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O ILUMINISMO

O Iluminismo, também conhecido como Ilustração ou Esclarecimento, foi um movimento filosófico que atingiu o auge na Europa do século XVIII. No entanto, os princípios teóricos desse movimento começaram a se desenvolver a partir do século XVII.

Defensores da liberdade, os pensadores iluministas combatiam a tirania dos reis e pregavam a igualdade de todos perante a lei. Rejeitando a força da tradição e dos dogmas religiosos, pregavam uma sociedade guiada pela razão, que, segundo eles, permitiria aos seres humanos superar o atraso e conquistar o progresso e a plena felicidade.

No entendimento dos iluministas, o pensamento religioso que predominou na Europa medieval impedia os seres humanos de pensar livremente. Era como se eles vivessem na escuridão, incapazes de enxergar a verdade, sendo guiados cegamente pelas superstições e pelos dogmas bíblicos.

Por isso, a Idade Média foi associada a uma suposta “Idade das Trevas”, termo cunhado ainda na Renascença. Contrapondo-se a justificativas baseadas na fé, os iluministas defendiam que se buscassem explicações racionais para os acontecimentos políticos, econômicos e sociais, bem como para os fenômenos naturais. Para eles, a razão funcionaria como uma fonte de luz, capaz de revelar as coisas como elas são. Por isso, o século XVIII também tornou-se conhecido como o “Século das Luzes”.

O Iluminismo ajudou a criar a base intelectual para a independência dos Estados Unidos, as revoluções na França e no Haiti e os movimentos de independência na América Latina, entre outros acontecimentos importantes dos séculos XVIII e XIX.

As suas ideias tinham por base o racionalismo, isto é, a primazia da razão humana como fonte do conhecimento. Os Iluministas sonhavam com um mundo perfeito, regido pelos princípios da razão, sem guerras e sem injustiças sociais, onde todos pudessem expressar livremente seu pensamento. Visto pelos intelectuais como um movimento que iluminava a capacidade humana de criticar e almejar um mundo melhor, transformou o século XVII no Século das Luzes. As raízes do Iluminismo estão no progresso científico advindo do Renascimento. Foi na França que viveram os maiores pensadores Iluministas.

Com o desenvolvimento do capitalismo, nos séculos XVII e XVIII, a burguesia continuou sua ascensão econômica em importantes países europeus, como Inglaterra e França. Consciente de seus interesses, passou a criticar o Antigo Regime. Foram as ideias dos Iluministas que preparam o caminho para a Revolução Americana e para a Revolução Francesa. Os Iluministas sonhavam, enfim, com um mundo onde houvesse colaboração entre os homens para alcançar a felicidade comum.

O que o Iluminismo defendia

Segundo o sociólogo Lucien Goldman, os princípios do Iluminismo estão relacionados ao comércio, uma das principais atividades econômicas da burguesia.

Assim, o Iluminismo defendia:

Igualdade: no comércio, isto é, no ato de compra e venda, todas as eventuais desigualdades sociais entre compradores e vendedores não tinham importância. Na compra e venda, o que importava era a igualdade jurídica dos participantes do ato comercial. Por isso, os iluministas defendiam que todos deveriam ser iguais perante a lei. Ninguém teria, então, privilégios de nascença, como os da nobreza. Entretanto, a igualdade jurídica não significava igualdade econômica. No plano econômico, a maioria dos iluministas acreditava que a desigualdade correspondia à ordem natural das coisas.
Tolerância religiosa ou filosófica: na realização do ato comercial, não importavam as convicções religiosas ou filosóficas dos participantes do negócio. Do ponto de vista econômico, a burguesia compreendeu que seria irracional excluir compradores ou vendedores em função de suas crenças ou convicções pessoais. Fosse mulçumano, judeu, cristão ou ateu, a capacidade econômica das pessoas definia-se pelo ter e não pelo ser.
Liberdade pessoal e social: a atividade comercial burguesa só poderia desenvolver-se numa economia de mercado, ou seja, era preciso que existisse o livre jogo da oferta e da procura. Por isso, a burguesia se opôs à escravidão humana e passou a defender uma sociedade livre. Afinal sem trabalhadores livres, que recebessem salários, não podiam haver mercado comercial.
Propriedade privada: comércio só era possível entre os proprietários de bens ou de dinheiro. O proprietário podia comprar ou vender porque tinha o direito de usar e dispor livremente de seus bens. Assim, a burguesia defendia o direito à propriedade privada, que característica essencial da sociedade capitalista.

