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A América Latina no século XX

Os Estados Unidos, há mais de um século, têm considerado a América Latina como uma área de importância vital aos seus interesses econômicos, políticos e estratégicos.
Pode-se afirmar que a origem desse caráter hegemônico dos Estados Unidos em relação à América Latina tomou forma no século passado quando foi idealizada, pelo presidente norte-americano James Monroe, a chamada "Doutrina Monroe" (1823). Por ela os Estados Unidos não permitiram que países extracontinentais se envolvessem em novos projetos colonialistas no continente. Ao mesmo tempo, o governo norte-americano daria toda a solidariedade à independência das nações latino-americanas. A frase-síntese da Doutrina Monroe era: "A América para os americanos". Mais tarde, no entanto, a nobre causa, esboçada originalmente por aquela doutrina, foi desvirtuada pelas pretensões imperialistas dos Estados Unidos, levando alguns latino-americanos a afirmar que sua frase-síntese deveria ser: "A América para os norte-americanos".
O expansionismo dos Estados Unidos se fez, na maior parte das vezes, de forma sutil, utilizando como armas trocas comerciais, fluxo de capitais ou influências socioculturais.
No entanto, se por algum motivo sua hegemonia ou seus interesses fossem ameaçados, a resposta norte-americana não seria sutil. E, essa "falta de sutileza" descambou muitas vezes para o intervencionismo militar, que visava sustentar governos aliados ou depor aqueles que mostrassem hostis às intenções norte-americanas: era a política do Big Stick.
Ao mesmo tempo, grandes empresas norte-americanas foram gradativamente instalando filiais nos países da América Latina, passando, em muitos deles, a controlar importantes setores da vida econômica. Nesse processo de "invasão" econômica, os interesses norte-americanos foram obtendo importantes aliados dentro dos países latino-americanos, representados pelos grandes proprietários rurais ou pelas elites urbanas (banqueiros, empresários etc.).
Os dez anos que antecederam a Segunda Guerra Mundial foram os mais convulsionados do Século XX. Em meio à depressão econômica, os problemas sociais assumiram proporções catastróficas e a organização política dos países liberal-democratas foi abalada nós seus alicerces. Os governos estabelecidos pareciam impotentes para solucionar os problemas do dia; movimentos radicais de vários matizes clamavam por mudanças drásticas e por todo lado emergiram regimes ditatoriais de cunho ultranacionalista, que anunciavam o fim das liberdades democráticas e o estabelecimento de uma nova "ordem".

No tocante às relações internacionais, a desorganização e a diminuição acentuada do comércio eram características básicas. Este perfil econômico atingia as economias industriais e não-industriais. Um outro aspecto que devemos considerar é a adoção de rígidas políticas protecionistas e reforço dos laços imperiais por parte das potências européias; fracasso da tentativa de criar uma ordem internacional baseada na cooperação (Liga das Nações) e fracasso também dos esforços de desarmamento; e, finalmente, o desafio de novas potências - Japão, Itália e Alemanha - às posições hegemônicas que a Grã-Bretanha e França ainda defendiam dentro e fora da Europa e os Estados Unidos detinham no continente americano e no Pacífico.
A partir do momento em que o poder na Alemanha foi entregue ao partido nazista (1933), reiniciou-se a projeção germânica no plano internacional. Em relação à América Latina, por exemplo, sua presença comercial cresceu rapidamente, graças ao tipo de intercâmbio que propunha, com sucesso, aos países latino-americanos: o comércio de compensação, que significava a troca de produtos por produtos, sem necessidade de intermediação de moedas fortes como a libra ou o dólar, aliás escassas tanto na América Latina como na própria Alemanha.
Um dado importante que marcou a presença germânica em nosso continente era a influência político-ideológica. Serviu de inspiração ideológica para movimentos e partidos políticos latino-americanos. Não podemos esquecer também a influência do pensamento militar alemão na formação dos militares latino-americanos.
Esta interferência alemã preocupava o governo dos Estados Unidos, empenhado, nessa mesma década, em passar uma borracha no passado e apagar as marcas deixadas nos inquietos vizinhos do sul pela política do "porrete grande" {Big Stick e suas variantes, que Tio Sam adotara nos primeiros trinta anos do século XX.

