No passado, ela era conhecida como Constantinopla, o principal centro econômico político do que havia sobrado do Império Romano. Foi edificada na cidade grega de Bizâncio, entre os Mares Egeu e Negro, pelo imperador Constantino. (aí o motivo do nome da cidade ser Constantinopla).
Com uma localização tão estratégica, logo foi tornada na nova capital do império. Por estar entre o Ocidente e o Oriente, desenvolveu um ativo e próspero comércio na região, além da produção agrícola, fazendo com que se destacasse do restante do império romano, que estava parado e na crise.
O Império Romano do Oriente tinha por base um poder centralizado e despótico, junto com um intenso desenvolvimento do comércio, que serviu de fonte de recursos para enfrentar as invasões bárbaras. Já a produção agrícola usou grandes extensões de terra e trabalho de camponeses livres e escravos.
O Império Romano do Oriente ou Império Bizantino conseguiu resistir às invasões bárbaras e ainda durou 11 séculos.
A mistura de elementos ocidentais e orientais só foi possível devido a intensa atividade comercial e urbana, dando grande esplendor econômico e cultural. As cidades tornaram-se bonitas e luxuosas, a doutrina cristã passou a ser mais valorizada e discutida em detalhes entre a sociedade.
De início, os costumes romanos foram preservados. Com direito a estrutura política e administrativa, o idioma oficial foi o latim. mas depois tudo isso foi superado pela cultura helenística(grega-asiática). Com esse impulso o grego acabou se tornando o idioma oficial, no séc. VII.
Um forte aspecto da civilização bizantina foi o papel do imperador, que tinha poderes tanto no exército como na igreja, sendo considerado representante de Deus na terra, (não muito diferente de outras civilizações). o mais destacado imperador foi: Justiniano.
Era de Justiniano (527-565)
Depois da divisão do império romano, pelo imperador Teodósio em 395, dando a parte ocidental para seu filho Honório e a parte oriental para o outro Arcádio. Com essa divisão, criou-se muitas dificuldades entre os imperadores para manter um bom governo, principalmente devido as constantes invasões bárbaras. Por isso no século V, com o imperador Justiniano que o Império Bizantino se firmou e teve seu apogeu.
Com Justiniano, as fronteiras de império foram ampliadas, com expedições que foram até à Península Itálica, Ibérica e ao norte da África. claro que com tantas conquistas houve muitos gastos! Logo já que os gastos aumentaram, os impostos também e isso serviu de estopim para estourar diversas revoltas, da parte dos camponeses, que sempre ficava com a pior parte- ou o pagamento de impostos abusivos ou o trabalho pesado.
Uma destas, foi a Revolta de Nika, em 532, mas logo foi suprimida de maneira bem violenta pelo governo. Com a morte de 35 mil pessoas.
Mas a atuação de Justiniano foi mais expressiva dentro do governo. Um exemplo, entre 533 e 565, iniciou-se a compilação do direito romano. Este era dividido em:
- código: conjunto das leis romanas a partir do século II.
- digesto: comentários de juristas sobre essas leis.
- institutas: princípios fundamentais do direito romano.
- novelas: novas leis do período de Justiniano.
E tudo isso resultou no: corpo do direito civil, no qual serviu de base para códigos e leis de muitas nações à frente. Resumindo: essas leis determinavam os poderes quase ilimitados do imperador e protegiam os privilégios da igreja e dos proprietários de terras, deixando o resto da população à margem da sociedade.
Na cultura, com Justiniano teve a construção da Igreja de Santa Sofia, com seu estilo arquitetônico próprio – o bizantino – cujo o esplendor representava o poder do Estado junto com a força da Igreja Cristã.
Na política, após a revolta de Nika, Justiniano consolidou seu poder monárquico absoluto por meio do cesaropapismo.
Cesaropapismo: ter total chefia do estado (como César) e da igreja( como o papa).
GRANDE CISMA
Essa supremacia sobre o imperador sobre a igreja causou conflitos entre o imperador e o Papa. Em 1054, ocorreu o cisma do oriente, dividindo a igreja Católica em duas partes:
Igreja Ortodoxa- com sede em Bizâncio, e com o comando do imperador bizantino.
Igreja Católica Apostólica Romana- com sede em Roma e sob a autoridade do Papa.
DECADÊNCIA DO IMPÉRIO
Depois da morte de Justiniano (565), houve muito ataques que enfraqueceram a administração do Império. Bizâncio foi alvo da ambição das cidades italianas. Sendo que Veneza a subjugou e fez dela um ponto comercial sob exploração italiana.
