Há 5 mil anos, a península da Índia era habitada pelos dravidianos. Esse povo era governado por príncipes, conhecidos como marajás. Há 4 mil anos, a península foi invadida por povos arianos, de origem indo-europeia.
Com cavalos e armas de metais (ferro e Bronze), os arianos venceram os dravidianos, impondo seu domínio sobre a região. A fusão cultural desses dois povos deu origem a cultura hindu, fortemente marcada pela religião, o vedismo.
Com base nos preceitos religiosos do vedismo, a sociedade indiana foi dividida em castas. Por esse sistema, os indivíduos eram agrupados de acordo com a origem social e as tarefas que realizavam. As diferentes camadas sociais não podiam se misturar.
As castas estavam fundamentadas na crença da pureza da alma. Acreditava-se que a natureza de cada indivíduo havia sido determinada pelos deuses e não podia ser misturada.
Assim, as castas eram rigidamente hierarquizadas, sem qualquer possibilidade de mudança social. Em outras palavras. Em outras palavras, um indivíduo não podia mudar de uma casta para outra.
Desde seu nascimento, a pessoa sabia onde poderia morar, quem poderia desposar, que atividades exerceria e até mesmo o modo de vestir e o que comer.
Entretanto, os hindus acreditavam na reencarnação, o continuo renascer da alma para alcançar estágio mais puros. Isso significava que em uma vida futura qualquer indivíduo poderia nascer em uma casta mais elevada.
A organização social da Índia compreendia inúmeras castas. No topo da hierarquia, destacavam-se:
• Os brâmanes – eram os sacerdotes, únicos que tinham acesso aos textos sagrados e eram responsáveis por sua rigorosa aplicação;
• Os guerreiros – que defendiam o território e ocupavam cargos políticos;
• Os mercadores – que se dedicavam ao comércio.
Havia ainda os párias ou intocáveis. Considerados os impuros, não pertenciam a qualquer casta social. De modo geral, realizavam atividades em que lidavam com animais mortos ou dejetos humanos. Eram sapateiros, curtidores, coveiros, limpadores de fossa.
A formação da Índia
No século III a.C., sob o comando de Asoka, a Índia foi unificada e organizada. Surgia assim o primeiro império indiano.
Durante o reinado de Asoka, foi tolerada a prática de todas as religiões, embora o próprio imperador tivesse se convertido ao budismo.
Surgido no século VI a.C., o budismo conquistava inúmeros adeptos ao negar o sistema de castas e pregar, entre outras coisas, que a realidade era mutável.
Religiões
Como se pode perceber, a religião exerceu importante papel na história da Índia, influenciando, entre outros aspectos, a organização social.
Vedismo, bramanismo e budismo são algumas das religiões que surgiram na Índia. Vedismo e bramanismo são orientados pelos Vedas, conjunto de escrituras sagradas, composto de quatro livros, que reúnem orações, hinos, poemas, preceitos litúrgicos, fórmulas mágicas, lendas e narrativas. O budismo possui origem distinta, não está relacionado ao vedismo nem ao bramanismo.
Vedismo – antiga religião dos hindus, contava com inúmeros deuses, geralmente interpretado como símbolos de força da natureza, como Agni (deus do fogo) e Indra (deus da tempestade). Baseava-se na força do cosmo e nos textos sagrados (Vedas). Os hindus realizavam sacrifícios orientados por um dos livros que compôem os Vedas (Yajurveda).
Bramanismo – religião que tem sua origem no vedismo. Orientada pelos Vedas, sua doutrina tem como preceitos fundamentais o respeito à ordem cósmica, a obediência ao destino e o dever de pureza, base do sistema de castas. O pensamento religioso do bramanismo tem como princípio o Braman (absoluto, totalidade, supremo), do qual tudo deriva, e os diversos deuses são personificação de seus aspectos. Brahma (criador), Vishnu (conservador) e Shiva (destruidor), que formam a trindade, são os principais deuses. Prega que a alma está sujeita a uma sucessão de vidas e renascimentos (reencarnação), que só se esgota ao atingir o grau supremo de pureza (libertação). Após o surgimento do budismo, o bramanismo sofreu uma série de transformações. A partir do século III de nossa era, o bramanismo passou a ser conhecido como hinduísmo.
Budismo – religião fundada por Sidarta Gautama, no século VI a.C. Seus ensinamentos sintetizam-se nos seguintes temas: nada é permanente, a realidade é mutável e não existe nada que seja indestrutível. Sua doutrina fundamental compreende quatro nobres verdades: a vida é dor; a causa da dor é o desejo; o fim da dor é obtido com o fim do desejo; o fim do desejo é obtido com a prática das regras morais e da disciplina ascética. Em resumo, o budismo apregoa que, enquanto o indivíduo não se liberta do desejo, não está submetido ao ciclo do renascimento.
As origens do budismo
Sidarta Gautama, o Buda (em sânscrito, o Iluminado), nasceu no Himalaia, em 480 a.C. Membro de uma família rica, levou uma vida de jovem nobre até completar 29 anos. Cada vez mais insatisfeito e infeliz por ter uma vida rodeada de luxo, abandonou sua esposa e família e partiu em busca de uma solução para o sofrimento humano.
Contam os indianos que Buda, ao sair pela primeira vez de seu palácio, encontrou a miséria por toda parte, coisa que ele até então não sabia que existia. Iniciou, então uma meditação de 49 dias e alcançou a iluminação, ou seja, o estado de Buda. Passou a pregar seus ensinamentos, que basicamente consiste em superar o desejo para acabar com o sofrimento.
O budismo difundiu-se rapidamente porque a essência de sua doutrina era a salvação daqueles que tivessem uma boa conduta. Ao mesmo tempo, muita gente era contra porque negava o sistema de castas. Além disso defendia os humildes e oprimidos.
Artes e ciências
As artes plásticas indianas, em especial a escultura, são ricas em detalhes e combinam temas religiosos com aspectos da natureza e do amor físico.
Um elemento importante da cultura indiana são as danças, que apresentam uma grande variedade de estilos, refletindo a diversidade de povos, línguas e culturas que convivem no subcontinente.
Com a difusão do budismo, a arte indiana – arquitetura, escultura, pintura, joalheria, cerâmica, tecidos – estendeu-se por todo o Oriente e influenciou a cultura de outras regiões, como a da China e a do Japão.
No campo do conhecimento científico, a Índia destacou-se pela invenção de um sistema de numeração baseada em símbolos – conhecidos hoje como algarismos indo-arábicos, mas a princípio denominados de arábicos, pois os árabes o divulgaram para o mundo. Os indianos também aprimoraram a ideia do valor posicional dos algarismos – o valor dos algarismos depende da posição que ocupa no número –, assim como inventaram um símbolo para o zero.
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