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A IGREJA MEDIEVAL

A Igreja Católica surgiu no final do Império Romano. Mas ela se consolidou e se fortaleceu como instituição durante a Idade Média, principalmente depois que os francos se converteram ao catolicismo no século V. A Igreja conquistou grande número de fiéis em várias regiões da Europa, o que criou certa unidade cultural entre as sociedades medievais. A partir daí, aos poucos, a Igreja Católica se transformou em uma instituição poderosa do ponto de vista religioso, político e econômico. Com isso, influenciou um conjunto de sociedades chamada de cristandade.

Em meio à desorganização do mundo antigo, provocada pelas invasões bárbaras e pelo colapso do Império Romano, praticamente apenas a Igreja Católica conservou sua identidade institucional. Consolidando sua estrutura religiosa, a Igreja preservou elementos da cultura greco-romana, revistos pela ótica cristã, e difundiu o cristianismo entre os povos bárbaros.

A Igreja Católica exerceu uma influência marcante sobre a população medieval, ultrapassando em muito sua função religiosa e espiritual. Sua ação manifestava-se nos setores assistencial, pedagógico, econômico, político e mental, tornando-se o principal centro irradiador de cultura da Idade Média.

Em uma sociedade fragmentada, a Igreja católica garantia não só a unidade religiosa, mas também política e a cultural. Com o controle da fé, ela ditava a forma de nascer, morrer, festejar, pensar, enfim, de todos os aspectos da vida dos seres humanos no mundo medieval. Essa unidade se expressava, por exemplo, nos valores cristãos e no idioma latino. O latim (idioma oficial da Igreja) era utilizado principalmente por membros do clero e da nobreza.

A origem do poder da Igreja

O cristianismo tornou-se a religião oficial do Império Romano a partir do governo de Teodósio (391), devido à força que conquistou. Esse poder ampliou-se e solidificou-se durante o período das invasões bárbaras, quando a Igreja conseguiu aliar-se a muitas tribos invasoras, convertendo-as ao cristianismo. Dessas alianças resultou que muitos membros da Igreja passaram a exercer funções administrativas nos governos bárbaros, consolidando a importância do clero, que passou a ocupar um lugar de destaque na sociedade que se formava.
O prestígio e o poder do clero aumentavam na medida em que um número cada vez maior de indivíduos convertia-se ao cristianismo, e a Igreja recebia doações de terras de reis conquistadores e nobres. Numa época em que a riqueza era medida pela quantidade de terras, a Igreja chegou a ser proprietária de quase dois terço das terras da Europa ocidental. Era a grande senhora feudal, participando das relações de suserania e vassalagem e controlando a servidão dos camponeses.
Apesar da riqueza e da ostentação de alguns membros do clero, a Igreja Católica promoveu trabalhos sociais de extrema relevância. Entre esses trabalhos, destacaram-se a criação e a manutenção de orfanatos, escolas, asilos, hospitais, que atendiam principalmente grupos marginalizados da sociedade medieval.