O que o Iluminismo combatia

A nova mentalidade burguesa, expressa pelos princípios iluministas, chocava-se com o Antigo Regime. Assim, o Iluminismo combatia:
O absolutismo monárquico: porque protegia a nobreza e mantinha seus privilégios. O absolutismo era considerado injusto por impedir a participação da burguesia nas decisões políticas, inviabilizando a realização de seus ideias;
O mercantilismo: porque a intervenção do Estado na vida econômica era considerada prejudicial ao individualismo burguês, à livre iniciativa e ao desenvolvimento espontâneo do capitalismo;

Principais pensadores iluministas

Foi na França que o movimento iluminista mais cresceu e se radicalizou, com a adesão de muitos intelectuais. Alguns deles estiveram na Inglaterra após a Revolução Gloriosa e ficaram muito impressionados com o clima de liberdade que lá existia. Esse contato deu enorme impulso à luta antiabsolutista na França.

O Iluminismo segundo Kant

Immanuel Kant (1724-1804), um dos maiores filósofos do século XVIII. Kant considerava que, até o século XVIII, a humanidade tinha vivido sua infância. Segundo ele, nesse período (ou nessa fase de menoridade), homens e mulheres haviam aprendido a andar, a falar, a identificar coisas e pessoas e começado a compreender o mundo, embora ainda acreditassem em bruxas e em fantasmas. Mas, ainda de acordo com Kant, no século XVIII, tudo mudou.
Ao começar a perceber o mundo por meio da razão, a humanidade dava sinais de amadurecimento e atingia, enfim, a idade adulta. Essa maturidade intelectual foi definida por Kant como Iluminismo, por vezes também chamado de Esclarecimento ou Ilustração.

O significado da razão para os iluministas

A palavra razão significa “capacidade de julgar, avaliar, raciocinar, deduzir, ter ideias”. Ou, dito de outra forma: pensar com a própria cabeça para decidir sobre a vida, conhecer os segredos da natureza e do nosso planeta, dos astros e cometas e, claro, dos seres humanos.
Você já deve ter ouvido, em uma discussão entre duas pessoas, uma delas dizer: “Eu tenho razão!” ou “Você não tem razão!”. Isso significa que a decisão sobre alguma coisa só pode resultar da troca de ideias e do uso da inteligência, e não de uma emoção ou da força bruta. Daí o emprego de outras expressões como “pense bem antes de agir” ou, então, “aquele sujeito é uma pessoa esclarecida”, ou seja, é uma pessoa razoável, culta.
Essa valorização da razão e do esclarecimento é a base do pensamento iluminista. Voltando a Kant, talvez ele tenha exagerado um pouco ao dizer que só no século XVIII a humanidade se tornou “adulta” e passou a valorizar a razão. Basta lembrar a importância dos filósofos gregos, na Antiguidade Clássica, como Platão (428 a.C.-347 a.C.) e Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.). Ou o progresso das artes no Renascimento. Ou ainda a revolução científica dos séculos XVI e XVII. Afinal, René Descartes (1596-1650), filósofo francês do século XVII, é considerado o pai do racionalismo moderno, autor da célebre frase: “Penso, logo existo”.
René Descartes(1596-1650), autor do livro Discurso do Método, definia a dúvida como o primeiro passo para se chegar à verdade e ao conhecimento, considerando a verdade como algo que percebe claramente, sem ideias preconcebidas. Inaugurou um método de estudo na natureza a partir da razão, as ideias "claras e precisas", passando cuidadosamente para outras etapas de aprofundamento do conhecimento. Esse método, chamado cartesiano, tem por base sua frase: Penso, logo existo".

