Jerome Bruner, psicólogo norte-americano, (Nova York 1915) que se interessou pelo desenvolvimento da linguagem e pela aquisição de conhecimentos por parte da criança, procurando introduzir na prática das escolas de seu país os ensinamentos de Piaget. Sendo um cognitivista e, em decorrência, acredita que a aprendizagem é um processo que ocorre internamente, mediado cognitivamente, e não um produto direto do ambiente, das pessoas ou de fatores externos àquele que aprende. Suas principais publicações são Sobre o Conhecimento: Ensaios da mão esquerda (1960) O Processo da Educação (1961),The relevance of Education (1971),Communication as languagem (1982), Actos de Significação (1990) e A Cultura da Educação (1996).
Bruner
pesquisou o trabalho de sala de aula e desenvolveu uma teoria da
instrução, que sugere metas e meios para a ação do educador. Seu livro,
"Uma Nova Teoria da Aprendizagem", em português, foi lançado em 1966.
A
teoria de Bruner leva em consideração a curiosidade do aluno e o papel
do professor como instigador dessa curiosidade, daí ser denominada
teoria (ou método) da descoberta. É uma teoria desenvolvimentista, que
tenta explicar como a criança, em diferentes etapas da vida, representa o
mundo com o qual interage. Apresenta três níveis de representação do
mundo pela criança:
- enativo - a criança representa o mundo (objetos) pela ação que exerce sobre eles
- icônico - já representa mentalmente os objetos
- simbólico - utiliza símbolos, sem necessidade de imagens ou ação
Podemos
dizer que seu método é socrático: quando o aluno está acomodado com os
conhecimentos adquiridos, cabe ao professor propor-lhe dúvidas.
Descarta
a prontidão, pois afirma que se pode ensinar qualquer coisa para
qualquer criança em qualquer estágio de desenvolvimento, pois o
fundamental é a interação entre: criança, assunto e modo pelo qual ele é
apresentado.
- A teoria ou método de Bruner pressupõe:
- estruturação das matérias de ensino
- sequência de apresentação das matérias
- motivação ( predisposição para aprender )
- reforço
- um tipo de professor: com profundos conhecimentos do conteúdo das matérias de ensino
Esses pressupostos, sobre os quais fundamenta sua teoria, acabam sendo
-
propícios à memorização e transferência dessa memorização, pois o aluno
satisfeitas essas condições, transfere a aprendizagem para uma nova
situação.
Bruner
não limita a descoberta a apenas o encontro de coisas novas, mas
preferencialmente, inclui nesta estratégia todas as formas de busca de
conhecimentos pelo próprio aluno. Para Bruner a descoberta pode:
-
liberar o estudante de expectativas quanto à pré-existência de uma
resposta correta, situação em que nada haveria para ser descoberto,
ativando deste modo todo o potencial intelectual disponível;
-
libertar o aluno do controle por meio de recompensas ou do castigo
imediato e, assim, provocar uma verdadeira motivação para o trabalho;
- permitir o desenvolvimento pessoal de processos de descoberta que podem ser generalizados para as mais variadas situações;
-
favorecer a invocação de informações, já que elas foram retidas dentro
de uma estrutura cognitiva construída pela própria pessoa.
Nessa
concepção o aluno é colocado em uma situação ativa, encarado como o
construtor de sua própria aprendizagem e situando o professor como
elemento desafiador e não apenas como um fornecedor de respostas
prontas.
Dois
princípios estão na base de sua concepção: 1) o conhecimento do mundo
funda-se num modelo representativo da realidade elaborado conforme três
técnicas possíveis, a ação (representação inativa), a imagem
(representação icônica) e o símbolo; 2) os modelos de realidade
desenvolvem-se em função da informação proveniente do meio e em função
da superação que o sujeito lhes traz graças à sua atividade pessoal.
Difere de Piaget em relação à linguagem. Para ele, o pensamento da criança evolui com a linguagem e dela depende. Para Piaget, o desenvolvimento da linguagem acontece paralelamente ao do pensamento, caminha em paralelo com a lógica.
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