Organização do clero

Os sacerdotes da Igreja dividiam-se em dois ramos principais: o clero secular e o regular. No posto mais alto da Igreja estava o papa, considerado o sumo sacerdote.
Clero secular – formado por sacerdotes que viviam fora dos mosteiros, hierarquizados em padres, bispos, arcebispos etc. No ponto mais alto dessa hierarquia estava o papa, que era o bispo de Roma e, segundo a tradição católica, o sucessor de São Pedro – um dos doze apóstolos de Cristo e considerado pela Igreja Católica como o primeiro papa. 
Nem sempre a autoridade papal foi aceita por todos os membros da Igreja, mas em fins do século VI ela acabou se firmando, em grande parte, devido ao talento político-administrativo do papa Gregório Magno (540-604). O clero secular estava organizado de acordo com uma hierarquia, ou seja, um conjunto de funções ou cargos subordinados uns aos outros:
• pároco – situado na base da hierarquia da Igreja. Era o padre responsável pela assistência espiritual em uma paróquia, isto é, uma comunidade que se reunia em um templo ou igreja;
• bispo – situado acima dos párocos. Ele administrava um conjunto de paróquias, chamado de diocese;
• arcebispo – cargo superior ao do bispo. Era responsável por um grupo de dioceses, chamado de província eclesiástica.
Durante a Idade Média foram fundadas várias ordens religiosas, como a dos beneditinos, carmelitas, franciscanos, dominicanos. O clero regular era formado por monges que viviam nos mosteiros ou nos conventos e seguiam as regras de sua ordem religiosa.
Clero regular – formado por sacerdotes que viviam nos mosteiros e obedeciam às regras de sua ordem religiosa (beneditinos, franciscanos, dominicanos, carmelitas, agostinianos). Afastados do contato direto com o cotidiano das pessoas não consagradas exclusivamente à religião. Os monges dedicavam seu tempo à vida religiosa, ao cultivo dos campos, ao artesanato e aos trabalhos intelectuais. Foram eles, em boa parte, que copiaram e conservaram importantes obras de autores gregos e romanos. Preservando a cultura da Antiguidade, os mosteiros medievais transformaram-se em centros de ensino, com escolas e bibliotecas.

Poder temporal da Igreja

A Igreja católica foi a instituição mais poderosa da Idade Média. Numa época em que a riqueza era medida pela quantidade de terras, a Igreja chegou a ser proprietária de quase dois terços das terras da Europa ocidental. Era a grande senhora feudal, participando das relações de suserania e vassalagem e controlando a servidão dos camponeses. Todos os bispos dominavam porções significativas de terras. Aliás, ser bispo podia significar o controle de muita riqueza.
O papa, desde 756, era administrador político do Patrimônio de São Pedro, o Estado da Igreja. Além do poder religioso, ele contava com o poder temporal da Igreja, isto é, com o poder de acumular riqueza a partir de doações de terras feitas por fiéis desejosos da salvação eterna. Obtinha também grandes rendimentos através do dízimo, cujo pagamento obrigatório se generalizou na época carolíngia. Equivalia 1/10 dos frutos da terra, portanto, cristãos e não cristãos estavam sujeitos a ele.
A Igreja medieval criou normas econômicas condenando o lucro e os empréstimos de dinheiro a juros. Ao contrário da nobreza – que tinha seus bens repartidos por heranças, casamentos, lutas pela posse da terra, etc. – a Igreja só acumulava riquezas, já que os bens não pertenciam aos religiosos, mais a própria instituição.
Assim, usufruindo do poder que tinha sobre as consciências, a Igreja católica pôde acumular grande riqueza material. À medida que essa riqueza crescia, o alto clero, constituídos por aqueles que ocupavam cargos mais elevados na hierarquia interna da Igreja, distanciava-se dos assuntos religiosos. Controlando o poder espiritual e material, a Igreja foi responsável por manter, em grande parte, a ordem social da Idade Média.
O poder temporal da igreja levou o papa a envolver-se em diversos conflitos políticos com monarquias medievais. Exemplo marcante desses conflitos é a Questão das Investiduras, no século XI, quando se chocaram com o papa Gregório VII e o imperador do Sacro Império Romano Germânico, Henrique IV.

