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A situação europeia no século XIX

Depois do Congresso de Viena (1815), em vários países se estabeleceram governos autoritários que tudo fizeram para eliminar as mudanças liberais obtidas pela Revolução Francesa. Essa situação descontentava vários grupos da população, que se revoltaram, chefiados pela burguesia. As revoltas foram reprimidas, mas acabaram por trazer alguns progressos para as sociedades onde ocorreram.
Os grupos liberais e nacionalistas continuaram encontrando grande apoio dos influentes setores da burguesia. Em termos ideológicos, o liberalismo e o nacionalismo desempenharam um papel de grande importância nos processos de unificação da Itália e da Alemanha.

1. As teses liberais nacionalistas do século XIX

O século XIX, na Europa, foi bastante influenciado por teses liberais e nacionalistas, que se foram constituindo desde o Iluminismo, acompanhando o desenvolvimento da burguesia europeia.
Os aristocratas podiam estar satisfeitos com a situação da Europa pós Congresso de Viena, mas grande parte da população não estava. Burgueses, intelectuais, artesãos... Tinham motivos de sobra para se sentirem oprimidos pelo absolutismo. As ideias políticas liberais conquistaram muitos adeptos entre esses grupos sociais. O liberalismo político tinha origem nas ideias dos iluministas. Os liberais defendiam em primeiro lugar as liberdades individuais: a liberdade de discordar do governo, de protestar, etc.
O Liberalismo defendia, basicamente, os seguintes princípios políticos, econômicos e religiosos:

Setor político: Regime de governo de caráter democrático. Os poderes do Estado deveriam ser limitados por uma Constituição e estar separados em Legislativo, Executivo e Judiciário. O Estado deveria servir o cidadão, respeitando sua liberdade e sua dignidade.

Setor econômico: O Estado deveria intervir na vida econômica o menos possível. As atividades econômicas deveriam ficar a cargo da iniciativa privada.

Setor religioso: O Estado deveria estar completamente separado da Igreja. Cada cidadão deveria praticar livremente sua crença religiosa. A liberdade de culto e de convicções filosóficas deveria ser um direito de todos.

Mas nem todos os liberais eram democratas. Os liberais tradicionais queriam que o voto fosse censitário, ou seja, consideravam que só as pessoas com boa posição social deveriam ter o direito de voto. Já os liberais radicais (democratas) discordavam. Eles defendiam o sufrágio universal, ou seja, o direito de voto para todos.

O Nacionalismo defendia, basicamente, os seguintes princípios;

- Respeito pela formação natural dos povos, ligados por laços étnicos, linguísticos e por outros traços culturais;

- Direito de todos os povos lutarem por sua independência como nação;

- Direito dos povos de viverem, com autodeterminação, num território unificado.

Entre 1830 e 1914 os movimentos liberais, as lutas dos trabalhadores e a influência das idéias socialistas levaram alguns governos europeus a adotar medidas liberais. Dentre essas medidas destacam-se as seguintes:

- Direito a voto secreto masculino;
- Regulamentação da jornada de trabalho;
- Igualdade de todos perante a lei;
- Legalização dos sindicatos;
- Direito de greve.

As teses liberais e nacionalistas espalharam-se fortemente por diversas regiões da Europa, através de movimentos que postulavam a unidade nacional de um determinado território. Entre esses movimentos, estudaremos os casos que levaram à unificação da Itália e da Alemanha.

2. Unificações europeias

O Congresso de Viena (1814-1815) determinou que os atuais territórios da Itália e da Alemanha fossem repartidos em diversos Estados e submetidos, em sua maior parte, ao domínio estrangeiro.
Os povos naturais desses territórios, entretanto, não aceitaram a divisão feita pelas potências conservadoras reunidas em Viena. Por isso, não demoraram a promover movimentos nacionalistas, visando transformar suas nações em Estados nacionais independentes.

A unificação italiana

Por decisão do congresso de Viena, a região onde é hoje a Itália foi dividida em pequenos Estados:

- Reino Sardo-Piemontês: governado por uma dinastia italiana. Era autônomo e soberano;
- Reino Lombardo-Veneziano: governado pela Áustria;
- Ducados de Parma, Módena e Toscana: governados por duques subservientes à Áustria;
- Estados Pontifícios: governados pelo papa;

Reino das Duas Sicílias (Sicílias e Nápoles): governado pela dinastia dos Bourbon.