A POLÍTICA DE BOA VIZINHANÇA

No final da década de 20, os governos latino-americanos, cansados dessa vizinhança, começaram a exigir nas conferências interamericanas o respeito ao direito de autodeterminação dos povos e ao princípio da não-intervenção. Foi nesse contexto que Franklin D. Roosevelt elegeu-se presidente dos Estados Unidos (1933) e anunciou uma nova política em relação às nações latino-americanas: a política da boa vizinhança, que se fundava nas seguintes idéias: os Estados Unidos tinham abandonado sua política de intervenção na América Latina; reconheciam a igualdade jurídica entre todas as nações do continente; aceitavam a necessidade de consultas periódicas para resolver os problemas que surgissem entre as repúblicas; e concordava em cooperar por todos os meios para o bem-estar dos povos da América.
Contudo, atualmente, o nível de desenvolvimento econômico dos países latino-americanos não é igual. Três deles, Argentina, Brasil e México, possuem um nível econômico bem superior aos outros. Essa diferenciação entre os três países e os demais sempre existiu, mas só se tornou evidente a partir do processo de implantação industrial, que neles se verificou principalmente após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A industrialização afetou os países latino-americanos de forma diferente. Os pequenos países, como os da América Central, com limitados mercados internos, foram pouco afetados; os de tamanho médio, como Colômbia e Peru, só o foram parcialmente. Já Brasil, Argentina e México passaram por um intenso processo de industrialização e urbanização, o que os afetou não só em seu contexto econômico-social, mas também em seu relacionamento com os Estados Unidos.
Por isso, esses três países passaram a desfrutar de uma autonomia no âmbito diplomático que lhes permitiu, por exemplo, praticar uma política externa independente em relação aos Estados Unidos. Em outras palavras, se quiserem, eles podem não se alinhar com os Estados Unidos em certas questões internacionais. Do ponto de vista econômico puderam participar mais ativamente do comércio internacional, chegando, em alguns casos, a concorrer em condições vantajosas em mercados dominados tradicionalmente pelos países do Primeiro Mundo (por exemplo, países africanos ou do Oriente Médio).
Quando iniciou a Segunda Guerra Mundial, a América Latina era considerada um campo indeciso. Nessa época os nacionalismos autoritários que floresciam na América Latina guardavam grandes afinidades com os fascismos europeus ou almejavam, ao menos, pretensões antiimperialistas. Tudo isso dificultava a realização dos objetivos norte-americanos. Tentando diminuir esta influência do eixo, os Estados Unidos emprestaram capitais para os países latino-americanos investirem na indústria de base, como, por exemplo, na companhia siderúrgica de Volta Redonda, no Brasil.
A guerra contribuiu para desenvolver a política de substituição de importações em quase toda a América Latina.
No plano político, os Estados latino-americanos tornavam-se controlados pela minoria de latifundiários, configurando-se desse modo como Estados Oligárquicos. Como conseqüência a maioria da população era pobre e estava excluída da vida política. As decisões governamentais visavam, exclusivamente, ao benefício daqueles indivíduos ricos.
O mercado interno, por sua vez, tendia a ser pouco desenvolvido, uma vez que os interesses dessa oligarquia estavam voltados para a exportação.
No aspecto social não existia nenhuma preocupação por parte dos governos de estabelecer reformas sociais tendentes à integração das camadas populares. Essa despreocupação decorria da pequena importância do mercado interno para a burguesia agrária ou mineradora.