Questão das Investiduras

A quem caberia nomear sacerdotes para os cargos eclesiásticos: ao papa ou ao imperador?
Esse problema, conhecido como Questão das Investiduras, remonta a meados do século X, quando o imperador Oto I, do Sacro Império Romano Germânico, passou a intervir nos assuntos da Igreja. Fundou bispados e abadias, nomeou seus titulares e, em troca da proteção que concedia à Igreja, controlava as ações do papa. As investiduras (nomeações) feitas pelo imperador visavam interesses pessoais e do reino, dando margem a corrupção entre os membros do clero. Bispos e padres colocavam seu compromisso com o soberano acima da fidelidade ao papa.
No século XI surgiu um movimento reformista liderado pela Ordem Religiosa de Cluny, que pretendia recuperar o poder da Igreja. Em 1703, os ideais de Cluny ganharam força, com a eleição do papa Gregório VII. Ele adotou uma série de medidas reformistas, entre as quais: a instituição do celibato (1074) e a proibição da investidura de sacerdotes a cargos eclesiásticos pelo Imperador (1075).
Reagindo à atitude do papa, Henrique IV, imperador do Sacro Império, considerou-o deposto. Gregório VII, em resposta, excomungou-o. Desenvolveu-se, então um conflito aberto entre o Imperador e o papa. Esse conflito só foi resolvido em 1122, pela Concordata de Worms, que adotou uma solução de meio termo: caberia ao papa a investidura espiritual dos bispos, e ao imperador, a investidura temporal – antes de assumir a posse da região que lhe foi designada (bispado), o bispo também deveria jurar fidelidade ao Imperador.

A vida nos mosteiros

Nem todos os cristãos eram a favor de a Igreja acumular riquezas e criticavam a vida luxuosa que muitos bispos e padres levavam. Procurando retomar os ensinamentos e a vida pobre de Cristo, muitos religiosos optaram por uma vida mais simples, recusando os bens materiais. Surgiram assim as ordens monásticas.
Dentre as novas ordens, destacaram-se as criadas por São Bento, em 529, por São Francisco de Assis, em 1210, e por São Domingos de Gusmão, em 1217. As ordens compreendiam mosteiros que abrigavam homens ou mulheres.
A ordem dos beneditinos defendia que os monges deveriam levar uma vida simples, rezando, trabalhando, estudando e obedecendo a seus superiores. Os membros dessa ordem eram eruditos. Foram eles que transcreveram a maior parte das obras literárias gregas e romanas, sendo, em grande parte, responsáveis por sua preservação.
Inspirados no Evangelho, os franciscanos procuravam ajudar os pobres e professavam votos de pobreza, castidade e obediência. O mesmo ocorria com os membros da ordem dominicana.
Desta forma, essas ordens passaram a representar uma oposição às práticas do alto clero medieval.

Abadias: centros de oração, trabalho e produção intelectual

Na Idade Média foram fundadas inúmeras abadias. Algumas tornaram-se muito famosas e existem até hoje, como a de Melk, na Áustria.
Recebe o nome de abadia a residência de monges ou de monjas governados por um abade ou por uma abadessa. As abadias medievais eram praticamente auto-suficientes. Tinham geralmente igrejas, bibliotecas, muitos quartos (celas), oficinas para a produção e conserto de ferramentas e carroças, estrebarias e cocheiras, cozinhas, etc.
Localizavam-se sempre no centro de uma grande propriedade, onde eram cultivados trigo, cevada, centeio, videiras, frutas, etc. eram também criados porcos, galinhas, perus, patos, bois, vacas, cavalo, etc.
Os próprios monges trabalhavam no cultivo e na criação. Alguns, porém, passavam todo o tempo na biblioteca, copiando e estudando as obras dos gregos e romanos. Eram os monges copistas. Eles produziram verdadeiras obras de arte. Nas margens das páginas, desenhavam ilustrações, chamadas iluminuras, utilizando um tipo de letra que hoje, conhecemos como gótica.
Nas abadias, além do trabalho, grande parte do tempo era dedicada à oração e ao canto sacro.
As abadias contavam também com numerosos servos, que executavam os trabalhos mais pesados.