Montesquieu: separação dos poderes

O jurista e pensador francês Montesquieu (1689-1755) Criticou os costumes de seu tempo e defendeu, como meio para garantir a liberdade, a divisão do poder político em três partes: Legislativo, Executivo e Judiciário. Em sua obra O espírito das leis, ele escreveu o seguinte: "É uma verdade eterna: qualquer pessoa que tenha o poder, tende a abusar dele. Para que não haja abuso, é preciso organizar as coisas de maneira que o poder seja contido pelo poder".
Os três poderes deveriam ser exercidos por pessoas ou grupos distintos, com os objetivos de evitar abusos dos governantes e proteger as liberdades individuais.
Para Montesquieu, certas ações eram indiscutivelmente más: o despotismo, a escravidão e a intolerância. Por isso, um Estado deveria ser governado por leis, e não pela simples vontade dos monarcas. Assim, o autor era favorável à monarquia constitucional, semelhante à inglesa.
A teoria dos três poderes de Montesquieu inspirou a formação de diversos Estados atuais, como o Brasil, onde o Executivo, o Legislativo e o Judiciário devem ser independentes, mas trabalhar harmonicamente em conjunto.

Voltaire: liberdade de pensamento

O filósofo e escritor francês Voltaire (1694-1778) destacou-se por suas críticas ao clero católico, à intolerância religiosa e à prepotência dos poderosos. Defendia a liberdade de pensamento e de religião, bem como a igualdade perante a lei. Crítico dos privilégios de classe, Voltaire foi apelidado de o "filósofo burguês". Perseguido por suas ideias, foi obrigado a se exilar na Grã-Bretanha por dois anos. Em Londres, teve contato com uma nova cultura, mais livre e tolerante, que contrastava com o ambiente despótico (opressor) e intransigente que predominava em seu país.
Para Voltaire, os reis deveriam guiar-se pela razão, respeitar as liberdades individuais e agir com o auxílio dos pensadores ilustrados. Por isso, não defendia a participação do povo no poder, mas sim uma monarquia que respeitasse direitos individuais.
O filósofo escreveu romances, cartas, peças teatrais e poesias com brilhantismo literário e bom humor. Mesmo tendo seus livros proibidos na França, Voltaire ganhou prestígio pela Europa, tornando-se um dos principais divulgadores do pensamento iluminista.
Suas ideias influenciam até hoje os debates sobre liberdade de expressão, de pensamento e de crença. A partir delas, consagrou-se o seguinte princípio: “Posso não concordar com nenhuma palavra que você diz, mas sempre defenderei o seu direito de dizê-las.”


A singularidade do pensamento de Rousseau

Jean-Jacques Rousseau nasceu em Genebra, na Suíça, mas ainda na adolescência mudou-se para Paris. A produção intelectual de Rousseau diferenciou-o dos demais pensadores iluministas. Para ele, o indivíduo é um ser bom por natureza. Com o passar do tempo, porém, a sociedade o desvirtua, corrompendo suas características naturais, e ele se torna egoísta, vaidoso e apegado a seu amor-próprio. Por isso, segundo o filósofo, a sociedade deveria ser reorganizada, para que a natureza do ser humano pudesse ser fortalecida. Nesse processo, a educação das crianças teria papel fundamental. No romance pedagógico Emílio ou Da educação, Rousseau procurou demonstrar como a educação ajudaria a fortalecer a bondade natural do ser humano, pervertida pela sociedade.
Rousseau também se afastou dos demais iluministas ao atacar a propriedade privada, considerada por ele a origem da desigualdade social. Foi o mais radical e o mais popular dos pensadores iluministas. Escreveu várias obras entre as quais se destacam o Discurso sobre a origem e os fundamentos das desigualdades entre os homens, O Emílio e O Contrato Social. Na primeira, critica a propriedade privada que é, segundo ele, a raiz das infelicidades humanas; ela "arranca o homem de seu doce contato com a natureza", acabando com a igualdade. Em O Contrato Social, desenvolveu a concepção de que a vontade da maioria é, na verdade, a razão da soberania do Estado. De acordo com Rousseau, os seres humanos recuperariam a igualdade e a liberdade por meio de um contrato social no qual a vontade geral e a coletividade prevaleceriam. Para isso, o soberano, isto é, a vontade geral expressa pelo povo, deveria atender sempre às necessidades e aos interesses comuns dos cidadãos, enquanto estes obedeceriam às leis em benefício do corpo coletivo.
Ele também afirmava que o poder pertencia ao povo, e não ao Estado, ou seja, o Estado apenas exercia o poder em nome do povo. Assim, um Estado só seria legítimo se as leis emanassem do povo, de acordo com a vontade geral. Segundo Rousseau, para que as pessoas fossem capazes de se opor à tirania e à opressão dos governos, precisariam ser criadas na liberdade. Somente um povo livre, educado para ter um pensamento autônomo, seria capaz de instituir governos democráticos.

