da mesma forma, o
ensino é considerado como uma das atividades do professor que deve estar
sujeito ao objetivo supracitado,
mas não são o fim em si mesmos. Faz uma crítica ao verbalismo e ao ensino transmissivo como parte de uma
forma de comportamentalismo, onde é tentado fazer com que o aluno obtenha
certos comportamentos; mas é necessário
um apoio teórico (o que em alguns casos deve fornecer ao professor) para poder
interagir sobre o objeto do conhecimento.
Dele herdamos uma autoria de mais de setenta livros e outros 400 escritos, que mesmo sem intenção pedagógica, dá os princípios de uma didática que leva em consideração que em cada estágio da vida há uma etapa na construção da inteligência do homem, que vai desde o nascimento até a fase adulta.
A TEORIA DE PIAGET
O pensamento é a maneira da inteligência manifestar-se, e para Piaget a caminhada do pensamento na criança poderia ser resumida da seguinte maneira:
- De zero a cerca de dois anos, ou até a aquisição da linguagem, estágio sensório-motor, quando a criança tem uma inteligência essencialmente prática.
- De cerca de dois anos a aproximadamente sete anos, estágio pré-operatório. A criança faz leituras incompletas da realidade, prioriza alguns aspectos em detrimento de outros, não estabelece relações e é centrada em si mesma.
- De cerca de sete anos a cerca de 12 anos, estágio das operações concretas. A criança demonstra sinais de lógica peculiar dos adultos e começa a pensar de forma mais organizada e sistemática.
- De cerca de 12 anos a cerca de 15 anos, estágio das operações formais com pensamento hipotético-dedutivo. Quando a criança realiza tais operações, transita no universo abstrato em que se mostra como a realização material de uma entre as inúmeras possibilidades pensadas.
O funcionamento da inteligência está condicionado pelas etapas de desenvolvimento da própria base neurônica do cérebro e pelas experiências com o meio ambiente, e em cada estágio as tentativas de compreensão serão diferentes face ao grau de desenvolvimento progressivo.
O
que constitui o conhecimento não é apenas uma simples associação entre
objetos, mas a assimilação dos objetos aos esquemas do indivíduo. A
assimilação cognitiva também é realidade desta forma. É necessário um
esquema que permita a assimilação do objeto de conhecimento.
Piaget condena veementemente as hipóteses inatistas que concebem o sujeito como estando, desde o início munido de estruturas inatas para o aprendizado, como se fosse mais uma carga genética, um pressuposto biológico.
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