Heresias e inquisição

Apesar do poder de que a Igreja dispunha, nem todas as pessoas seguiam rigidamente suas doutrinas. Diversos grupos cristãos formularam interpretações que contrariavam os dogmas oficiais da Igreja, isto é, as doutrinas adotadas como verdadeiras pelas autoridades eclesiásticas.
Os grupos que se desviavam dos ensinamentos da Igreja acabaram sendo perseguidos pelas autoridades religiosas, acusados de serem heréticos ou hereges, isto é, de cometer heresia. Considerava-se heresia a concepção religiosa distinta da doutrina oficial católica, sendo, por isso, tida como falsa pela Igreja. É importante destacar que na Europa medieval não se questionava a existência de Deus, mas apenas a forma como essa fé deveria ser manifestada.
Um famoso exemplo de heresia medieval é a dos albigenses, que acreditavam em dois deuses: o Deus do Bem, que havia criado as almas, e o Deus do Mal, que encerrava-as nos corpos para fazê-las sofrer. Cristo era visto como um anjo enviado pelo Deus do Bem para libertar as almas prisioneiras. Algumas almas, depois da morte, subiam imediatamente ao céu. Outras deviam, como castigo, continuar vivendo na Terra, encarnadas no corpo de um animal.
Outro exemplo de heresia era a seita dos valdenses, surgidas no século XII. Eles adotavam a pobreza absoluta, não aceitavam os juramentos e a pena de morte. Defendiam ainda que qualquer pessoa podia rezar a missa.
Para combater as heresias, o papa Gregório IX criou, em 1231, os tribunais da Inquisição, cuja missão era descobrir e julgar os heréticos. 

Inquisição

Apesar do poder da Igreja, nem todas as pessoas seguiam rigorosamente seus dogmas. Algumas pessoas tinham crenças e costumes próprios, com frequência mais antigos que o cristianismo. Exemplo disso era o culto a certos animais, as práticas de adivinhações e de encantamentos.
As escolhas religiosas ou opções discordantes da Igreja eram chamadas de heresias. Aqueles que defendiam ou praticavam heresias eram considerados hereges ou heréticos. Para combatê-las, o papa Gregório IX criou, em 1233, os Tribunais da Inquisição, cuja função era descobrir e julgar os hereges.
O processo contra uma pessoa acusada de heresia podia demorar anos, e a investigação podia incluir tortura aos suspeitos. Os condenados pela Inquisição eram excluídos da comunidade dos católicos (excomungados) e entregues às autoridades do Estado para serem punidos. As penas iam desde a perda dos bens até a morte na fogueira.
A partir do final do século XV, milhares de mulheres foram perseguidas pela Inquisição e acusadas de praticar feitiçaria. Estima-se que cerca de 90 mil mulheres foram condenadas
e queimadas na fogueira na Europa Ocidental. A Inquisição atuou em várias regiões europeias, hoje correspondentes a países como França, Itália, Alemanha, Reino Unido, Portugal e Espanha. A partir do século XVI, também agiu em outras regiões do mundo para as quais os europeus levaram o catolicismo, como a América e a Ásia.

Cruzadas

As Cruzadas foram expedições militares organizadas entre os séculos XI e XIII, por autoridades da Igreja Católica e pelos nobres mais poderosos da Europa. Seu objetivo declarado era libertar os lugares considerados santos que estavam em poder dos muçulmanos, como a região do Santo Sepulcro, em Jerusalém, local de peregrinações cristãs.
O surgimento das Cruzadas também costuma ser explicado por outros motivos, como o hábito guerreiro dos nobres feudais e o interesse econômico em retomar importantes cidades comerciais que haviam sido ocupadas pelos muçulmanos.
A primeira Cruzada foi organizada por nobres cristãos em 1096, atendendo ao apelo do papa Urbano II, feito em 1905 no Concílio de Clermont, para que se iniciasse uma guerra santa contra os muçulmanos. Do ano 1096 a 1270, costuma-se destacar a organização de oito Cruzadas ao Oriente Médio. Além dessas, houve outras expedições populares.
Cada Cruzada teve suas próprias características e resultados. No entanto, podemos esboçar as seguintes consequências gerais do movimento das Cruzadas:
- Empobrecimento de senhores feudais, que tiveram suas economias arrasadas pelo elevado custo das guerras;
- Fortalecimento do poder real, à medida que senhores feudais perdiam sua força;
- “reabertura”, especialmente para os comerciantes italianos, do mar Mediterrâneo e consequente desenvolvimento do intercâmbio comercial entre Europa e Oriente;
- Ampliação do universo cultural europeu, promovida pelo contato com os povos orientais.