As lutas pela Itália

A unidade nacional era um antigo desejo acalentado por milhares de nacionalistas italianos. Contudo, as primeiras lutas do movimento de unificação italiana só tiveram início depois da decisão do Congresso de Viena, que transformava a atual Itália numa “colcha de retalhos”.
As primeiras tentativas de libertar o território italiano da dominação estrangeira foram feitas por uma organização revolucionária denominada Jovem Itália. Liderada por Giuseppe Mazzini, republicano, a Jovem Itália defendia a independência e a transformação da Itália numa república democrática por meio da insurreição popular.
Em 1848, os seguidores de Mazzini promoveram levantes contra a dominação austríaca em diversos pontos do território italiano. Embora inicialmente tenham obtido sucessos militares, acabaram vencidos pelo poderoso exército austríaco. Apesar disso, o ideal nacionalista continuou ainda mais forte em toda a península Itálica.
A partir dessa época, a luta pela unificação passou a ser encabeçada pelo Reino Sardo-Piemontês, cujo rei era Victor Emanuel II e o primeiro-ministro, o conde de Cavour, um grande proprietário rural. Cavour, um dos líderes do Rissorgimento – movimento que pretendia fazer a Itália reviver seus tempos de glória –, representava todos os que desejavam a unificação em torno do Piemonte, com o estabelecimento de uma monarquia constitucional.
Para alcançar seu objetivo, Cavour obteve o apoio da burguesia e dos proprietários rurais e pôs em prática um plano de modernização da economia e do exército do Piemonte. Ao mesmo tempo, procurou aproximar-se da França, a fim de conseguir ajuda militar para enfrentar a Áustria.
Depois de estabelecer uma aliança secreta com a França de Napoleão III, Cavour começou a usar a imprensa para provocar a Áustria. Esta, por sua vez, respondeu declarando guerra ao reino Sardo-Piemontês.
Com a ajuda da França, o exército de Cavour obteve expressivas vitórias nessa guerra. Derrotada, a Áustria foi forçada a entregar ao Reino Sardo-Piemontês a Lombardia e os ducados de Parma, Módena e Toscana, cujos habitantes também haviam se engajado na luta pela unidade nacional.
Quase ao mesmo tempo, dando continuidade à luta pela unificação, o revolucionário Giuseppe Garibaldi, à frente de mil voluntários conhecidos como camisas vermelhas, atacou o Reino das Duas Sicílias e criou condições para sua libertação do domínio estrangeiro. A seguir, os habitantes do Reino das Duas Sicílias decidiram, por intermédio de um plebiscito, que também desejavam ser governados pelo rei Victor Emanuel II.
Com a maior parte do atual território sob seu controle, em 1861 Victor Emanuel II foi proclamado rei da Itália. Entretanto, para que a unidade italiana se completasse, era preciso efetuar ainda a conquista de Veneza e Roma. Veneza foi incorporada no ano de 1866, em conseqüência de uma guerra na qual Prússia e Itália, unidas, derrotaram a Áustria.
Roma foi anexada em 1870 e, no ano seguinte, passou a ser a capital do país. A conquista de Roma pelo exército de Victor Emanuel II efetivou-se quando as tropas francesas que a protegiam tiveram de abandoná-la, pois a França havia entrado em guerra contra a Áustria.
Com a anexação de Roma, completou-se a unificação da Itália.
O papa Pio IX, entretanto, não aceitou a perda dos domínios territoriais da Igreja. Por isso, rompeu relações com o governo italiano, considerou-se prisioneiro e fechou-se no Vaticano. Nascia assim a chamada Questão Romana, só resolvida em 1929, ano em que o papa Pio XI e Benito Mussolini assinaram o Tratado de Latrão. Por esse acordo, criou-se dentro da cidade de Roma, o minúsculo Estado do Vaticano, que é dirigido pela Igreja Católica e possui aproximadamente 0,5 Km² de superfície.