Os princípios liberais

Entre os iluministas também estavam os pensadores liberais, que contestavam o Antigo Regime e apresentavam propostas de mudança na organização social. Na política, defendiam a limitação do poder do governante por uma constituição e um Parlamento com poder efetivo. Na economia, eles combatiam as restrições mercantilistas, como os monopólios e as taxas alfandegárias, e pregavam a liberdade do indivíduo de prosperar por mérito próprio.
O filósofo inglês John Locke foi um dos formuladores dos princípios liberais. Locke partiu da definição de direitos naturais: aqueles dados pela natureza, como o direito à vida, à liberdade e aos bens necessários para a conservação da vida e da liberdade. Diferentemente de Rousseau, para Locke a propriedade privada era um direito natural, pois os frutos do trabalho deviam pertencer ao indivíduo que os conquistou. Essas ideias foram muito bem-aceitas pela burguesia, que considerava a terra e outros bens propriedades que podiam ser adquiridas pela compra.

Locke: liberalismo político

O filósofo inglês John Locke (1632-1704) ajudou a difundir valores como tolerância religiosa e respeito às liberdades individuais, além de defender a expansão do sistema educacional. Autor do Segundo Tratado do Governo Civil e Ensaio Sobre o Entendimento Humano, foi contemporâneo da Revolução Gloriosa de 1688 na Inglaterra. 
Defendia principalmente a vida, a liberdade e a propriedade como direitos humanos naturais. Ensinava que os governos haviam surgido em função de um contrato estabelecido entre os homens visando a preservação desses direitos. Assim, caso o governo não cumprisse essa sua razão de ser, a sociedade teria à rebelião, à substituição do Estado tirânico. Locke negava, dessa forma, o Absolutismo monárquico, fundando o liberalismo político.
Ele acreditava que o poder do Estado deveria resultar de um acordo entre as pessoas, não de um poder inato, de origem divina. Por esse acordo (contrato social), a função do Estado seria garantir a segurança dos indivíduos e proteger seus direitos naturais (direito à vida, à liberdade e à propriedade).
Caso esses direitos naturais não fossem respeitados, as pessoas teriam o dever de se rebelar contra o governo. Locke é considerado um dos fundadores do liberalismo político, e seu pensamento influenciou a maioria dos países ocidentais contemporâneos.
Locke era um empirista, ou seja, ele se guiava pela importância da experiência sensorial. De modo geral, defendia que, quando nascemos, a nossa mente é uma espécie de “folha de papel em branco”, sem nenhuma ideia previamente escrita. Por isso, Locke não acreditava em ideias inatas, tampouco em poder político inato.
Se chegamos ao mundo como uma folha de papel em branco, ninguém nasce superior a ninguém. As diferenças entre as pessoas dependem, sobretudo, do modo como somos educados.

Adam Smith: liberalismo econômico

O filósofo e economista escocês Adam Smith (1723-1790) criticou a interferência excessiva do Estado na vida econômica. Para ele, a economia deveria ser conduzida pelo
livre jogo da oferta e da procura de mercado.
Para Smith, a verdadeira fonte de riqueza das nações era o trabalho, não a terra. O filósofo valorizava a livre-iniciativa e a livre-concorrência dos empreendedores. Assim, mesmo que eles buscassem vantagens individuais, as disputas de mercado trariam benefícios a todos. Esse conjunto de ideias foi chamado liberalismo econômico.
O liberalismo de Adam Smith inspirou a criação do neoliberalismo no final da década de 1970, cujas ideias predominam no atual mundo globalizado. O neoliberalismo almeja a redução da participação do Estado na vida econômica, por exemplo cortando despesas governamentais e privatizando empresas estatais.