Revolução e ditadura na América Latina

A Revolução Cubana

Desde 1898, quando Cuba tornou-se independente da Espanha, até 1958, quando era governada pelo ditador Fulgêncio Batista, os governos cubanos sempre contaram com o apoio dos Estados Unidos. A economia cubana, baseada na agroindústria canavieira, era totalmente dependente das importações e dos capitais norte-americanos.
Entre 1956 e 1958, um movimento guerrilheiro, liderado, entre outros, por Fidel Castro e Ernesto Che Guevara, derrubou o governo e seus líderes tomaram o poder em Cuba. O novo governo confiscou e estatizou propriedades norte-americanas e realizou a reforma agrária. Dois anos depois, em 1961, Cuba se proclamou um país socialista.
A Revolução Cubana eliminou o analfabetismo, reduziu a mortalidade infantil e o desemprego no país. O acesso à moradia e à saúde pública foi facilitado. Essa revolução serviu também de exemplo para outros movimentos de contestação na América Latina.
Em 1962, os Estados Unidos decretaram o bloqueio econômico e político a Cuba. Na mesma ocasião, Cuba foi expulsa da Organização dos Estados Americanos (OEA).
No mesmo ano, os governos de Cuba e União Soviética decidiram instalar, na ilha, bases de mísseis nucleares voltados contra alvos norte-americanos. Como resposta, os norte-americanos realizaram um bloqueio naval a Cuba e exigiram a imediata retirada dos mísseis. Os soviéticos desativaram as bases, com a condição de os norte-americanos não intervirem em cuba.

Intervenções na América Latina

A Revolução Cubana significou uma ameaça à influência dos Estados Unidos na América Latina. No auge da Guerra Fria, Cuba era um país socialista na área de influência dos Estados Unidos, o líder do bloco capitalista.
A necessidade de conter movimentos populares ou de esquerda fez com que os Estados Unidos apoiassem golpes de Estado e intervenções militares, eliminando governos democráticos ou populistas, além de intensificar sua presença na região.
A maior parte da América Central e do Caribe vivia desde o século XIX sob influência política e econômica norte-americana. Após a Revolução Cubana, a presença militar dos Estados Unidos se intensificou na região, para evitar que as diferenças sociais, tão presentes naquela parte da América, se tornasse o combustível de revoltas populares inspiradas no sucesso da Revolução Cubana.

Fábrica de ditaduras

Após a Segunda Guerra Mundial, a região assiste à instalação de diversas ditaduras com apoio dos EUA, sob o pretexto de combate ao comunismo. O advento da Guerra Fria acentua a tendência, originária do caudilhismo, de excluir as massas de qualquer participação política. As elites agrárias e, em alguns países, a nascente burguesia industrial aliam-se ao capital estrangeiro, em particular ao americano, para se consolidar no poder. Nesse período, as experiências democráticas são bastante restritas no continente.
A instalação, em Washington, na década de 50, do Colégio Interamericano de Defesa, destinado a coordenar as atividades das Forças Armadas continentais, e a criação, em 1961, na Zona do Canal do Panamá, da Escola do Exército Americano para as Américas põem em prática a política anticomunista. Em dez anos, a Escola das Américas, verdadeiro centro formador de quadros para as ditaduras, diploma 33.147 oficiais latino-americanos.
A política dos EUA, de Eisenhower a Nixon, favorece a permanência no poder de ditadores como o dominicano Leónidas Trujillo, o nicaraguense Anastásio Somoza, o haitiano François Duvalier ou o paraguaio Alfredo Stroessner; e golpes militares em Argentina, Uruguai e Brasil. Esses regimes prolongam-se até os anos 70, como aliados na luta contra o comunismo.

Estratégias anticomunistas norte-americanas

A partir de 1961, ano em que Fidel Castro adotou o regime comunista, as relações entre Washington e Havana foram cortadas, e Cuba aliou-se então a União Soviética.
A adoção do regime comunista por Cuba mostrava a existência de um ponto frágil na política norte-americana de contenção ao avanço comunista na América: a fome e a miséria, causadoras principais das agitações sociais que marcavam a história dos países pobres da América Latina.
Com o objetivo de conter os movimentos rebeldes que poderiam levar os países latino-americanos a copiarem o exemplo de Cuba, e de aumentar o poder aquisitivo das populações desses países, o governo dos Estados Unidos lançou , em 1961, um programa de reformas que se chamou Aliança para o Progresso.
Dentre as propostas reformistas de aliança para o progresso destacamos as que defendiam a necessidade de os governos nacionais acabarem com o analfabetismos, criarem uma política salarial caracterizada por uma justa remuneração, uma política de habitação, educação e saúde que atendesse aos mais necessitados, elaborarem uma política de reforma agrária assegurando ao homem do campo um justo sistema de propriedade. Esse programa de reformas teria a ajuda financeira do governo norte-americano, e em troca os governos dos países beneficiados impediriam os movimentos populares.