A unificação alemã

O Congresso de Viena (1815) dividiu a região onde é hoje a Alemanha em 39 Estados independentes. Todos esses Estados e a Áustria passaram a compor a chamada Confederação Germânica.
A presidência da Confederação cabia à Áustria, país que era radicalmente contrário à unificação alemã. Unida, a Alemanha seria um vizinho poderoso e, portanto, indesejável do ponto estratégico.
Já a Prússia, que depois da Áustria era o Estado mais influente da Confederação, vinha sendo palco de inúmeros movimentos nacionalistas favoráveis à unidade política desses territórios.
No início do século XIX, um dos principais obstáculos à unificação da Alemanha era a existência de uma grande quantidade de barreiras alfandegárias entre os diversos Estados alemães.
Percebendo isso, a Prússia passou a lutar pela eliminação dessas barreiras. Em 1834, deu-se um grande passo nessa direção: sob a liderança da Prússia, foi criado o zollverein, ou seja, a união alfandegária entre os diversos Estados alemães. Ao possibilitar a livre circulação de mercadorias, o zollverein estimulou o comércio entre os Estados alemães e deu um enorme impulso à indústria e ao transporte ferroviário.
Possuidora de imensas reservas de carvão e ferro e de uma burguesia vigorosa, a Prússia largou na frente: na década de 1850, tornou-se o mais industrializado de todos os Estados que compunham a Confederação Germânica e, na década seguinte, assumiu o comando do processo de unificação alemã.

Bismarck, o “Chanceler de Ferro”

Corria o ano de 1862 quando Guilherme I, rei da Prússia, confiou o cargo de primeiro-ministro ao astuto, habilidoso e determinado Otto Von Bismarck.
Como primeiro-ministro, Bismarck incentivou e modernizou o exército prussiano e propôs a liderar a unificação alemã. Conduzida por Bismarck, a unificação alemã concretizou-se por meio de três guerras: contra a Dinamarca (1864) contra a Áustria (1866) e contra a França (1868-1870).
Com o objetivo de conquistar os ducados dinamarqueses de Schleswig e Holstein, cuja população era predominantemente alemã, a Prússia aliada à Áustria, atacou e, meses depois, venceu a pequena Dinamarca. Em conseqüência dessa guerra, os vencedores dividiram os territórios conquistados: a Prússia ficou com o Schleswig e a Áustria com o Holstein.
Tempos depois, Bismarck usou como desculpa o fato de que a administração austríaca no ducado de Holstein era ineficiente e ocupou-o militarmente, com o objetivo de provocar a Áustria.
O resultado dessa provocação foi a explosão da Guerra Austro-Prussiana, na qual a Prússia, ajudada pela Itália e pelos Estados alemães do norte, venceu a Áustria em apenas sete semanas. Curvando-se ao poderio prussiano, a Áustria foi obrigada a aceitar a dissolução da Confederação Germânica e assinar o Tratado de Praga, pelo qual ficava estabelecido que:

- os Estados alemães do Norte, sob a liderança da Prússia, passavam a formar a Confederação Germânica dos Estados do Norte;
- a Áustria reconhecia o direito da Prússia sobre os ducados de Schleswig e Holstein e entregava Veneza à Itália.

Os Estados do Sul, por sua vez, recusava-se a aceitar a liderança prussiana e mantiveram-se neutros. De sua parte, Bismarck preferiu contornar a situação e evitou entrar em conflito com os alemães do Sul.
O “Chanceler de Ferro” entendia que, para completar a unificação alemã, o ideal era “fabricar” uma guerra contra um inimigo externo, pois isso uniria todos os alemães em torno do ideal nacionalista.
Essa guerra, na opinião dele, deveria ser contra a França, país que vinha dando inúmeras provas de que não desejava a união da Alemanha. Quando a França, respondendo a uma provocação de Bismarck, declarou guerra à Prússia, todos os alemães se uniram para enfrentá-la. A Guerra Franco-Prussiana teve início em 1868 e estendeu-se por dois anos.
Depois e vencerem os franceses na Batalha de Sedam, em 1º de setembro de 1870, e de aprisionarem Napoleão III, os alemães atravessaram Paris e chegaram a Versalhes, onde, em 18 de janeiro de 1871, na Sala dos Espelhos do palácio, Guilherme I foi coroado imperador do II Reich (império) alemão. Meses depois, franceses e alemães assinaram o Tratado de Frankfurt, um acordo de paz através do qual a França ficava obrigava a pagar para a Alemanha uma vultosa indenização (5 bilhões de francos-ouro) e a entregar-lhe a Alsácia-Lorena, região riquíssima em minério de ferro.
Unificada, dona de um território rico em carvão e ferro, com um governo amplamente favorável à industrialização, a Alemanha progrediu de modo espetacular a partir de 1871. Duas décadas depois, já tinha se tornado a primeira potência industrial da Europa.