A mentalidade medieval

Transformações na mentalidade da população europeia ocorreram lenta e claramente a partir da cristianização do Império Romano. O racionalismo e o humanismo, que caracterizaram a cultura greco-romana, foram substituídos por uma inabalável fé em Deus (o Bem) todo-poderoso, criador do Universo. Somente a fé podia explicar o confuso mundo que cercava os homens, envolvidos com a violência de salteadores e invasores de origens diversas. Era através dela que se conseguia proteção para vencer o Demônio (o Mal) e alcançar a salvação após a morte.
A existência e o quotidiano do homem medieval eram regulados pela religião. Durante sua vida, recebia os sacramentos: ao nascer, o batismo, ao se casar, o matrimônio, ao morrer, a extrema-unção, e era enterrado no cemitério da Igreja mais próxima. As estações do ano estavam marcadas pelas grandes festas religiosas (Natal, Páscoa, etc) e as semanas, pelos ofícios e missas dos domingos. A Igreja estabeleceu também o tempo político: a Paz de Deus, fixando onde e quando se poderia combater.
A fé popular revelava-se nas concorridas peregrinações aos lugares sagrados, no brilho das festas religiosas, na arte (pinturas e esculturas) inspirada em temas bíblicos e no culto dos santos, da Virgem e das relíquias que serviam para combater o diabo e os demônios, facilitando a obtenção da salvação. Nos períodos de calamidades e de fome, tão comuns na Idade Média, a ação dos padres e monges, distribuindo esmolas e pão aos pedintes, aumentava a autoridade moral da Igreja. Atormentado pelo temor de ser condenado à danação no Inferno, os cristãos submetiam-se às penas e ameaças de caráter religioso impostas pela Igreja, como jejuns, flagelações, peregrinações a lugares longínquos, entrada para o convento, etc. Em caso de falta muito grave, o culpado sofria a pena máxima – a excomunhão – isto é, ficava privado de receber os sacramentos e era evitado como se estivesse com a peste.
A vida do ser humano encontrava-se, portanto, nas mãos de Deus, porque sua existência devia-se a ele. Assim, a máxima grega “o homem é a medida de todas as coisas”, transformou-se para o homem medieval em “Deus é a medida de todas as coisas”.

Escolas e universidades

Durante a Idade Média, a Igreja Católica exerceu forte influência na educação, fundando escolas junto aos mosteiros e às catedrais. Posteriormente, a partir do século XI, foram criadas universidades que também receberam a influência da Igreja. No entanto, algumas universidades conseguiram se desenvolver com relativa autonomia.
Uma universidade completa tinha cursos de Teologia (que incluía Filosofia), Artes (que incluía Ciências e Letras), Direito e Medicina. Entre as primeiras universidades europeias destacam-se as de Bolonha (Itália), Paris (França), Oxford (Reino Unido), Salamanca (Espanha) e Coimbra (Portugal).
Os estudos universitários eram privilégio de uma elite. Em geral, os cursos custavam caro e duravam muito tempo. Um jovem costumava iniciar seus estudos aos 15 anos e encerrá-los aos 30 anos. Nas universidades existiam agitados grupos de estudantes. No século XII, alguns estudantes irreverentes ficaram conhecidos como goliardos. Eles faziam composições e cantavam canções críticas e satíricas. Celebravam o amor e
os prazeres e, por isso, eram criticados e perseguidos pelas autoridades católicas.

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