Essa queda não foi imediato, levou algum tempo, o império perdurou até o séc. XV, quando a cidade caiu diante dos turcos-otomanos, em 1453. data que é usada para marcar o fim da idade média e o início da idade moderna.
As consequências da tomada de Constantinopla foram:
- o surgimento do grande império Turco-Otomano, que também foi uma ameaça para o Ocidente.
- a influência da cultura clássica antiga, preservada em Constantinopla, e levada para a Itália pela migração dos sábios Bizantinos.
- com a interrupção do comércio entre Europa e Ásia, ocorre a aceleração da busca de um novo caminho para o Oriente.
SOCIEDADE E ECONOMIA
O comércio era fonte de renda do império. Sua posição estratégica entre Ásia e Europa serviu de impulso para esse desenvolvimento comercial.
O estado fiscalizava as atividades econômicas por supervisionar a qualidade e a quantidade das mercadorias. Entre estes estavam: perfumes, seda, porcelana e peças de vidro. Além das empresas dos setores de pesca, metalurgia, armamento e tecelagem.
Cultura bizantina
No Império Bizantino, viviam pessoas de diferentes povos: egípcios, gregos, persas, eslavos, sírios e judeus. As trocas culturais entre esses povos resultaram na diversidade cultural bizantina, caracterizada por elementos de diversas origens, como a religião cristã, a língua grega, o Direito romano e a arquitetura de inspiração persa.
RELIGIÃO
O cristianismo era a religião oficial do império. O patriarca de Constantinopla era o chefe da Igreja Ortodoxa, mas ele estava subordinado, na prática, ao imperador bizantino, considerado representante de Deus. A religião bizantina foi uma mistura de diversas culturas, como gregos, romanos e povos do oriente. Em Constantinopla, aconteciam diversos debates sobre doutrinas religiosas. As questões mais debatidas eram:
Monofisismo: estes negavam a natureza terrestre de Jesus Cristo. Para eles Jesus possuía apenas a natureza divina, espiritual. Esse movimento teve início no século V com auge no reinado de Justiniano.
Iconoclastia: palavra que significa “quebra de imagens”. Os ícones eram representações de imagens sagradas, de santos ou de Jesus Cristo. Os adeptos da iconoclastia se opunham ao culto das imagens dos santos e pregavam a destruição das estátuas das igrejas.
A questão iconoclasta estava associada a disputas políticas entre o imperador e os sacerdotes dos mosteiros, que produziam imagens de santos às quais atribuíam poderes milagrosos. Para conter o poder dos mosteiros, o imperador Leão III proibiu a adoração de imagens em 730. A proibição durou até 787 e foi retomada em 813, quando o imperador Leão V procurou novamente estabelecer a iconoclastia, que mais uma vez foi banida em 843.
Após o declínio do Império Bizantino, o cristianismo ortodoxo chegou a outras partes do mundo, inclusive ao Brasil, graças às migrações ocorridas nos séculos XIX e XX. Atualmente, calcula-se que existam no mundo cerca de 250 milhões de cristãos ortodoxos, sendo uma das principais religiões de libaneses, sírios, gregos, russos, ucranianos, sérvios e outros povos da Ásia e da Europa Oriental.
Língua grega e produção artística
Inicialmente, as obras literárias bizantinas eram escritas em latim, mas, com o tempo, a língua grega tornou-se a mais importante do império, sendo utilizada nos textos do governo e da Igreja. O grego era falado na capital e em outras regiões do império.
As obras literárias, em prosa ou poesia, eram manuscritas e recebiam ricas decorações, chamadas iluminuras. Além de escrever obras originais, muitos autores bizantinos também reuniram, copiaram e traduziram textos da Antiguidade greco-romana, ajudando a preservá-los.
Os bizantinos também se destacaram por suas pinturas, mosaicos e esculturas. Os afrescos representando anjos, santos e autoridades religiosas foram um tipo de pintura decorativa frequente no Império Bizantino. Grande parte dessas obras era encontrada nas igrejas e em casas mais luxuosas.
Os mosaicos bizantinos eram feitos geralmente com pedaços de pedras e vidros coloridos, colados sobre um vidro claro e recobertos por folhas de ouro. Os mosaicos bizantinos costumavam representar animais, plantas e figuras religiosas ou políticas.
Já as esculturas bizantinas serviram principalmente aos ideais religiosos. Feitas em ouro, marfim ou vidro e em baixo-relevo, essas obras podiam ser encontradas tanto em edifícios como em capas de livros.
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