3. A França de 1815 a 1870

Depois da queda de Napoleão, os Bourbons retornaram ao trono francês:

- Luís XVIII: Governou a França de 1815 a 1824. Em seu período de governo estabeleceu o chamado Terror Branco, que consistiu em violentas repressões aos bonapartistas e aos liberais.
- Carlos X: Com a morte de Luís XVIII, o trono foi ocupado por seu irmão, que governou de 1824 a 1830. Carlos X desenvolveu uma política antiliberal, provocando a forte reação das forças burguesas, que temiam o restabelecimento do absolutismo. Ele censurou a imprensa e reprimiu os opositores ao regime. Em 1830, a população se rebelou em Paris e o rei Carlos X teve de renunciar. Assumiu então um novo rei, Luís Filipe de Orléans.
O rei Luís Filipe ficou conhecido como o “rei dos banqueiros” (indica que ele favoreceu os grandes capitalistas). Durante seu reinado, a França teve um período de grandes avanços econômicos e industriais. Mas cresceu a desigualdade social. Os burgueses iam ficando milionários, enquanto os operários permaneciam na penúria.
Em 1848, houve uma grande crise econômica. Os salários baixaram e o desemprego cresceu, as colheitas foram ruins e a comida escasseou. A insatisfação popular explodiu numa grande revolução. Operários e artesãos juntaram-se a estudantes e pequenos burgueses, e tomaram as ruas da capital. O rei Luís Filipe foi derrubado. A França voltava a ser uma república.
Os principais partidos políticos de oposição organizaram um governo provisório. Esses “socialistas” defendiam reformas, como o sufrágio universal e a criação de oficinas de artesanato do Estado, que dariam trabalho aos desempregados.
Diante da grave situação econômica, os operários de Paris se rebelaram. Foram duramente reprimidos pela Guarda Nacional, e as ruas da capital ficaram tomadas por cadáveres e poças de sangue. A grande burguesia saiu vencedora.
Nessa época houve eleições para um novo presidente da República. As pessoas queriam a ordem e a tranquilidade a qualquer preço. Então, Luís Bonaparte foi eleito presidente da França. O sobrinho de Napoleão Bonaparte, Luís Bonaparte, tornou-se o primeiro presidente da Segunda República Francesa. Entretanto, Luís Bonaparte deu um golpe de Estado, proclamando-se imperador dos franceses com o título de Napoleão III.
Napoleão III governou a França de 1852 até 1870, conseguindo a expansão do país em termos econômicos e políticos. Durante o governo de Napoleão III, a França patrocinou a construção do famoso Canal de Suez, que liga diretamente o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho, encurtando sensivelmente as viagens marítimas da Europa à Ásia. As obras de construção do canal de Suez duraram de 1858 a 1869, sendo dirigidas pelo engenheiro francês Ferdinand de Lesseps.
O governo de Napoleão III terminou quando seus exércitos foram derrotados pelas tropas prussianas, em 1870. Isso se deu na Batalha de Sedan, quando o próprio Napoleão foi capturado. Na França, as forças oposicionistas uniram-se para proclamar a Terceira República Francesa, com a formação de um governo de defesa nacional, em 4 de setembro de 1870.

4. A Era Vitoriana

A rainha Vitória governou a Inglaterra durante sessenta e quatro anos, de 1837 a 1901. Seu longo reinado coincidiu com o período de apogeu da política colonialista inglesa. O Império Britânico chegou a dominar um território correspondente a um quinto da superfície terrestre do planeta. No período de governo da rainha Vitória, a política interna inglesa consolidou-se sob o sistema parlamentarista.