OEA e Tiar

A Organização dos estados Americanos (OEA) foi instituída em 1948, na Conferência de Bogotá, e no início dos anos 60 englobava todos os estados americanos, com exceção de Cuba, expulsa da organização em 1962 devido a sua adesão ao regime comunista.
Com a OEA, cuja sede é em Washington, os países americanos assumiram o compromisso de garantir a paz e a segurança do continente, promover o desenvolvimento econômico, cultural e social, como também procurar soluções pacíficas para resolver os problemas que surgissem entre eles.
Do ponto de vista militar o tratado Interamericano de Ajuda Reciproca (Tiar), assinado no Rio de Janeiro em 1952, é uma reafirmação da OEA, na medida em que constitui uma aliança militar de ajuda mútua entre seus membros e de defesa continental contra agressões de países de outros continentes.

Militares no poder

Não foram só os Estados Unidos que se preocuparam com a passagem de Cuba ao socialismo.
Na década de 1960, setores das classes dominantes e militares de muitos países latino-americanos organizaram golpes para assumir o controle do Estado e impedir o fortalecimento dos projetos de esquerda. Há muitos exemplos de golpes militares de direita: o Brasil, em 1964; a Argentina, em 1976; o Uruguai, em 1973.
Nem sempre os Estados Unidos atuavam diretamente na política desses países. Em alguns casos, porém, seu apoio à intervenção militar foi decisivo. O golpe militar no Chile em 1973 é o melhor exemplo.

A ditadura chilena

Em 1970, foi eleito no Chile um presidente socialista, Salvador Allende. O presidente eleito estava realizando a reforma agrária, promovendo a alfabetização, a melhoria do sistema de saúde, nacionalizando as minas de cobre e intervindo no sistema financeiro. Essas medidas, de tendência socialista, provocaram a reação das elites do país e do governo dos Estados Unidos.
Em 1973, com apoio norte-americano, Allende foi derrubado por um golpe militar e morreu durante a invasão do palácio de La Moneda, sede oficial do governo chileno.
O general Augusto Pinochet, o novo chefe do governo, dissolveu os partidos políticos e perseguiu os simpatizantes de Allende. Os opositores passaram a ser presos, torturados ou executados.
Em 1988, um plebiscito decidiu pelo fim do governo de Pinochet. Ocorreram então eleições em 1990 e as oposições elegeram um presidente civil. Apesar dos protestos da sociedade chilena, Pinochet e outros militares não foram imediatamente julgados pelas acusações de torturas e assassinatos de milhares de presos políticos.

A Nicarágua

Um dos mais significativos movimentos revolucionários da América Latina ocorreu na Nicarágua.
Desde a década de 1930 a Nicarágua era dominada por uma ditadura controlada pela família Somoza. Ao pai sucedia o filho e assim por diante. Na década de 1960, um grupo de estudantes e intelectuais organizou um movimento destinado a derrubar aquele sistema de governo. O nome do movimento: Frente Sandinista de Libertação Nacional.
A palavra sandinista vem de Sandino, nome de um herói da Nicarágua. Na década de 1930, Sandino combateu o governo, em nome da liberdade e da independência econômica do país, então dominado por empresas norte-americanas. Convidado a negociar, Sandino aceitou, mais foi traído e assassinado.
Graças ao apoio popular, a Frente Sandinista conseguiu vitórias na sua luta e, em 1979, venceu a ditadura. Somoza foi derrubado e fugiu para o Paraguai. Os líderes da frente assumiram o governo.
Os primeiros decretos do novo governo determinaram a expropriação de todos os bens da família Somoza (que correspondia a 40 % da economia nacional), a criação de tribunais revolucionários, a garantia de liberdade de imprensa e de opinião, reunião partidária e sindical e a estatização de todos os bancos.
Um ano depois começaram os desentendimentos internos. Dois membros não-sandinistas da junta de governo renunciaram; formaram-se também vários grupos anti-sandinistas, chamados de “contras”, armados e treinados pelos Estados Unidos.
Apesar dos esforços do governo revolucionário para erradicar o analfabetismo e a miséria, uma crise econômica aguda afetava o país. Nas eleições realizadas em fevereiro de 1990, a oposição saiu vitoriosa. Violeta Chamorro tomou posse em abril do mesmo ano, pondo fim ao governo sandinista.

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