Os enciclopedistas

Os iluministas utilizaram todos os meios para divulgar o conhecimento: cartas, jornais, livros, livretos, panfletos etc. Sem isso, pensavam eles, seria muito difícil a população abandonar suas crenças no sobrenatural, suas superstições e seus preconceitos e criar uma sociedade livre e fundada na razão.
Em 1745, o editor e livreiro André Le Breton obteve licença para publicar, em francês, a Cyclopaedia (Dicionário universal das ciências e das artes), obra que havia feito muito sucesso na Inglaterra e que muitos iluministas viam como modelo de manual do conhecimento.
Inspirado nela, o filósofo francês Denis Diderot, com a ajuda do matemático francês Jean le Rond d’Alembert, iniciou a criação da Enciclopédia, com o objetivo de sistematizar todo o conhecimento produzido pela humanidade até então. 
A Enciclopédia iluminista foi publicada entre 1751 e 1772. Era uma obra monumental formada por 35 volumes, com mais de 25 mil páginas e cerca de 3 mil ilustrações. Seu objetivo era ambicioso: reunir e difundir todos os conhecimentos racionais e não religiosos considerados mais importantes na Arte, na Ciência e na Filosofia. Provavelmente por isso, autoridades da Igreja Católica e do Estado consideraram essa obra perigosa e tentaram proibi-la.
A obra foi organizada pelos filósofos Denis Diderot (1713-1784) e Jean le Rond D’Alembert (1717-1783) e teve a colaboração de cerca de 160 pessoas, incluindo vários autores ilustres, como Montesquieu, Voltaire e Rousseau. Todos os colaboradores ficaram conhecidos como enciclopedistas.
O primeiro volume desse conjunto de livros seguia os princípios da tolerância religiosa e do racionalismo, elogiando pensadores protestantes e desafiando dogmas religiosos. Em razão disso, foi alvo de forte oposição da sociedade francesa e da Igreja Católica.
Em 1759, a Igreja incluiu a Enciclopédia no Índice dos Livros Proibidos. Mas os enciclopedistas não se intimidaram. Com o apoio de algumas autoridades, o trabalho prosseguiu em sigilo até 1765, quando foi completada a primeira parte da coleção. A obra continuou a ser escrita até 1772, quando os últimos dos seus 28 volumes foram finalizados, e contou com a colaboração de 160 pessoas, entre editores, articulistas, resenhistas, gráficos e ilustradores.

O Iluminismo na ciência

O racionalismo iluminista produziu um salto de qualidade na ciência do século XVIII. Há vários exemplos dessa “febre científica” em diversos campos do conhecimento, revelando o esforço dos sábios da época em conhecer o mundo natural e o espaço sideral.
Veja alguns exemplos importantes.
• O francês Antoine Lavoisier elaborou a lista mais extensa até então dos elementos químicos, além de ter feito outras descobertas.
• O alemão Daniel Fahrenheit e o sueco Anders Celsius criaram, nos anos 1724 e 1742, respectivamente, escalas de temperatura hoje conhecidas por seus respectivos nomes: Fahrenheit (°F) e Celsius (°C).
• O francês Claude-François Jouffroy construiu o primeiro navio a vapor, em 1776.
• Os irmãos Joseph e Jacques Montgolfier inventaram o balão de ar quente em 1783. Em 1785, com esse balão, foi feita a primeira travessia do canal da Mancha, voando da Inglaterra à França.
• O sueco Carlos Lineu criou e publicou, a partir de 1735, uma classificação do mundo vegetal e animal que é utilizada até hoje. Essas e outras descobertas ocorreram na Europa durante o século XVIII.
O Iluminismo pôs abaixo as explicações que o cristianismo oferecia para a natureza e a humanidade, estimulando, assim, a experiência científica em todos os campos. A maioria dos iluministas não chegou a duvidar da existência de Deus, apenas alguns poucos eram ateus. Mas todos deixaram a religião de lado em favor do conhecimento racional.

Isaac Newton(1642-1727), identificou o princípio da gravidade universal e fundamentou seus estudos na ideia de que o Universo é governado por leis físicas e não dependente de interferências de cunho divino. Igualmente a Descarte, para explicar os fenômenos naturais, substituiu a religião pela ciência e a revelação milagrosa pela observação e experimentação, consolidando o racionalismo.




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