5. A Primavera dos Povos

O ano de 1848 foi o mais revolucionário do século XIX, em muitas regiões. Por isso recebeu o apelido de o ano da Primavera dos Povos. Em vários outros países europeus eclodiram revoltas populares. Nas principais cidades homens e mulheres ocuparam as ruas, ergueram barricadas (usaram entulhos para bloquear as ruas) e enfrentaram as tropas dos governos autoritários.

6. A expansão do Nacionalismo

Este movimento se expandiu rapidamente pela Europa no início do século XX, alimentado pelas guerras perdidas, rivalidades econômicas, disputa territorial nas colônias da Ásia e da África – e a mídia, contribuiu bastante para que acontecesse a Primeira Guerra. Os cidadãos da Sérvia e do Império Austro-Húngaro clamavam por uma guerra, para defender a sua honra. Entre os principais movimentos nacionalistas que se desenvolveram na Europa, podemos destacar:
- O Pan-eslavismo: Foi liderado pela Rússia e assim foi chamado porque pregava a união de todos os povos eslavos da Europa Oriental, principalmente aqueles que se encontravam dentro do Império Austro- Húngaro. Na realidade havia interesses econômicos estratégicos, onde os governos dos czares pretendiam chegar às águas quentes(mar Mediterrâneo e oceano Atlântico) para comercializarem produtos.

- O Pan-germanismo: Liderado pela Alemanha, pregava a completa anexação de todos os povos germânicos da Europa Central. Na realidade tinham interesse em anexar as regiões das Bálcãs por onde passaria a estrada de ferro Berlim-Bagdá e chegaria aos poços de petróleo do Iraque, que na época pertencia a Inglaterra.

- Revanchismo francês: Com a derrota da França na guerra contra a Alemanha, em 1870, os franceses foram obrigados a ceder aos alemães os territórios da Alsácia-Lorena, cuja região era rica em minérios de ferro e em carvão. A partir dessa guerra, desenvolveu-se na França um movimento de cunho nacionalista-revanchista, que visava desforrar a derrota sofrida contra a Alemanha e recuperar os territórios perdidos.

7. A HEGEMONIA DA EUROPA

Apesar do desenvolvimento dos Estados Unidos e do Japão, a Europa exercia em 1914 a supremacia econômica e política sobre o resto do mundo. Econômica porque controlava a maior parcela da produção mundial, 62% das exportações de produtos fabris e mais de 80% dos investimentos de capitais no exterior, dominando e ditando os preços no mercado mundial. Era a maior importadora de produtos agrícolas e matérias-primas dos países que hoje compõem o Terceiro Mundo. Hegemonia política porque na sua, expansão o capitalismo europeu levou à necessidade de se controlar os países da Ásia, África e América Latina.
Á Europa era desigual quanto à estrutura econômica e política. Dos 23 Estados europeus, 20 eram Monarquias e só a França, Suíça e Portugal eram Repúblicas. Os regimes políticos eram constitucionais, mas o Parlamentarismo, forma típica do Liberalismo Político, só existia de fato na Grã-Bretanha, Bélgica e França, pois os demais países, apesar de constitucionais, possuíam formas autoritárias de governo, como a Áustria-Hungria e a Alemanha.
Os problemas sociais refletiam a diversidade das estruturas socioeconômicas. Nos países da Europa Centro-Oriental a nobreza predominava. Já nos países da Europa Ocidental, a industrialização colocara frente a frente a burguesia e a classe operária. Entretanto, a ameaça de uma revolução social era remota naquele momento, pois a maioria dos partidos socialistas tendia à moderação, aderindo ao jogo político do Liberalismo. As únicas exceções eram algumas facções de esquerda, como os Bolchevistas russos. Só os Estados Unidos e o Japão colocavam-se fora da influência europeia, disputando com o capitalismo europeu “áreas de influência”. Em 1914 os Estados Unidos já eram potência econômica mundial, controlando pequena parcela do mercado mundial e recebendo investimentos da Europa. O Japão, após sua “abertura ao Ocidente”, desenvolveu-se rapidamente via Revolução Meiji, passando a integrar-se ao círculo das nações imperialistas voltando suas vistas para a China e a Manchúria, na Ásia.

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